33

2.5K 278 10
                                    

Voltamos para o Brasil um dia depois que contei sobre a gravidez. Como pensei Douglas havia mudado, mas de uma forma estranha. Ele estava atencioso, claro que ainda não havia acreditado que seria pai, mas ele não se afastou, na verdade ele ficou mais próximo. Voltamos a empresa, ao dia a dia como antes, havia bastante trabalho. Ninguém sabia da gravidez além de Douglas, e eu pretendia manter assim por enquanto, já que o meu estado era delicado. Isso eu não contei a Douglas, não ainda.

- Jena, quer almoçar comigo?

Gabriela perguntou depois de entrar em minha sala, ela estava radiante.

- Claro, deixa eu salvar aqui.

Fomos para um restaurante perto da empresa, lá eram servidas comidas mineiras. Era uma delícia.

- Como estão as coisas com o Diego?

Perguntei enquanto comiamos.

Ela bufou.

- Estamos em guerra, ele não quer sair de casa, mas insiste em brigar, disse que não vai assumir um filho que não é dele. Eu estou pouco me fodendo para ele, por mim ele pode sumir e nunca mais aparecer, pena que isso não acontece.

- Não tem nenhuma chance de vocês se reconciliarem?

- Só se ele deixar de ser um babaca.

Eu sorri.

- E o bebê está bem?

Ela me olhou voltando a sorrir.

- Está sim, estou ansiosa para senti-lo mexer, quero fazer logo o enxoval.

- Você será uma mãe coruja.

***
O restante do dia foi bem agitado, novos trabalhos da faculdade, projetos e mais projetos. Douglas queria que passasse a noite em sua casa e eu prontamente fui.
Dei duas batidas na porta e esperei, quando ele abriu, um cheiro maravilhoso me inundou.

- Oi linda, entra.

Eu entrei e logo fui abraçada.

- Como você está?

Ele perguntou no meu pescoço.

- Cansada, e você?

- Com saudade.

- Mas nos vimos hoje de manhã.

Ele me apertou mais em seus braços.

- Estou com saudades do seu corpo na minha cama.

E eu esquentei.

- Que cheiro bom.

- Estou fazendo nosso jantar.

Olhei para ele e sorri, ele estava cozinhando.

- Que homem prendado.

- É mais fácil conquistar pela barriga.

Ele cutucou a minha sorrindo. Dei um tapa em sua mão.

- Então me conquiste.

Ele colou os lábios em meu pescoço e logo em seguida sussurrou no meu ouvido.

- Mais? Você já é minha, não preciso te conquistar.

Arrepiei dos pés a cabeça, Douglas tinha esse poder sobre mim, ele sempre me deixava louca excitada.

- Não me provoque.

- É legal te provocar, o que eu posso fazer?

- Pode terminar o jantar.

Ele se afastou sorrindo.

- A patroa manda.

Deixei minhas coisas no sofá e o acompanhei até a cozinha.

- O que está fazendo?

- Frango assado com batata e bacon. O arroz e feijão já estão prontos, só falta a salada.

Meu estômago roncou.

- Meu pai fazia frango assado com batata e bacon. Que saudade.

- Eu sei.

Ele disse enquanto separava as alfaces na pia.

- Sabe?

- Sim, você me contou uma vez.

-Não me lembro.

Eu ajudei Douglas a colocar a mesa, ele não queria que eu fizesse muito coisa, pois não podia fazer esforço por causa do bebê.

- Douglas, eu estou grávida, não doente.

Ele bufou.

- Claro que não, mas você precisa ser mais cuidadosa.

- Eu só estou te ajudando.

Falei emburrada. Ele deu dois passos chegando até mim.

- Tudo bem, vamos comer. Quero você bem alimentada.

Eu ri.

Nós jantamos lado a lado, conversando sobre trabalho, e principalmente sobre minha gravidez.

- Como faremos agora?

Ele perguntou.

- Como assim?

- Precisamos decidir como vamos fazer sobre nós.

Agora ele está sério.

- O que tem de errado com nós?

Eu comecei a pensar várias coisas, quase nenhuma era boa.

- Nada, mas agora teremos um filho.

- Está querendo dizer o que com isso?

- Bom, você mora com suas amigas, lá é pequeno. Aqui é grande e eu moro sozinho.

Ele olhava para o prato em sua frente enquanto eu o encarava.

- Você pode vir morar aqui.

Arregalei meus olhos.

- Douglas não precisa fazer isso, só porque estou grávida não quer dizer que teremos que morar na mesma casa.

Ele levantou a cabeça e vi que estava mais sério do que imaginei.

- Eu quero meu filho perto de mim, quero acompanhar toda a gestação.

- Você pode fazer isso, trabalhamos juntos, você me vê todos os dias. Não perderia nada.

- Eu quero estar perto de vocês caso algo aconteça, você passe mal ou tenha algum desejo.

Ele estava se preocupando com o bem estar meu e do bebê.

- Douglas eu não quero tirar sua liberdade, você já é acostumado a morar sozinho.

- Agora eu quero que você more comigo.

- Mas nem temos algo sério, não acha que está indo rápido demais?

Ele bufou.

- Não, não estamos indo rápido demais. Pensei que você ficaria feliz em morar comigo.

- Você ficaria feliz?

Perguntei olhando fixamente para ele.

- Eu seria o homem mais feliz do mundo.

***
Dormimos juntinhos e dessa vez não houve sexo. Apenas nos olhamos até que peguei no sono.
Acordei pela manhã com um pouco de mau estar, Douglas estava dormindo profundamente. Olhei as horas no celular e suspirei, ainda eram cinco da manhã. Desvencilhei-me de seus braços e saí de fininho do quarto. Fui para a cozinha e abri a geladeira a procura de algo, eu estava faminta, mesmo depois de jantar como um pedreiro. Encontrei um bolo bonito, parecia ser de chocolate. Coloquei sobre a ilha, peguei um prato, garfo e aquela espátula de cortar bolo. Tirei uma fatia bem gorda pra mim e sentei-me de frente a ilha, comecei a comer e quase tive um orgasmo gastronômico. O bolo era uma delícia, chocolate com algo mais cítrico eu acho. Não consegui saber o que era, mas estava divino, parecia bolo de trufa, algo assim. Comi como uma morta de fome, graças aos deuses Douglas estava apagado.

- Desse jeito vou virar uma porca.

Falei sozinha, ou não tão sozinha. Agora eu tinha uma companhia, alguém para dividir minha vida.
Alguém que eu já amava incondicionalmente.

Profundo Desejo - Em Busca Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora