Aqui e agora

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Não sei por quanto temos eu e Zayn ficamos focados um no outro. Mas depois de dizer que ele mentiu para mim, nenhum de nós disse mais nada, apenas olhando um nos olhos do outro. Eu buscava desesperadamente algo em que me segurar para não desabar totalmente e ele me olhava desolado e com medo.

– Leve o Niall para a casa, conversem lá. – Harry disse para Zayn. – Acabamos ganhando uma pequena plateia. – Riu sem humor, olhando para trás e vendo alguns atores e funcionários olhando a comoção.

– Você quer ir para a casa comigo? – Perguntou receoso, ele me olhava como se eu pudesse quebrar e me desmanchar se ele me tocasse com um pouco mais de força. Zayn estava assustado.

Eu apenas assenti, caminhando para o carro sem olhar para trás. Não queria correr o risco de reviver tudo o que tinha acontecido ali.

Parte de mim via o medo de Zayn em me tocar ou em dizer algo errado como algo positivo, como se ele realmente se importasse comigo e não quisesse que algo assim me magoasse. Essa parte ingênua ainda acreditava que tudo o que Liam disse era mentira, porque Zayn era bom demais para me machucar do jeito que mais dói.

Essa parte ingênua era a mesma que acreditava que um dia Liam seria totalmente meu, o que fazia com que tudo ficasse pior.

Por outro lado, havia aquela voz irritante gritando que eu havia sido um grande idiota por ter acreditado, que eu sempre seria aquele garoto imbecil que nunca foi de fato amado por nenhum dos homens a quem escolheu entregar seu coração.

Aquele garoto tão fácil que merecia ter Liam dizendo que eu precisava mesmo de alguém para me colocar na linha, porque, caso contrário, cederia a qualquer um que tivesse um sorriso bonito.

Me sentei no carro e senti as lágrimas cobrirem meus olhos. Mas assim que ele se sentou do lado, segurei o choro e senti um nó se formar na garganta.

– Converse comigo. – Ele pediu desesperado, olhando para mim, mas eu não consegui encará-lo, caso contrário, não conseguiria mais parar de chorar. – Por favor...

– Em casa. – Era para ser uma resposta curta e simples, mas quando a realidade de que "casa" significava o apartamento de Zayn, senti vontade de chorar novamente. Eu não tinha mais uma casa minha. Eu havia aceitado dividir a vida com ele.

O moreno continuou me olhando, mas pareceu perceber que não teria mais nada de mim, então fungou uma vez e finalmente deu partida no carro.

O caminho foi silencioso, mas em algum momento do percurso, ele colocou a mão sobre minha coxa, fazendo um carinho tão gostoso ali que, involuntariamente, minha mão se uniu à sua. Quando me dei conta do que havia acabado de fazer, corri meus olhos para o local, mas ao ver nossas tatuagens unidas, juntando as duas partes da combinação exata de yin e yang, eu não tive coragem de separá-las.

Zayn havia sido tão diferente de tudo o que eu já havia experimentado que era difícil imaginá-lo como aquele vilão pintado por Liam, ele havia sido tão compreensível e amável que ele realmente merecia ser ouvido.

Eu não deveria jogar fora os últimos meses com ele por conta de cinco palavras raivosas e até irônicas de alguém que mentiu para mim centenas de vezes. Olhando nossas mãos unidas eu só conseguia pensar em como Zayn merecia ser ouvido sem o peso do pré julgamento que aquelas palavras tinham.

Eu estava pronto para sair assim que ele estacionou na garagem, mas ele não deixou que nossas mãos se desgrudassem, me puxando para finalmente olhar em seus olhos.

– Eu te amo. – Havia um desespero escondido em sua voz. – Nunca duvide disso, nem por um segundo.

– Eu não vou. – Sorri fraco e acariciei seu rosto, deixando um beijo casto em seus lábios. Isso pareceu tirar um peso enorme de seus ombros.

Blue Strings - L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora