40. Hospital

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Abro os olhos e vejo uma mulher bem jovem e bonita me analisando, não entendi ainda o que ela está fazendo, eu não a conheço e só me lembro de ter desmaiado no parque, estava fazendo muito frio.

- Você acordou... Sou Louise, enfermeira e estou cuidando de você por agora. Como está se sentindo Anna? - ela perguntou.

Espera, como ela sabe o meu nome? Por que eu estou em um... hospital? É claro que ela sabe o meu nome, talvez ela achou os meus documentos dentro das minhas roupas.

- Estou me sentindo um pouco tonta. Por que eu estou aqui? - perguntei ao olhar ao redor de toda a sala.

- Uma moça muito bondosa lhe trouxe e você está muito desidratada, há quanto tempo não come? - Louise indagou novamente.

- Não sei, acho que uns três dias... Eu quero ir embora! - falei me levantando da maca.

- Você não vai embora agora, precisa se recuperar. - ela disse me deitando delicadamente na cama. - Vou chamar sua companhia e ela irá te explicar tudo. - a enfermeira falou e saiu.

Coloquei a mão na testa e pensei muito a respeito da vida. O que eu estou fazendo? Sou uma fugitiva e a qualquer momento eles vão me achar, tenho certeza! Uma moça alta, branca e muito bonita entra no quarto e seu semblante está meio triste, apesar do sorriso em sua boca.

- Está se sentindo melhor? - ela pergunta ao se aproximar lentamente de mim. Não respondo nada, eu nem a conheço! - Meu nome é Charlotte Denver e vou entender se você não quiser responder, mas saiba que eu só quero te ajudar e pra começar vou ficar a noite toda com você!

- A noite toda?! E a sua família? - perguntei abismada por uma completa desconhecida ficar cuidando de mim.

- Minha família? Bom, eu moro sozinha e meu pai sabe se virar sem mim. Minha mãe morreu há muito tempo e meu irmão está viajando... - Charlotte explicou, eu não disse mais nada.

Recobro os sentidos aos poucos, um ar gélido entra pelas minhas narinas. Ouço uns barulhinhos que parecem ser de máquinas e abro os olhos lentamente, estou deitada e há uma máscara de oxigênio no meu rosto. Levo um susto por estar em uma sala de um hospital e de imediato me vem à mente o sequestro, o acidente de carro, Alejandro gritando comigo e por último, o desmaio.

Dou uma boa olhada em toda a sala branca e há uma janela que está fechada, não consigo ver se está de noite ou de dia e tem uma cadeira ao lado da minha maca. Tento me sentar e meu ombro dói ao me movimentar, sei que não vou conseguir me mover sozinha e fico frustrada por não conseguir. Ao tirar a máscara de oxigênio a porta se abre.

Juro que sua expressão é como se estivesse vendo uma assombração e logo ele se recupera. Sua aparência é de puro cansaço e sei que logo terei que dar muitas explicações.

- Espera, eu te ajudo! - Noah vem até mim e tira a máscara de oxigênio.

- Preciso sentar... - falo quase sussurrando, minha garganta ainda dói um pouco.

Ele apoia sua mão em minhas costas e consigo me levantar aos poucos, Noah ajeita os travesseiros para que eu posso encostar neles e ficar mais confortável.

- Obrigada! - digo ao segurar suas mãos e apertá-las o mais forte que eu consigo.

Ele me encara e um sorriso se forma em seus lábios. Não sei o que se passou durante esses dias e nem o que ele descobriu, saber que Noah está ao meu lado nesse momento em que me sinto muito frágil é a melhor coisa do mundo.

- Como você está se sentindo? - ele perguntou um tanto desesperado.

- Com muita fome. - soltei uma risada fraca.

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora