3. Pesadelo

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Me repreendo mentalmente por está secando ele mais uma vez e então direciono os meus olhos ao barman e peço mais duas doses de vodka. Nunca fui de beber, essa é segunda vez em anos que bebo tanto assim. Sou fraca para álcool, mas eu continuo ingerindo outras doses.

Sinto meu corpo esquentar porque sei que ele está me encarando e eu não consigo evitar. Noah Collins está muito mais bonito do que no dia em que vi ele no restaurante, sim, eu ainda lembro do nome dele. Ele está vestindo uma roupa mais despojada e os cabelos estão levemente bagunçados.

Peço uma bebida que tem o nome de 'Dragão da Noite', acho que não deve ser tão forte assim porque tem cheiro de morango. Engulo o líquido de cor rosa, e percebo que estava enganada, o drink desce rasgando a minha garganta e nem se compara com a vodka, essa é muito mais forte. Já estou me sentindo tonta, assim eu decido parar de beber.

Viro novamente para onde ele está sentado, e o vejo com o mesmo rapaz, o qual não sei o nome que piscou para mim no restaurante. Então eu levanto e vou em direção aos dois homens e acho que ele percebeu porque arqueou as sombrancelhas. Só que não irei cumprimenta-lo, muito pelo contrário, estou muito apertada e preciso ir ao banheiro, passo direto.

Ao sair do banheiro, dou uma boa olhada na boate a procura de Charlotte e não a encontro. Toda vez que ela vem nesse lugar se transforma em outra pessoa, nunca vi gostar tanto de festas.

Eu acho que estou bêbada, estou com uma leve tontura e me pego sorrindo ao lembrar do Noah sentado no bar.

Saio da boate e continuo andando sem ter uma direção, nem sei para onde estou indo até que eu esbarro com uma pessoa que está falando ao telefone.

- Ops, Desculpa aí! - falo rindo, tenho certeza que bebi demais.

- Está tudo bem? - Noah me pergunta.

- Está ótimo tudo! - digo meio que tropeçando nas minha próprias palavras.

Noah fez uma cara de que não entendeu nada e deu de ombros, e eu sigo andando em direção oposta à boate.
Continuo caminhando pela rua calma e iluminada. Não parece perigoso, mas acho que não foi uma boa ideia sair sozinha e não ter avisado a minha amiga Charlotte.

- Olha o que temos aqui, uma bonequinha! - grita uma voz masculina há alguns metros de distância atrás de mim e congelo na hora.

- Que tal você vir com a gente em amorzinho? - diz um deles.

E vejo que são dois homens, o que sou contra dois homens? Sei que necessito correr o mais rápido possível, mas eu não consigo me mover.

- Por favor me deixem em paz! - clamo quando um deles puxa o meu braço.

Isso não pode estar acontecendo, eu não suportaria mais sofrimento.

- Calma morena só queremos companhia! - um deles diz no meu ouvido.

Sinto nojo e tenho ânsia de vômito, começo a bradar o mais alto possível chamando por socorro. Alguém precisa me ouvir, eu não quero isso, eu preciso de ajuda!

De repente um carro aproxima-se de nós cantando pneus, os faróis estão com uma iluminação muito forte e fecho os olhos. Os caras que estavam me segurando não estão mais perto de mim e logo após caio no chão.

Lágrimas embaçam a minha visão, não escuto nada e já não sei de mais nada. Deito-me no chão da rua e abraço o meu próprio corpo, tento chorar o mais silenciosamente possível. Não queria que nada disso estivesse acontecido, não sei por que saí andando e sem rumo!

- Ei moça você está bem? Está machucada? - escuto-o falar com  preocupação.

Abro os olhos e os dois homens que me abordaram se contorcem no chão, acho que levaram uma boa surra.

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora