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Acordei de uma vez devido ao balanço do avião pousando, eu acabei dormindo depois de chorar uma quantidade significativa. Eu precisava ser forte esses quatro dias, precisava agir como se nada estivesse acontecendo.
Douglas apareceu na entrada da suíte e sorriu ao me ver acordada.

- Chegamos.

Eu sorri e levantei-me indo até ele e o abraçando.

- Que horas são?

Bocejei me espreguiçando.

- Quase onze da noite, você dormiu a viagem inteira deve estar com fome.

Foi só ele falar e meu estômago roncou.

- Como foi no ginecologista? Você não me contou.

Meu corpo endureceu.

- Foi... bem. Ele me passou o anticoncepcional, vou começar a tomar na próxima menstruação.

Falei o mais firme possível. Douglas não poderia saber que eu não tomaria o remédio, muito menos o motivo.

- Eu estou faminta.

- Vamos, no hotel comemos algo.

Ele segurou firme minha mão e puxou-me.

***

Do lado de fora do avião estava bem frio, vesti o moletom que segurava e segui Diego e Douglas para o carro que nos esperava.

- A Gabriela não virá?

Perguntei para Douglas assim que entramos no carro.

- Não, ela preferiu ficar cuidando da empresa.

Seus olhos foram para Diego sentado no banco da frente e demoraram poucos segundos. No hotel conferimos nossas reservas e para minha nem tanta surpresa, Douglas tinha reservado um quarto de casal, para que eu ficasse com ele.

- Douglas você deve querer sua privacidade para trabalhar. É melhor eu ficar em outro.

- Nada disso, vai ficar comigo.

Seu tom foi curto e grosso, sem brechas para discussão. Bufei aceitando forçadamente. Ficar no mesmo quarto que Douglas não era o que eu queria no momento, eu estava tentando evitar nosso contato físico, por motivos maiores.

O quarto era bonito, em tons de branco e dourado, cama grande e cheia de travesseiros, uma sacada com vista para a avenida onde muitos carros passavam.

Senti Douglas se aproximar pelas minhas costas e logo sua respiração estava em meu pescoço.

- O que acha de tomarmos um banho?

Seus braços contornaram minha cintura e me apertaram contra seu corpo.

- Eu posso esperar você tomar primeiro.

- Eu quero você junto a mim.

- Estou com fome.

- Podemos comer depois do banho, vamos Jena, você adora tomar banho comigo.

Era verdade, eu adorava. Não haveria mal algum.

- Tudo bem.

Ele sorriu e beijou meus cabelos. Tomamos banho juntos, mas provavelmente Douglas percebeu que eu não queria sexo, já que ele não insistiu em momento algum. Depois que nos vestimos ele pediu nosso jantar, comemos calados por um tempo.

- Por onde quer começar a exploração de Washington?

Douglas perguntou depois de um gole de vinho tinto.

- Não sei, que tal você me surpreender?

Ele sorriu e eu me perguntei mais uma vez o que ele viu em mim, aquele sorriso conquistaria qualquer uma.

***

Acordamos cedo no dia seguinte, Diego e Douglas foram para uma reunião da qual eu não precisei ir, então aproveitei o tempo sozinha e desci para a área aberta do hotel. Havia uma piscina enorme, ainda com poucas pessoas. Sentei-me numa espreguiçadeira e observei as pessoas. Eu nunca perderia esse costume de observar.

Passei as horas boas da manhã para pegar um sol, antes que ele ficasse insuportavelmente quente. Mais ou menos umas dez da manhã a área próxima a piscina já estava com um movimento grande de pessoas, turistas de vários lugares provavelmente. Eu estava bastante entediada, pensei que Douglas viria almoçar comigo, mas recebi sua mensagem dizendo que almoçaria por lá mesmo. Diante disso, fiz tudo que eu podia para me entreter, joguei, assisti filmes, dormi, comi, tirei fotos da sacada e do exterior do hotel.

***

A noite eu estava vendo uma série quando Douglas enfim chegou.

- Boa noite Jena. Desculpe por não vir na hora do almoço, a reunião se estendeu mais do que o esperado.

- Não se preocupe. Deu tudo certo?

Ele sorriu e sentou-se do meu lado na cama.

- Mais que certo, conseguimos a parceria apenas com essa reunião. Teremos todos os outros três dias a vontade.

O abracei.

- Fico muito feliz, parabéns.

Ele afastou-se e pela sua expressão vi que algo viria.

- Mas?

- Mas nós somos obrigados a comparecer a festa de gala, fomos convidados.

- E isso é ruim?

Ele pensou por um momento.

- Não, acho que não.

***

Profundo Desejo - Em Busca Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora