Capítulo 48

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** Marissa **

Depois de mais um dia de espionagem, decido voltar até o inferno. Precisava falar para o Lúcifer que o meu plano estava dando certo.

Chegando lá, vejo ele mandando um de seus demônios abater um carinha lá. Não sei por qual motivo, mas deveria ser sério. Fiquei de longe observando ele terminar aquilo. As vezes, ficar ali, presenciando aquelas cenas, era um pouco desconfortável. Mas fazer o quê... Aquilo era a punição.

Fecho os olhos enquanto um dos demônios corta a cabeça do cara e o arrasta pelo chão e com a cabeça na outra mão . Depois que ele passa por mim chego perto de Lúcifer.

- Mestre. - faço uma reverência.

- O que quer? - me olha com desprezo.

- Vim te dar boas notícias.

- Diga logo antes que eu me encha de ódio! - disse botando as mãos nas têmporas.

- Está dando certo. A garota está caindo direitinho. Um de seus seguidores está conseguindo engana-la perfeitamente.

- Boa! Mas quando vamos ter a alma dela?

- Em breve mestre. Como eu disse, meu plano é infalível. Mas precisa de paciência.

Ele vira a cara e bufa. Engulo em seco.

- Escrava... Quantas vezes... Eu te falei... Para não mandar eu ter paciência?! - grita me fazendo arregalar os olhos.

- Perdão mes...

- Perdão??? PERDÃO???! Quem você acha que eu sou para me pedir perdão? Tá me comparando com o Famoso Deus?

Comecei a suar. Ele estava gritando demais. Abaixei a cabeça e disse num sussurro.

- Achei que você não se importasse com essa comparação. Ja que sempre quis ser como ele. - cerrei os punhos e só depois vi a burrada que fiz.

Ele não falou nada. Apenas senti uma bola enorme de luz me jogando para fora do templo dele. Foi tão rápido que eu nem percebi o que ele tinha feito. Só me vi no chão.

Me levantei e olhei para dentro do templo, e a porta se fechou brutalmente.

- Talvez eu tenha que esperar o ódio dele passar.

Me levantei do chão e limpei o pó de enxofre que havia nos meus joelhos e nas minhas mãos.

- Ah! Que saco!

Grunhi de raiva. Depois peguei caminho para o mundo dos humanos.

** Anjo Micael **

Depois que Emmy voltou para casa, ela foi dormir, e , por uns instantes, eu saí de perto dela e fui até uma pracinha onde ninguém ia. O sol já tinha nascido. Aquela brisa da manhã era perfeita. Respirei fundo. Tanta coisa aconteceu até aqui. E eu? Sou um fraco. Não faço nada para impedir. Até que Gabriel tenta me convencer​ que eu n sou fraco. Mas, não é essa a minha visão.

Fico balançando os pés naquele banco alto enquanto olhava para a minha casa. O céu. Até que sinto uma presença bem conhecida.

– Olá pequeno Micael.

Ele se aproximou de mim, e sentou-se.

– Oi Samuel.

Respondo e solto um suspiro.

– Por que o meu irmãozinho está tão triste?

Ele faz uma voz melosa e aperta minhas bochechas. Faço cara feia.

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