24. Domingo

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Uma leve brisa toca o meu rosto me fazendo despertar imediatamente. Lembro-me da noite passada, ainda acho que foi um sonho e que Noah não passou a noite comigo, cuidando de mim como ultimamente tem feito. Ouço barulhos vindo da cozinha, mas antes de ir até lá escovo os dentes.

Ainda com o pijama, caminho pelo corredor que leva até a sala. Virando a esquerda é a minha cozinha, que permanece simples por enquanto, ainda estou sem coragem para decorá-la.

Noah está preparando o café da manhã. Observo-o movimentar-se pela cozinha procurando os ingredientes dentro dos armários. Sorrio ao apreciar os seus ombros largos sendo flexionados e seu belo corpo forte e perfeitamente desenhado. Ele ainda não notou a minha presença, seu semblante está relaxado e divertido.

Tudo nele combina. Seu nariz é perfeito e seus olhos, ah seus olhos, são azuis escuros e intensos, principalmente quando me olha com paixão e desejo. E nesse exato momento ele me pega o espionando e sorri de lado. Amo o sorriso dele, amo tantas coisas nele que nunca pensei que seria capaz de amar.

- Bom dia minha flor! Que bom que acordou, dormiu bem? - ele diz ao colocar uma panqueca em cada prato.

- Sim, eu dormi muito bem. - falo me aproximando dele, quando chego perto o bastante dou-lhe um beijo intenso e apaixonado e o mesmo retribui só que com mais ferocidade. - Bom dia!

Viro-me para pegar leite e suco na geladeira, Noah ainda continua a me observar.

- O que foi? - pergunto o olhando de soslaio.

Ele dá de ombros e responde:

- É que você está leve e relaxada, na maioria das vezes você é tensa... Gosto desse seu jeito!

Noah sabe distinguir os meus temperamentos, ele tem razão, eu fico tensa por causa do medo. Eu tenho medo de tantas​ coisas​, mas não quero admitir​, não me permito ainda tal coisa. Decido ignorar esse comentário da parte dele, essa manhã de domingo está linda e não quero estragar com bobeiras minha.

- Não sabia que cozinhava. - falei ao colocar o suco de laranja no copo.

- Eu moro sozinho, tive que aprender ou só viveria comendo besteiras! - ele respondeu ao me abraçar.

Senti sua barba no meu pescoço e me arrepio toda, sua respiração é quente e lenta.

- Vamos comer... - falo saindo dos braços dele. Ele apenas sorri e me segue até a mesa.

- Já decidiu? - ele pergunta.

- O quê?

- Se vai a casa dos meus pais no feriado essa semana? - ele me olha esperançoso.

Continuo bebendo o meu suco sem encará-lo.

Eu nunca quis isso, ou seja, ter algo sério com alguém. Mas Noah apareceu e mudou totalmente o meu modo de pensar, não quero estar em nenhum lugar que não seja ao lado dele. Mas conhecer os pais dele? Está fora de cogitação, não sei se conseguiria.

- Não acho que seja uma boa ideia... - respondo.

- Por que não? - Noah rebate com a testa franzida.

- É que tem pouco tempo que estamos namorando e...

- Espera aí! Só por isso? Pensei que tivesse argumentos melhores. Para mim está mais do que firme o nosso relacionamento e me sinto seguro de apresentá-la a minha família! - ele diz ao colocar um pedaço de panqueca na boca.

Ele tem razão, não tenho bons argumentos. O único jeito é ter que encarar isso logo, mas o que os pais dele vão pensar de mim? Quantas namoradas Noah já levou para seus pais conhecer? Sinceramente, não quero saber a resposta!

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora