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Puta cólica, odeio ser mulher nesses momentos. Eu só queria me transformar numa bola e fica debaixo dos cobertores esperando e rezando para essa dor passar.

- Hey, trouxe um caldo de frango.

Laura apareceu na porta com um prato fundo.

- Quando a Luiza volta de viagem? - perguntei sentando-me com dificuldade.

- Acho que amanhã, ela está passando uma semana em casal numa fazenda, como se ela já não passasse a semana inteira com o namorado.

Eu ri.

- Deixa ela.

Comecei a tomar o caldo, que aliás estava divino.

- Desse jeito fico mal acostumada.

- Aproveita que é por enquanto, ta sentindo muita dor?

Neguei com a cabeça e enquanto assoprava o caldo na colher.

Passei a noite na cama enrolada nos cobertores, assistindo séries, comendo morango com leite condensado e massageando meu ventre. As dores tinham amenizado um pouco, mas ainda eram incomodas. Eu adorava passar a noite acordada, jogando ou assistindo algo, lendo ou simplesmente trabalhando em algum projeto. Minha mãe costuma me chamar de coruja por sempre trocar o dia pela noite. A culpa não é minha se eu simplesmente nasci com gostos e modos noturnos. Levantei algumas vezes apenas para pegar comida e ir ao banheiro, e isso fazia com que as dores voltassem. Adormeci por volta das seis da manhã, hoje era sábado então não precisaria me preocupar com trabalho. Estava de folga, já que trabalho sábado sim, sábado não.

***
Quanto acordei já passava do horário de almoço, até que acordei mais "cedo" que de costume. Tomei um banho e fui para cozinha, tinha que me alimentar já que estava à algum tempo sem uma boa refeição. Me surpreendi ao ver Laura e Luiza sentadas no sofá no meio de uma conversa animada.

- Por que não me acordaram?
Falei indo me sentar no meio das duas.

- Porque nós sabemos de seus hábitos noturnos. Está melhor? - Laura perguntou se sentando de maneira que ficasse de frente para mim.

- Senti saudades sua maluca. - Abracei Luiza.

- Eu nem tive tempo pra sentir saudades, estava meio ocupada.

Eu sorri.

- Claro, você e Jorge são como dois coelhos, não sei de onde tiram tanta energia.

Ela joga a cabeça para trás e solta uma sonora gargalhada.

- Você fala de mim, mas a senhorita e o seu querido chefe também não são dois santos. Lau me contou sobre esse lance de vocês e que você passou várias noites na casa dele. Com certeza não estavam jogando xadrez.

- Eu nem sei jogar xadrez. - falei sincera.

- Exatamente, mas outras coisas você sabe muito bem.

Me senti envergonhada já que as gêmeas riam e falavam sem nenhum pudor sobre minha vida sexual com Douglas.

- Pelo menos ela está tendo um relacionamento, melhor do que aquela solitária menina cheia de teias no meio das pernas. Me pergunto se o chefinho demorou muito pra encontrar o paraíso.

- Laura! Vocês duas, parem. Isso está constrangedor demais.

- Desculpe Jena, só estávamos brincando.

- Sem problemas, vou arrumar algo pra comer, estou faminta.

- Tem macarrão ao molho branco na geladeira. E vinho, sei que nesses dias você adora um vinho.
- Laura disse voltando-se em seguida para Luiza.

Profundo Desejo - Em Busca Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora