Blue Strings - L.S

Trate as pessoas com gentileza

Olá, amores! Eu voltei!!!! É para glorificar de pé, irmãs! 

Sei que sumi por um longo período, mas agora minha vida está voltando ao normal, o que significa que não teremos mais um hiatus como esse. 

Espero que não tenham desistido de mim <3
Boa leitura!  

- X - 

Meu cérebro não funcionava direito. Para ser sincero, eu nem sei como peguei a chave do carro ou caminhei até a garagem. Tudo era um borrão, como se o mundo tivesse parado de girar após as palavras de Sophia.

Liz foi minha primeira paciente na oncologia pediátrica e eu estava apavorado quando a conheci, eu queria aquilo mais do que qualquer coisa na vida, mas é óbvio que ainda tinha medo.

Lidar com pacientes era algo muito complexo, quando eles eram crianças, tudo era ainda mais complexo e delicado, associar isso a um estado terminal criava um sentido muito mais intenso sobre cuidar de pessoas.

Mas Liz me deu coragem. Ela era a coragem em pessoa, eu sempre dizia isso a ela, mesmo nos momentos mais difíceis, ela não desistia. Sua força também me deu coragem para continuar trabalhando ali. Eu poderia ajudá-la e juntos seríamos mais fortes.

Foram diversas idas e vindas do hospital, algumas com o mesmo problema respiratório e outras com complicações decorrentes do tratamento.

Mas, até hoje, ela havia vencido todas e, por mais que meu conhecimento médico me fizesse ter clareza sobre a doença, eu queria acreditar no milagre da cura de Liz, principalmente quando minha mãe passava pelo mesmo.

– Louis. – Harry me chamou pelo que parecia ser a quarta vez. – Olhe para mim. – Ele me segurou. – Amor, o que houve? É o Liam? – Estava visivelmente preocupado com o meu estado. – Louis fala comigo.

– É a Liz. – Meus olhos marejaram. – A Liz está me deixando, Harry...

Ele pareceu entender imediatamente, pois me puxou para um abraço forte, me fazendo afundar em seu peito.

– Eu te levo até lá, amor. – Pegou a chave que estava em minhas mãos. – Não vou te deixar dirigir nessas condições. – Vem, vamos até o hospital.

Pude ver minha mãe e irmãs nos olhando enquanto Harry tirava o carro da garagem. Imediatamente me arrependi das lágrimas que derramei. O que elas estariam pensando de mim agora? Estariam duvidando de minha capacidade como médico? Ou então de minha força para manter a calma quando minha mãe estivesse nessa situação?

Senti um nó em minha garganta. Tudo o que eu não precisava agora e pensar em minha mãe.

Assim que chegamos ao hospital, encontrei os pais da pequena garota aos prantos na recepção.

– Dr. Tomlinson. – A mãe dela me chamou. – Por favor, doutor. Ela não consegue respirar e estava com muita dor. Eu... – Ela mal conseguia comunicar-se. – Por favor! – Implorou.

– Eu ainda não tive muitas informações, mas volto assim que tiver notícias.

– Ela vai ficar bem, não é? – O pai de Liz perguntou. Por um momento, senti que não seria capaz de responder. Senti o aperto reconfortante de Harry em minha mão e tomei coragem para responder.

– Eu não sei. – O choro da mãe aumentou. – Eu preciso ter acesso ao quadro clínico, volto assim que puder. – Me soltei de Harry que acenou com a cabeça, me deixando ir.

Quando cheguei à UTI, pude ter uma ideia do quão grave era a situação, havia, pelo menos, seis pessoas em cima de Liz, cada um realizando um procedimento diferente.