Planos

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Assim que Harry se manifestou para ir embora, eu me levantei, não só por estar disposto a ir com ele, como fazíamos sempre que saíamos junto, mas também porque eu sentia que devia desculpas a ele por ter contado ao Nick coisas que eu sabia que ele confessava apenas a mim.

A culpa me corroia. E eu não estou me referindo apenas a esse momento, a culpa me acompanhava todos os dias por ver o quanto o relacionamento de Harry e Louis era doentio e eu não fazia nada para melhorar isso.

Eu temia pelos dois. Temia por imaginar aonde esse relacionamento os levaria e todas as consequências, principalmente as psicológicas, que isso traria aos dois. Eu sabia que Louis o amava, mas não havia apenas amor ali. Havia muito mais. E eu me preocupava com Harry e, principalmente, com Louis.

O que lhes restaria se um dia houvesse uma separação? O que lhes restaria se algum dia Louis saísse do controle e externasse sua obsessão de forma violenta?

Harry o endeusava, o tratava como o único homem na face da Terra e não que eu esperasse algo diferente quando se ama alguém, mas o quão destrutivo essa devoção pode ser?

Por enquanto, as consequências ficavam só na carreira profissional de Harry e, embora eu já achasse que era coisa demais, eram coisas reparáveis e Louis supria isso de outras formas. Mas e quando afetasse algo irreparável? O que restaria de Harry? O que restaria de Louis?

– Me desculpe, Nick. – Eu disse me levantando. – Mas eu preciso ir atrás do Harry e pedir desculpa. Eu não devia ter te contado.

– Senta aqui, Niall. – Ele me puxou para voltar a me sentar a seu lado. – Nós temos muito o que conversar. – Ele pediu ao garçom mais uma rodada de cerveja e mal me deu tempo de me manifestar. – Você fez certo em me contar. Pode não parecer agora, mas fez. Quando me contou parece que tirou um peso de suas costas, você parece mesmo muito preocupado com isso.

– E eu estou. – Suspirei. – Harry e Louis foram as primeiras pessoas que eu conheci quando mudei da Irlanda para cá. Nós moramos no mesmo prédio e eles foram totalmente amáveis comigo e me ajudaram muito em minha adaptação. Foi inclusive o Harry que me arrumou o emprego no teatro e foi aí que eu comecei a perceber o ciúme do Louis. Ele começou a ter ciúme de mim, dá para acreditar?

– Dá. Você é bem gatinho. – Ele deu de ombros e eu ri, pois era uma pergunta retórica.

– A questão é que eu jamais faria isso com eles. Eu respeito o relacionamento das pessoas... – Mas ao terminar de falar a frase eu me calei, porque não era verdade. Eu não respeitava o relacionamento de Liam e Sophia. E novamente o peso da culpa atingiu meus ombros.

– Você está bem, Niall? – Nick colocou o braço sobre meu ombro e me afagou rapidamente.

– Esquece o que eu falei. Eu sou um idiota. – Sentenciei e bebi minha cerveja em um gole só.

– Ei, vai com calma. – Ele tirou a garrafa de minha mão. – Por que não termina de me contar essa história?

– Eu não respeito o relacionamento dos outros, é isso.

– Você e o Harry já...? – Ele olhou para mim em expectativa, nem terminando a frase.

– O que? Não! Está louco? Harry é meu irmão! – Disse tudo muito rápido, querendo acabar com qualquer possibilidade que ele possa ter criado em sua mente. – Eu estou me referindo a outra pessoa. Eu jamais pensaria em Harry ou Louis desse jeito, chega a ser um pecado. – Eu terminei e ele riu nasalado.

– Ok, desculpa, eu me precipitei, mas termine de me contar.

– Louis começou a sentir ciúme de Harry perto de mim o tempo todo, já que íamos e voltávamos juntos do trabalho e eventualmente saíamos para tomar alguma coisa, como fizemos hoje. Ele me viu como uma ameaça e achegou mesmo a me ameaçar. Vindo perguntar quais eram as minhas intenções com Harry e dizendo que eu jamais tocaria nele, que Harry era dele e mais alguns absurdos. – Senti a tristeza me alcançar e pedi outra cerveja. – Eu tentei de todas as formas dizer a ele que Harry era meu amigo e apenas isso, mas ele não pareceu muito convencido. E então ele me apresentou seu melhor amigo de faculdade: Liam.

Blue Strings - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora