__Você já checou esse celular umas vinte vezes depois que se sentou aí.
Sam me olha com divertimento e eu reviro meus olhos.
Já faz uma semana que estou aqui e nada da Molly me ligar, juro que eu tinha esperanças de que a distância fizesse ela repensar em tudo e ver que quem menos teve culpa nisso tudo fui eu. Mas parece que isso não vai acontecer.
Depois de ajudar Andy, a namorada do Sam a colocá-lo na cama deles, eu dou boa noite e vou para o meu quarto.
Assim que me deito, fico pensando nela, de novo e isso está acabando comigo.
Checo meu celular outra vez e me dou conta de que Sam tem razão, isso está ficando meio obssessivo.
Mas o problema é que eu me preocupo com ela, em como ela deve estar se sentindo e tenho medo de que ela se sinta da mesma forma que me senti quando isso aconteceu comigo.
Porque foi uma das piores sensações que eu tive em toda minha vida e eu não quero que ela passe por isso.
De certa forma, tê-la por perto aquela vez, nem que fosse para me manter distraído de tudo com as minhas implicâncias com ela, me ajudou muito a passar por tudo sem pirar de vez.
E eu juro que poderia ajudar, se ela me permitisse,mas ela não quer fazer isso.
...
Pego meu celular e ligo pra Julie.
__Oi, maninho.
__Como estão as coisas por aí?
De certa forma ela sabe que inclui saber da Molly quando pergunto isso.
Julie sabe que não nos damos muito bem e sabe também que dessa vez a culpa realmente não foi minha,mas convencer a Molly disso não está parecendo ser uma tarefa fácil.
__Está tudo bem. Da mesma, forma sabe.
Falamos um pouco mais sobre o Sam e como ele está e Julie diz que tem que acordar cedo para ir pra aula e eu desligo.
...
Estamos na praça de alimentação do shopping esperando por Andy que a uma hora disse que ia dar uma olhada em uns sapatos e até agora não voltou e Sam diz:
__Você está gostando mesmo dessa garota, não é?
Aquilo me pega de surpresa. Eu olho pra ele rindo,mas ele parece sério agora.
__O que te faz pensar isso?
Ele me olha como se fosse óbvio e diz:
__Ah, qual é cara? Já faz duas semanas que você está aqui, nós saímos algumas vezes, a Andy te apresentou um monte de amigas dela e você não pareceu interessado em nenhuma delas e não para de olhar pra esse celular quando fica um tempo sem nada pra fazer e...
Eu o interrompo:
__Tá e se eu disser que gosto realmente dela, você vai me deixar em paz?
Ele tem aquela cara agora. A cara que ele sempre tem quando sabe que tem razão.
__Finalmente você admitiu.
E ele ri como se isso fosse uma notícia boa. Ele percebe que pra mim não é tanto assim.
Ele questiona:
__Mas por que raios você parece odiar ter que admitir isso?
Eu olho pra algum lugar que não seja na direção dele na cadeira de rodas e digo:
__Porque ela está me odiando no momento.
Eu faço um breve resumos dos últimos meses e ele agora parece mais a favor da Molly.
Eu apenas digo:
__Eu sei que não fui um dos caras mais legais com ela,mas eu juro que eu não queria que isso tudo acontecesse com ela.
Ele sabe que eu me refiro de alguma forma ao que me aconteceu.
Há um silêncio.
Ele então diz:
__Posso vê-la?
Eu olho pra ele sem entender e ele ri.
__Cara, eu sei que você tem alguma foto dessa garota aí.
Eu acabo rindo. Na verdade eu tenho sim. Eu peguei do celular da Julie, uma foto em que a Molly está com aquele vestido, aquele mesmo que quase me tirou do sério aquela noite.
Sam ri ao me ver passando o celular pra ele.
Ele olha pra tela e em seguida pra mim. Ele parece aprovar o que vê.
__Uau! Não vou mais ficar te enchendo, quando te ver a todo momento olhando pro celular esperando essa gata resolver te ligar.
Acabo rindo.
...
Acabei ficando em Nova York uns dias a mais do que eu havia planejado, mas felizmente agora o Sam está bem melhor.
Agora estou neste vôo de volta para Seattle e com uma ansiedade que supera vinte mil vezes mais do que a última vez que fiz este percurso há alguns meses atrás.
Dessa vez eu tenho ainda mais vontade de sair de Nova York, porque tem uma pessoa que eu preciso muito ver outra vez.
Só espero que ela já não esteja mais com tanta raiva de mim.
...
Eu chego ao estacionamento do prédio e vou em direção ao elevador, não pedi pra Julie me buscar, vim de táxi mesmo. Eu não disse a ela que estaria voltando, queria fazer uma surpresa.
Dessa vez vez meu vôo chegou um pouco mais tarde do que eu previa e ao olhar no relógio enquanto o elevador parece subir mais lentamente do que costuma fazer, eu vejo que já são quase seis da tarde.
O elevador se abre e eu caminho pelo nosso corredor e só então me dou conta que senti muita falta daqui, como se eu sempre tivesse morado neste lugar e não pertencesse mais a Nova York como eu costumava sentir.
Eu ando alguns passos e paro um pouco de frente a porta do apartamento dela. Eu respiro fundo, eu não posso simplesmente acabar de chegar e correr até ela, por mais que eu queira fazer isso.
Então eu continuo meu percurso e giro a maçaneta da porta do nosso apartamento. Eu abro a porta e entro empurrando minha mala. Ouço risadas na cozinha e Julie grita meu nome e vem em minha direção.
Ela me abraça,eu retribuo e assim que ergo meus olhos enquanto a abraço vejo que ela também está aqui. Molly está bem na minha frente e ela está linda com aquele sorriso que eu desejei tanto ver esses últimos dias.
Mas ela não está só.
Tem um cara do lado dela.
O cara não está só do lado dela, ele tem os braços envoltos nela. Ela já não parece mais tão confortável como quando eu cheguei.
E enquanto o sorriso dela vai desaparecendo aos poucos enquanto eu a olho nos olhos, vê-la tão perto assim desse cara, vai acabando comigo.
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O Irmão Da Minha Melhor Amiga
RomanceMolly está feliz, aos vinte e dois anos está cursando administração em uma ótima universidade, é vizinha de apartamento de sua melhor amiga e tem o melhor e mais perfeito namorado do mundo. Mas tudo de repente muda no momento em que Chris, o irmão d...