64°

7.9K 350 8
                                    

Ali on:
Graças a Santa Trindade, estamos, finalmente, no final de Junho. Quase férias. Na verdade, faltam exatamente dois dias para sairmos deste cativeiro a qual eles denominam de colégio. Mas claramente, junto com a aproximação das férias, veio a aproximação da festa de 50 anos da escola. E junto com isso, a ida para o inferno das vidas sociais minha, de Léo e Mel. Mas óbvio, nossos amigos maravilhosos nos ajudaram muito nessa última semana. Ajudaram do nível de passar todas as tardes com a gente, nos ajudando a organizar os últimos detalhes. Falta pouco mais de uma semana para meus dezoito anos, também, e eu realmente não estou muito animada para a vida adulta, depois das últimas conversas via telefone que tive com meu pai. Sr. Caio Saunders simplesmente quer empurrar a Saunders para os filhos, mesmo tendo outros dois sobrinhos. Mas fazer o que? Eu já cresci escutando isso, e também não faço a menor ideia de qual outra profissão eu seguiria. Ah, eu tenho falado muito com o Caique e a Brenna já tá até conversando com as meninas, eles vem pra cá nas férias. O Pirata tem participado de todos nossos rolês. Na verdade, ele que tem arrumado todos. Aí vocês já sabem, ressacas infernais seguidamente. E o Léo, por algum motivo do destino, tá muito nervoso pra essa caralha de festa. Nem pela festa, e sim porque nossas famílias foram convidadas e meu irmão vai apresentar a Bia aos meus pais, então ele também quer me reapresentar aos dele, agora como namorada. Preciso dizer o quão estou considerando muito importante? (~~ironia~~) O tio Alex e a tia Cris já me conhecem, gostam de mim, fim.

Diih: Vocês vão ficar aí moscando enquanto a gente vê as coisa, mesmo? -perguntou atônita, enquanto checava as cores de toalha de mesa em uma folha.

Nunca pensei que viveria pra ver a ruiva linda que eu achava vadia da Integral, de calça de moletom, blusa de manga comprida de lojinha de esquina, bota ugg, rabo de cavalo, rímel borrado de coçar os olhos de sono, quase suando e, ainda por cima, falando comigo como amiga. Tá, essa última parte eu acho que o Math nunca imaginou viver pra ver. Porque eu não ia assumir que era assim nunca.

Léo: A gente tá procurando o número do cara dos tapetes, sua anta. -respondeu empurrando minhas costas para frente pra pegar outra agenda.
Mel: A Ali tá moscando mesmo. -disse jogando uma bolinha de papel em mim.
Ali: Cadela! -berrei desviando.- Não to moscando porcaria nenhuma. -falei me ajeitando no colo de Léo, que estava na torre de cadeiras.

Cadeiras alugadas que acabaram de chegar, porque um internato particular, onde a mensalidade é um rim e só estudam milionários não tem dinheiro pra suas próprias cadeiras e mesas de festa. Vê se pode.

Ali: Tava pensando. -sacudi a cabeça para focar na festa.- Diih! -gritei e ela rapidamente se virou.- Tua prima é legal?
Léo: Não é mais fácil perguntar pra mim se minha irmã vai gostar de ti?
Ali: Não. Vocês são irmãos, tu sempre vau exagerar sobre ela. Se não disser que ela é muito insuportável, vai dizer quer ela é um amor de pessoa e vai me amar. -reviro os olhos.
Diih: Ela não é a pessoa mais legal, nem a mais simpática do mundo. Mas não vai ser um problema. -deu de ombros.- Ela é um problema pra todas nós, menos pra ti.

Ahn? Será que a... A irmã do Leonardo (até hoje não sei o nome dela) não gosta das gurias? Se não, nos vamos sim ter um problema. Ninguém mexe com minhas cachorra, ué.

