Blue Strings - L.S

Busque o seu melhor

Niall estava na portaria do prédio quando eu estacionei para deixar Harry ali. Parecia tenso e tinha um envelope nas mãos, imaginei que tinha seguido meu conselho e escrito uma carta para Liam.

– Tome cuidado, ok? – Harry disse pela milésima vez. – Não coloque caraminholas na cabeça, Liam só precisa da ajuda que você já teve, então...

– Vou ficar bem. – Eu o abracei, interrompendo-o antes que ele fizesse outro grande discurso sobre como eu estava bem. – E caraminholas? Quem é você? Minha avó? – Ri.

– Eu tenho uma alma vintage. – Disse convencido e para ilustrar, mexeu no lenço que tinha enrolado no pescoço. Eu gargalhei. – Essa foi a coisa mais gay que eu já fiz em toda a vida. – Ele brincou.

– Tenho que discordar, a coisa mais gay que você já fez em toda a vida foi rebolar no meu pau ontem à noite.

– Você é tão sujo, Louis. – Provocou.

– Oi, casal. – Niall se pronunciou. – Vocês sabem que eu estou aqui ouvindo tudo, né?

– Claro, inclusive, se quiser participar, Niall. – Brinquei. – Estamos em uma fase de experimentar coisas novas. – Pisquei e Niall gargalhou.

– Quer que chame Zayn também? Podemos fazer tudo aqui mesmo na rua, o que acha? – Entrou na brincadeira.

– Seria perfeito!

– Parem de ser pervertidos, vocês dois. – Harry riu. – Vai logo para voltar logo e...

– Fique bem, eu sei. – Completei e Harry assentiu, me dando um beijo rápido em seguida.

– Entregue a ele. – Niall estendeu o envelope. – Diga que eu sinto muito e que eu sempre vou desejar tudo de melhor para ele, porque tudo o que eu quero é que ele fique bem, você pode ler para saber qual o melhor momento para entregá-la. Eu juro que deixei a minha alma e o meu coração nessa carta.

– Eu vou fazer o meu melhor, prometo. – Ele assentiu. – Volto mais tarde. – Pisquei e Niall sorriu, indo para junto de Harry.

Foi Sophia quem me recebeu na casa de Liam, ela parecia cansada e eu nem imaginava como tudo estava sendo para ela. Me levou até a piscina, onde Liam estava sentado, com uma garrafa de uísque por perto.

Quando me viu, ergueu-se esperançoso, provavelmente esperando ver alguém junto de mim. Esperando ver Niall.

– Oi, Payno. – Tentei.

– Oi. – Limitou-se a responder.

– Você voltou a fumar? – Olhei o cinzeiro cheio e a carteira de cigarros sobre a mesa. – Que merda, cara.

– Por que está aqui, Louis? – Me encarou. – Veio me dizer que ele está feliz com outro e eu tenho que desistir?

– Não. – Me sentei. – Vim te dizer que sei o que é estar aí no seu lugar e sei que você está se odiando por isso, porque não havia um dia em que eu não odiava a minha vida e as coisas que eu fazia. E sei que o pior disso tudo é que você quer fazer diferente, mas não consegue.

– Ele me ama, Louis. Eu não sei porque está fazendo isso comigo. Eu quero fazer as coisas certas agora.

– Sabe, Li, eu fiquei muito mal quando Harry e eu terminamos, eu tive pesadelos horríveis com ele namorando outro cara e isso me apavorava tanto que eu sentia vontade de correr atrás dele e nunca mais deixá-lo sair de meu lado.

– É isso que quero fazer! – Ele disse com convicção. – Quero ir até lá e pegar o que é meu. Niall é meu. Aquele psicólogo de merda nem o conhece, eles se conheceram ontem! Eu quero socar ele por achar que tem o direito de tirar Niall de mim, quero fazê-lo arrepender-se de um dia ter tocado nele. – Seus olhos faiscaram e eu suspirei.