capítulo 7

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Fiquei ali parada em frente a porta e me vi a um passo da liberdade, mas infelizmente não poderei sair, não agora, mas na primeira oportunidade que eu tiver eu fujo.

Subo de volta e passo pelo corredor agora em silêncio, sigo até onde antes era o meu quarto e coloco minha mala de volta no canto e me sento na cama, deixo as lágrimas rolarem.
O que será da minha vida agora que estou aprisionada por um sádico que pensa que sou dele? Eu preciso achar um jeito de sair desse lugar, o castelo é muito grande, eu me perderia facilmente, a fome castiga meu estômago, necessito comer algo ou vou acabar desmaiando.

Saio novamente do quarto e preciso achar a cozinha, desço para o salão principal que têm vários portas, vou à Porta esquerda e é só um escritório, ando um pouco mais para direita e está trancada, paro e descanso, subo novamente e o corredor é extenso eu não sinto cheiro de comida, isso está dificultando encontrar a cozinha, continuo a andar e entro em várias portas e acho outro corredor e nem sei como cheguei ali, meus pés estão doendo de tanto andar e a minha cabeça também, estou fraca já tem 1 dia e meio sem comer só come algumas frutas e não foram o suficiente.

Sinto cheiro de comida e meu estômago ronca, anda um pouco mais e paro em frente a uma porta, enfim encontrei a cozinha, entro rápido e todos me olham assustados.
-Desculpe atrapalhar, mas eu estou com muita fome...me deem algo para comer, por favor!- Me apoio na mesa. Nesse momento não ligo se estou sendo indelicada.

Eles me olham e um homem dos olhos azul se aproxima  me ajudando a sentar, e me dá um pão que eu começo a comer como se fosse a minha última refeição, ele me dar chá que também bebo rápido quase me engasgando. Eu sei, parece exagerado, mas estou mesmo com fome.
- Calma senhorita, têm muita comida ainda. Pode comer o quanto quiser.- Sua voz é grossa, mas soa gentil. Me fazendo sorrir agradecida.

Termino de comer dois pães e um pedaço de bolo, e já me sinto bem melhor!
-Obrigada...- Sorriu, e abaixo a cabeça, seu olhar é tão intimidador quanto o do maldito arrogante.
-Me chamo Mike Nolan...e senhorita quem é?- Ele fala pegando minha mão e beijando. Com um olhar galante, mas respeitoso.
- Eu sou Katherine Forbes.
Sr. Nolan, você salvou minha vida, julgo que se eu ficasse mais algumas horas eu acabaria desmaiando.- Recolho minha mão que ele ainda segura e dou um sorriso sem graça.

- Foi um prazer ajuda-la, jamais deixaria um bela dama desmaiar de fome, é muita crueldade.-Ele sorrir, e volta ao seu trabalho ninguém dirige a palavra a mim, todos parecem incomodados com a minha presença, exceto Mike que me olha de canto de olho, eu ó ignoro, finjo não ver. Resolvo me levantar, mas me sento outra vez ao ver quem chegou.

- Que bom que achou a cozinha, ou pensou que continuaria a receber café na cama, isso é para hospedes e você não é uma, e saiba que a partir de hoje esse será seu ambiente de trabalho, durante os próximos 6 meses até quitar tudo que me deve, e ai sim estará livre para ser freira ou órfã, tanto faz.- Seu tom rude e sem um menor sentimento continua lá, ele sai sem me dar a oportunidade dizer algo.

Fico ali parada sem saber o que fazer, até que a senhora que limpava meu quarto se aproxima.

- Fique tranquila querida, todos aqui cuidamos um dos outros, e vamos ensina-la a trabalhar. Eu me chamo Amélia.- Ela sorrir super amável e logo me lembro de Juana.

- Eu fico muito agradecida, eu sei fazer um pouco de tudo, aprende no orfanato...Espero ser útil.- Me levanto indo para perto dela e ainda estou acanhada. Espero me sair bem.

- Que bom então, vou deixar você encarregada em servir a comida, esta bom para você?- Ela pergunta enquanto mexe um caldeirão cheio de carne.

- Por mim esta ótimo.- Fico á observando, ela deve ter quase 60 anos, seus cabelos grisalhos e a pele enrugada...ela deve ter vivido muitas coisas. Gosto de estar perto de pessoas mais experientes, são os melhores na hora de nos ouvir e dar conselhos.

-Hoje teremos um jantar, o Sr. Gray recebera seus amigos mais próximos, e quero tudo em perfeita ordem. Então é melhor começarmos logo. Pegue esse avental.- Ela me entrega um avental e começo a descascar batatas e Mike está me ajudando, Não sei porque, mas acho que sua roupa e seu jeito elegante não combina com um ajudante de cozinha, porém, quem sou eu para julgar? Melhor eu cuidar da minha vida.

Passamos a tarde quase toda fazendo comida e será um grande baquete, termino de guarda algumas vasilhas que não vamos mais usar e fico parada esperando às próximas instruções.

- Está esperado o que? Vá se arruma, daqui a pouco você terá que ir para o salão servir a comida, já pede a uma das meninas para buscar suas coisas, agora que é empregada não pode mais dormir naquele quarto, terá que se acomodar no quarto de empregados, e cada um aqui têm o seu, não se preocupe terá sua privacidade.- Ela segura meu queixo e sorrir de forma simpática me direcionando a um corredor próximo a cozinha. Têm várias portas, paramos em frente a uma ela abre e têm um quarto muito menor do que o de antes, mas limpo com uma cama de solteiro, uma mesinha e um armário.

- Obrigada, a senhora me ajudou muito hoje...serei eternamente grata.- digo sorrindo e entro no quarto e as minhas malas estão em cima da cama.
-Onde fica o banheiro?- pergunto me virando para ela.

- Fica no final do corredor a ultima porta, tome cuidado e tranque assim que entrar.- Depois do último ocorrido sem dúvida eu vou trancar.

-Obrigada novamente...eu vou me arrumar.- Ela vai para o seu quarto e volto para o meu, respiro fundo sentando na cama e seja o que Deus quiser.

Eu fico ali olhando meu quarto e imaginando como tudo mudou em poucos dias.

Pego meu melhor vestido que Juana fez para meu aniversário do ano passado e a tolha, sigo para o banheiro tranco a porta não quero que aconteça novamente de alguém me ver nua.

Meu banho foi tranquilo e a sensação de limpeza é maravilhosa me seco e escovo meus cabelos que estavam todos embaraçados.
Prendo ele em um coque alto e coloco meu vestido e me sinto linda quando visto ele. Termino de arrumar meu cabelo preso com algumas mechas soltas que modelo no dedo e deixo vários cachos e estou pronta.

Chego na cozinha e todos já estão arrumados, tudo está nas bandejas para ser servido.
Pego minha bandeja com pernil assado e sigo o corredor que dá na sala de jantar e a mesa já está arrumada, falta colocar as comidas e ainda não tem ninguém, acho isso ótimo, vai facilitar meu trabalho, terminamos de arrumar a mesa, ela ficou linda e me deu água na boca, pena que não vou poder comer também. Nossa! pareço uma esfomeada, mas é muita coisa gostosa junta.

Volto para cozinha e Mike sumiu, pensei que ele fosse nos ajudar a servir.
Amélia resolveu servir no meu lugar já que é um jantar importante e as outras duas garotas vão ajuda-la. Eu fico na cozinha sem saber o que fazer, até que ouço alguém me chamar.
-Senhorita, o senhor Gray está chamando-a.- Uma das empregadas me chama, não digo nada e vou seguindo ela.
Chego na sala e têm 5 homens sentados, todos muito bem vestidos e me olham como se eu fosse a atração da noite, me aproximo da mesa e o arrogante está sentado na ponta, muito bem-vestido e bonito, não sei porque reparei nisso. Foco Katherine. Digo para mim mesmo em pensamento e paro ao seu lado.
-Pensou que ficaria sem trabalhar senhorita...? Como é o seu nome mesmo?- Ele fala em seu tom debochado e sorrir me encarando.
-Me chamo Katherine Forbes, senhor.- Tento não soar desaforada e complicar ainda mais a minha vida.
-Muito bem Katherine, sirva meus convidados, podem voltar para cozinha vocês.- Ele faz um sinal com a mão mando meus colegas saírem e me deixa servindo sozinha. Vejo Amélia me dar um olhar de pena e engulo em seco.

Sirvo o vinho a todos e os homens não tiram os olhos de mim, estou ficando constrangida. Termino de servir a comida e eles conversam sobre tudo, mas o assunto primordial são as mulheres, falam só asneiras sobre nós, coisas que se às esposas deles ouvissem com certeza se matariam, eles não param de beber. Ando de um lado para o outro servindo bebidas e comida. Já estou exausta, mas finjo estar bem e continuo de cabeça erguida, e não olhei para ele nem por um segundo se quer, não quero ver seu sorriso de deboche.  Ja sei o quanto me humilhar lhe deixa feliz.

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