A Bela E A Fera No Internato

76°

Música: Saiba- Class A.

Ali on:
Tudo já tava me agonizando naquele salão. Eu sou muito ansiosa pra esperar eles cumprimentarem todos os convidados. Cacete. Tem quase 500 fucking convidados. Isso até desanima qualquer mau-humorado à se casar. De modo que, eu to desistindo até de imaginar, só de preguiça. Tem tanta gente nessa caralha que nós nem fomos os primeiros a entrar no salão, mas estamos esperando mais de meia-hora eles (os noivos) cumprimentarem os convidados que tão entrando. Já deu até tempo de eu ir trocar de vestidos, e Math e Caíque colocarem uma camisa normal. Não é por nada, mas esse "look" deles tá a coisa mais linda do mundo (~ironia~). No caso do Caíque: calça social, camisa do Tupac (sim, ele colocou uma camisa com a cara do Tupac, estando de calça social), Vans azul-marinho e boné da Nike. O Math: calça social, camisa da DGK (sem muitos detalhes porque vocês já sabem o nype), Vans preto (quase cinza, de tão velho) e boné da Cocaine & Caviar. Eu gostaria de perguntar para eles qual diabinho que colocou na cabeça deles que aquilo era decente. Porém, eu sabia que se fizesse isso eles iam tentar me matar.

Math: Ô demora do caralho. -resmungou, cortando um guardanapo em vários pedaços.

Estar rasgando um guardanapo só significa uma coisa: estar morrendo de tédio. O pior é que nós todos dividíamos o mesmo sentimento. Que graças à Deus, pode se concentrar só na nossa mesa.

Diferente dos outros casamentos que eu fui (não que eu tenha em muitos, a maioria da família), as mesas eram retangulares e compridas. De modo que, todo nosso grupinho conseguiu sentar junto. A ideia foi do Pirata, ele disse que seria ruim separar os grupos e meio que forçar os restos a se misturarem. Já que a maioria dos grupinhos odeiam os outros grupinhos. Cá entre nós, isso é ridículo, mas é uma verdade.

Ali: Eu to com fome, porra. -resmunguei, jogando minha cabeça para o lado, e apoiando-a no ombro de Leonardo.

Todos soltamos um suspiro juntos.

Por que a Brenna e o Pirata tinham que conhecer tanta gente, caralho?

Pra melhorar a situação, o Caíque tava, claramente, a ponto de ter um treco. E eu não fazia ideia do porquê. Ele não parava de batucar com os dedos na mesa, ficar olhando os celular toda hora, como se esperasse uma mensagem. E cada vez que uma guria loira passava pela mesa ele congelava. E isso só começou quando a gente entrou no salão.

Math: Caíque, que porra tá acontecendo, mano? -Matheus, novamente, lendo meus pensamentos.
Caíque: Nada, mano, na... -ele mesmo se interrompeu para ver uma guria loira passar.- Mano, já volto. -avisou se levantando.

Sabe quando tá acontecendo algo estranho que todo mundo quer saber, e quando a pessoa vai responder, acontece algo e ela foge? Foi isso. O Caíque saiu e deixou a mesa inteira olhando pro além, com cara de paisagem. E o pior: pra ir atrás de uma guria que nem olhou pra ele. Normalmente, as gurias passam babando, ele ignora, quando ele resolve que tem que trocar saliva, ou dar umazinha, ele chama e elas vêm.

Diih: Espero do fundo do meu cocore que essa mina que ele saiu correndo atrás seja a que ele tá ficando, e ele foi buscar ela apresentar pra gente. Porque, sinceramente...
- Eu não aguento mais esse suspense. -todas completamos juntas, e os guris ficaram nos olhando como se tivéssemos executado a pior das bruxarias.

Ficamos falando o quanto estávamos sentindo vontade de estrangular o Caíque, por ele estar escondendo uma possível nova amiguinha. E deixando as meninas em minoria. Toda vez que tínhamos que decidir um rolê, e a gente queria ir pra um lugar e os guris pra outro, eles faziam a gente fazer votação. Óbvio que eles sempre ganham, o Caíque deixa eles em maioria.