Capítulo 6

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Cai no sono em meio às lágrimas e tive vários pesadelos durante a noite e mal consigo me mexer. Acho que tantas emoções não me fizeram bem, estou tendo calafrios e com certeza minha febre voltou. Minhas costelas doem, com certeza os pontos na minha cabeça se romperam não me lembro de ter feito tanto esforço, mas sinto como se tivesse sido atropelada, na verdade, foi quase isso.

Abro os olhos e o quarto está vazio e provavelmente ninguém entrou, pois, as frutas não foram trocadas e não tem uma bacia com água na mesinha para lavar o rosto. Me levanto com um pouco de esforço e procuro a minha mala, ela está no canto da cama, vasculho as roupas e está tudo lá, tiro a camisola e coloco um vestido leve, eu vou embora agora pela manhã, não fico mais nem um segundo nessa casa.
Estou pronta para partir e não vou negar que estou com muito medo, vai ser uma longa caminhada e só Deus para mim, ajudar. Pego minha mala e saio do quarto, ando pelo corredor, ouço barulhos estranhos e risadas, eles ficam mais fortes até que paro em frente a um quarto que está com a porta encostada e a minha curiosidade é bem maior do que minha razão, e empurro só um pouco.

Estou sem palavras para expressar o que estou vendo.
-Olha meninas! acho que mais alguém quer juntar-se a nós.- Ele fala alto e todas aquelas garotas olham para mim. Fico morta de vergonha.
Me viro rapidamente, fecho a porta e saio correndo seguindo o corredor, desço uma escada muito longa, minhas costelas estão me matando, mas só vou parar quando eu estiver fora dessa casa...continuo a correr e só paro em frente a uma grande porta, me apoio em meus joelhos e tento recuperar meu fôlego. Me levanto e puxo a maçaneta da porta que está trancada, fico nervosa, e agora como vou sair!? alguém precisa abrir! Olho para um lado e para o outro e não vejo ninguém. Eu preciso pensar em como vou sair. Até que o ouço alguém descendo, me viro rápido para ver quem é e não gosto da surpresa, dou passos para trás já tremendo.
-Ora, ora quem diria que a senhorita Forbes iria embora sem se despedir, confesso que estou magoado. Fui um ótimo anfitrião e é assim que você me recompensa?- Ele desce degrau por degrau sem a menor pressa, e está sem camisa só de calças e sem sapatos, seu olhar negro parece de um predador encurralando a presa, e eu sou essa presa.

Cada passo que ele dá eu dou um para trás, até que encosto na porta, meu peito sobe e desce com a minha respiração que começa a acelerar, eu estou com medo e isso é evidente pela minha expressão. Ele parece gostar de me ver assim, o seu sorriso de canto demonstra isso.

Olho para o lado na tentativa de achar um escape.
- Se a bela donzela acha que vai conseguir fugir de mim, está muito enganada, só vai sair quando eu quiser, e bom no momento eu não quero. Entretanto você me deve e vai ter que pagar.- Ele anda de um lado para o outro em minha frente, e a sua voz parece mais afiada que uma espada e me dilacera por dentro...por saber que contra ele eu não tenho chance.
-Eu não lhe devo nada! Não lhe pedi para cuidar de mim, só era ter deixado eu morrer!- Grito com raiva e reprimo as lágrimas que querem descer.
-Muito bem!...posso fazer isso agora, se preferir, e vai me poupar tempo e paciência.- Ele me encara de forma fria e vazia me olhando nos olhos, e por um segundo eu vi seus olhos mudarem de cor e ficarem vermelhos. Pisco algumas vezes e acho que foi só impressão. Estou paralisada de medo, pois, ele disse que me mataria.
-Eu...eu não quero morrer, só quero voltar para casa!...me deixe ir por favor!- Junto às mãos implorando e sinto as lágrimas começarem a jorrar. Não me resta mais nada, a não ser implorar pela minha vida.
-Quem diria que a garota indomável iria implorar por sua vida. Pelo visto você não é tão durona quando se trata em se manter respirando, e isso é ótimo. Não vou fazer nada, não agora, mas tente fugir novamente e verá do que sou capaz.-Ele cheira o meu pescoço e eu fico imóvel e só sinto um arrepio percorrer todo meu corpo e sei que estou em perigo.

Ele se afastar e me analisa com um sorriso de satisfação, ele sente prazer em meu medo. Não consigo segurar uma lágrima que rola pelo meu rosto que me faz engolir em seco, mas continuo a encara-lo com raiva.
-Você é uma farsa, se fingiu de bom moço no baile, mas não passa de um verme nojento!- Falo entre os dentes com a voz embargada e com desprezo. Ele se aproxima de vez e segura meu rosto apertando e me fazendo encarar seus malditos olhos negros, enquanto nos meus as lágrimas rolam livremente.
-Pelo visto a coragem voltou, então você me acha um verme? Eu vou lhe mostrar do que o verme aqui é capaz e você vai se arrepender de ter aberto essa boca suja.- Sua expressão é de uma pessoa sem coração, oca, complemente vazia de qualquer sentimento, o tom de sua voz me deixou sem chão, e ao ele soltar meu rosto eu acabo caindo de joelho e sei que ele cumprirá com sua palavra. Porque eu abri essa minha boca grande?

Como se eu fosse uma pena ele me levanta pelo braço e me coloca de pé, eu não vou dizer, mas nada já complique minha vida demais por um dia.
-Agora o gato comeu sua língua, não é?... deveria ficar mais calada e evitaria ter que pagar por falar besteira, e sim, eu sou um ótimo rapaz, todas as garotas dariam tudo para se casar comigo, aí aparece você! uma órfã que não tem onde cair morta e diz que não quer nada comigo, eu precisava tirar essa história a limpo e descobri que você é uma idealista cheia de tolices na cabeça. Eu não queria casar, sabia que ainda no cortejo a que eu escolhesse iria se entregar fácil. Porém, você foi diferente, não aceitou porque sua amiga se apaixono por mim, que nobre da sua parte, mas olha como é o destino, eu nem precisei me esforçar, ele me trouxe você e tenho planos excelentes para nós. Não precisavam brigar, eu aceitava às duas e em breve apareço por lá para conversarmos.- Bato em sua mão que segura uma mecha do meu cabelo. E seu sarcasmo me enche de raiva. Mexer com minha amiga eu não vou deixar!
-Nem ouse chegar perto dela! pode fazer o que quiser comigo, mas deixa ela em paz, ela merece coisa melhor do que você!- Cuspo as palavras rangendo os dentes de raiva e nem ligo que ele vá me castigar
- Você me surpreende com tanta coragem, e não tenha dúvida de que farei o que eu quiser com você, não se preocupe eu nem vou fazer esforço, pois, pela forma que ela me olhava na festa será fácil, fácil.- Ele alisa os próprios lábios com o polegar, enquanto me analisa e esta sendo debochando. Desgraçado! Sorrir e vira subindo as escadas e eu fico parada ali e vejo meu mundo desabar sobre a minha cabeça. Não faço idéia como vou me livrar de tudo isso.

Eita que as coisas vão ficar tensas. Kkk bjs 😙😘

Protegida Pelo Monstro- Trilogia "Protegida" Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora