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DOUGLAS

Eu não conseguia ficar parado, andava de um lado para outro no corredor do hospital. Jena tinha entrado na emergência a algumas horas, ela chorava tanto que meu peito despedaçava. Ela não podia perder nosso filho, eu queria tanto ter uma família com ela.
Parei de andar ao constatar meu pensamento e sorri, eu estava fodidamente caído por aquela mulher e eu queria ter uma família com ela.

***

JENA

Acordei meio grogue, o cheiro de produto de limpeza e álcool invadiu minhas narinas. Abri meus olhos sentindo a ardência devido a luz branca no teto, eu estava numa cama de hospital, uma agulha com soro ligada a minha mão direita.

Meu bebê.

As imagens no quarto de hotel pipocaram em minha mente, mais uma vez Douglas me feria, mais uma vez eu sofri, só que agora eu sofria em dobro. Comecei a me desesperar e chorar, queria sair daqui o mais rápido possível, queria saber se ainda carregava meu bebê no ventre.
Poucos minutos depois, uma enfermeira entrou no quarto e ao me ver acordada sorriu.

- Como está se sentindo senhorita?

- O meu bebê.

Falei de supetão. Sua expressão tranquila mudou, piorando meu estado.

- Vou chamar o doutor que te atendeu.

Assim, saiu sem mais palavras. O médico então apareceu pouco depois, segurando uma prancheta e sorriu para mim.

- Como está Jena?

- Péssima, quero saber do meu filho.

- Fique calma, você sofreu um ataque de nervosismo e isso afetou a gestação. Sua gravidez é de risco altíssimo, sorte que seu marido chamou o pronto socorro rapidamente.

- Meu bebê está bem?

Ignorei a parte que ele disse que Douglas é meu marido, não sei de onde ele tirou isso.

- Sim, por enquanto você ficará em observação até termos a certeza de que poderá ir para casa.

- Graças aos Deuses.

Deitei na cama respirando mais aliviada.

- Passarei algumas vitaminas e vou te mandar para a nutricionista, você deve manter total repouso nesses primeiros meses de gestação e uma alimentação completa.

- Tudo bem, obrigada doutor.

- Disponha, agora descanse. Mais tarde trarão seu jantar.

Agradeci mais uma vez antes dele sair, me aconcheguei nos travesseiros e fechei os olhos.

Quando acordei senti um calor na mão esquerda, olhei me deparando com outra mão sobre a minha, virei o rosto e vi Douglas dormindo sentado numa poltrona próxima a cama.

- Douglas.

Ele abriu os olhos assustados assim que ouviu minha voz.

- Jena, graças a Deus. Você está bem? Fiquei desesperado, me perdoa Jena. Eu não esperava que a Lídia fosse aparecer em nosso quarto, eu não marquei nada com ela, juro.

- Vocês transaram.

Falei com os olhos lacrimejando.

- Foi a bastante tempo, você é a única mulher que me interesso agora.

- Você diz isso pra não me deixar nervosa. Não precisa mentir, aliás, eu não preciso saber, você não me deve satisfação, mas eu gostaria de respeito pelo menos.

Profundo Desejo - Em Busca Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora