Capítulo 25

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Quando voltei para o mundo dos humanos, fui parar direto no quarto de Emmica, mas não queria acordá-la.
Então fui ver a sua avó.

Como minhas asas haviam melhorado, fui voando até lá. Para chegar mais rápido.

Quando cheguei em sua casa, senti uma energia negativa que me deu um mal estar. Mas mesmo assim entrei.

Quanto mais eu me aproximava de seu quarto, mais me sentia mal. Aquela energia tentava me lançar para fora brutalmente.

Mas a desafiei e entrei em seu quarto. O caso dela já estava em fase final. Não havia como reverter aquilo.

Me aproximei dela e segurei sua mão pálida e gelada. Ao seu redor havia muitos aparelhos, e aquilo era a única coisa que ainda a mantia viva.

Quando sentiu minha energia, ela abriu os olhos. Mas, não podia me ver, a não ser se eu deixasse. E eu deixei. E, para a minha surpresa, ela já me conhecia ou estava me confundindo com alguém.

- Sa-Saymon! - exclamou com
sufoco. - vo-você voltou!

Eu não estava entendendo nada. Como ela me conhecia? Eu voltei da onde? Meu nome é Saymon?

- e-eu... quero... te pedir um... 
favor... - falou entre sussurros.

- sim... Eu faço o que a senhora desejar. - falei baixinho.

- cuida... de nossa Emmy... por mim...
Ele... ele...

- ele o que senhora? - falei curioso. Ela apertou minha mão e tentou dizer.

- ele... quer ela... - E começou a chorar.
Não demorei muito para saber de quem ela estava falando.

- eu cuidarei dela sim... pode ficar tranquila. - a confortei.

- e-eu... sabia que você... tinha virado um anjinho...  - sorriu - meu... pequeno S-Saymon.

- senhora - interrompi. - me perdoa, mas eu não sou Saymon, meu nome é Micael.

Ela sorriu para mim, com um amor tão grande em seus olhos, que pude sentir o mesmo sentimento por ela. Era meio estranho, parece até que aquele amor era antigo, real, já vivido. Apesar de eu não saber de onde vim.

Continuei a olhar para ela, e do nada ela desmaiou. Me desesperei. Eu tinha que alertar a alguém!

Então corri para a cômoda, aonde havia frascos de remédios e joguei um no chão.

Não demorou muito e uma das tias de Emmy invadiu o quarto assustada.
Quando ela entrou senti um aperto no coração, olhei para seus olhos, era azuis e bem vivos e tinha cabelo castanho. Mesmo que eu quisesse, não conseguia parar de olha-la, eu sentia uma grande amor por ela também, mais que por aquela senhora, a avó de Emmica. Mas ao mesmo tempo, sentia uma vontade esquisita de chorar, como se ela tivesse me feito algo de mal.

Estava tudo confuso, então, fui rapidamente de volta para a casa de Emmica, já era noite e ela precisava acordar.

Dessa vez fui andando e pensando de onde a avó dela havia tirado esse nome Saymon e que sentido tem eu sentir um amor imenso carregado de aflição por aquela mulher.

Quando virei a rua, tombei com a única coisa que não queria ver. Dei um pulo para trás e gritei:

- o que você está fazendo aqui?

- apenas meu trabalho.

- você vai levar ela sem ao menos se  despedir de sua neta?

- a morte nunca deixa ninguém se despedir. E se fosse assim seria muito chato. As pessoas saberem o dia que vai morrer.

- mas, não faz isso. Pensa na menina Ezrael!

- aah não vou ficar ouvindo reclamações de um pirralho! Até mais!

E foi embora. Eu não podia impedir, não podia parar, como o senhor Jesus disse, já está escrito na lista da morte o nome da avó de Emmica. E Ezrael vai matar ela por prazer, para atingir o sofrimento da menina. Eu não vou negar que de uma coisa eu tenho certeza, Ezrael não matará dona Lucinda hoje.

Então voltei a andar por aquelas tias escuras, em direção a casa de Emmy.
Eu tinha que voltar, cumprir meu papel de anjo, que estava sendo muito difícil e decepcionante.

Parei de frente da casa de Emmica observando-a.

- E... Lá vamos nós! - falei dando um suspiro e tentando tomar coragem.

Entrei pela janela, que se mantia aberta, e fui parar na sala, aonde se encontrava os seus pais. Sua mãe estava com uns papéis de cor roxa nas mãos, e seu pai estava assistindo um noticiário qualquer.

Fiquei observando eles.

" Não seria uma má ideia eu ter uma família..." - pensei.

Então segui em frente, em direção ao quarto de Emmica. Chegando lá, abri a porta e entrei. Daí vocês me perguntam:

" - ué, porque você não atravessa a porta? ''

Não gosto, eu gosto de ser como os humanos, gosto de abrir portas, pular janelas, brincar com as crianças na rua. Como toda criança, eu tenho uma brincadeira favorita, a pique-esconde, mas, infelizmente não posso brincar, e se eu fosse, ninguém me acharia, então prefiro só rir das outras crianças brincando.

Depois que entrei no quarto dela, me sentei nos pés de sua cama, e fiquei lá, pensando no que estava por vir, e aflito com o que iria acontecer com a avó de Emmica. Eu tenho medo de até aonde isso vai parar. E receio que tudo isso não é bom. Mas a perda de dona Lucinda, me corroía por dentro muito mais.

Enquanto pensava em tudo isso, algumas lágrimas caíram sobre meu rosto pálido. Eu não pude evita-las, também não as enxuguei, deixei cair, deixei sentir.


Oi leitores. Desculpa esse meu afastamento esses dias, eu não estou muito bem... Estou doente, e tenho que fazer alguns exames para descobrir o que tenho. Eu não abandonei minha história. Não abandonei vocês. Me desculpem mesmo. Eu ainda vou continuar meu livro, então não desistam de ler. Obrigada pela compreensão. E obrigada por ler.

Ass: Tia Ruuh.

A Inimiga da Morte Onde histórias criam vida. Descubra agora