Bia: Por que? -perguntou saindo de trás da torre de mesas.
Anne: Porque ela é gostosa para um senhor caralho e esses merda babam nela. -bufou.
Math: Vou facilitar pra ti, mana. -disse abraçando Bia.- Eles me mostraram uma foto dela esses dias. Ela é mais que tu, menos que a Brenna. Dá até pena do o que vai acontecer com eles quando verem a Bre. -riu.
Ali: Olha só, MEUS GURI. -gritei a última parte e Iam, Jack e Igor apareceram.- Nada de falar da Bre, e nem deixar transparecer que vocês acharam ela gostosa pra porra quando conhecerem ela, tá bem? O Pirata é ciumento pra caralho. -avisei e sorri como se fosse algo bom.
Math: Eu quase apanhei dele uma vez. E eu sou primo dela. -contou com uma expressão assustada.

É. Namorar à distância aumenta o ciúmes, né? Sempre com uma pontinha de desconfiança quando tá longe, e quando tá perto não quer ninguém na volta. Acho que rola uma competição de ciúmes entre mim e o Pirata. Todos os, poucos, meninos que eu quase namorei, eu sentia um ciúmes absurdo. Graças a Deus, eu e o Leonardo somos quase obrigados a estar sempre grudados. Às vezes eu até chego a enjoar da cara desse menino.

Léo: Amor. -me chama, depois que cada um volta aos seus afazeres.
Ali: Oi. -respondo largando a agenda e o caderno no topo da torre de mesas.
Léo: Quando eu conhecer teus pais... -começou fitando a piscina.
Ali: Espera aí, tu quer conhecer eles agora? -perguntei me apoiando entre as pernas dele, já que ele tava um "pouquinho" mais alto.- A gente pode esperar mais um tempo se tu quiser. Nem vou ficar muito tempo com eles mesmo. -revirei os olhos.
Léo: Alícia, para com essa mania irritante de virar o olho. Tu ainda vai ficar vesga.
Ali: Tá. Tu vai falar com eles sábado e pah. -bufei.
Léo: Se teu pai chegar e falar "quais suas intenções com a minha filha?" o que eu falo? -rimos.

Oi? Meu pai vai falar "Muito prazer, acho muito interessante tu e a Alícia namorarem. Além de juntarem as empresas, juntam as famílias que são amigas desde o colegial.", fim. Mal vai olhar na cara dele.

Ali: Ele não vai perguntar. -afirmei rindo.
Léo: A Mel também disse isso pro Iam, e ele falou que o seu Carlos perguntou. -deu de ombros.
Ali: Responde que tu vai me fazer feliz. -sorri e ele ergueu as sobrancelhas pedindo para que eu continuasse.- Sendo meu escravo. -conclui, ainda sorrindo.
Léo: Posso falar que vou te encher de pizza até ninguém mais querer olhar pra ti? -abraçou minha cabeça.
Ali: Gostei da ideia de me encher de pizza, mas eu sou magra de ruim. -rimos.- Agora me solta porque tu tá estragando o a minha franja que eu demorei uma hora pra amarrar. -mandei dando tapas no braço dele.

Ele me soltou e nós continuamos a fazer nossas coisas. Até que, lá pelas 17h eu comecei a sentir uns pingos de água.

Diih: AÍ CARALHO! EU FIZ CHAPINHA HOJE DE MANHÃ. -gritou entrando debaixo da área coberta do pátio.
Igor: Para de escândalo que tu faz tanta chapinha que já consegue fazer em dez minutos, de tanta prática. -disse colocando algumas mesas para a parte coberta.
Ali: A gente continua amanhã, porque eu não to afim de ficar aqui nas grama chovendo. -falei pegando a pilha de agendas.

Nós guardamos todas as mesas, cadeiras e coisas da decoração da festa na área coberta e fomos fazer outras coisas. Espero que sábado não chova. Eu não tive todo o trabalho que tive, pra chover no dia.

A Bela E A Fera No InternatoOnde histórias criam vida. Descubra agora