58. Inesperado

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Está tudo escuro e silencioso, levanto da cama um pouco desnorteada. Desço as escadas e o meu estômago começa a roncar de fome. Paro na sala ao estranhar a luz da cozinha acesa, eu não deixei a lâmpada ligada.

- Que bom que acordou estava ficando preocupada... - Charlotte diz ao me ver.

Ela está sentada na mesa com uma caneca em mãos e seu tablet ao lado em cima da mesa.

- Me desculpa por tê-la deixado esperando... - digo me aproximando.

- Tudo bem Anna, você anda muito atarefada e isso está me preocupando...

- De novo esse assunto... - franzi a testa.

- Você aparenta estar mais cansada que o normal e não anda se sentindo bem, essa rotina vai te matar se você não ir devagar! - Charlotte aconselhou.

Ela me conhece melhor do que ninguém e não é a única a mencionar a minha louca rotina de estudos e trabalho. Noah está tão feliz com o meu desempenho no trabalho e nos estudos que não quero deixá-lo decepcionado. Fiz as provas essa semana e daqui duas semanas sairá o resultado, agora posso desfrutar de um verdadeiro descanso.

Mas ultimamente eu tenho me sentido esgotada, tenho tonturas e de vez em quando minha pressão baixa. Eu não contei pra ninguém que tenho passado mal, a última coisa que quero é deixar todos preocupados comigo. Hoje passei um longo período sem comer e quando comi um sanduíche, vomitei. Mas a questão é que não há nada de grave e Charlotte está se preocupando a toa.

Ela continua me encarando, mas eu desvio o olhar.

- Noah ligou várias vezes, ele pareceu preocupado. - ela informa.

- Ele sempre está preocupado e chega a ser irritante! - falei com irritação.

- Ele volta sábado de manhã e enquanto isso ficarei aqui lhe fazendo companhia... Em falar nisso vou fazer umas panquecas, quer?

E como eu estava com fome, aceitei. Fizemos uma bagunça na cozinha, mas as panquecas ficaram prontas.

- Estão uma delícia! - falei ao dar a última mordida.

- Percebi... Já comeu umas cinco! - Charlotte mal terminou de dizer a frase e corri para a lixeira da cozinha.

- Que droga... - digo depois de jogar toda a panqueca que estava no meu estômago no lixo.

- Eu juro que a massa não estava estragada! - ela levantou as duas mãos com os dedos cruzados.

- Eu estou fraca, acho que bebi capuccino demais. - ando até a cadeira e me sento.

Voltei a tomar café e bebidas que contém cafeína, não tenho pesadelos constantemente e quando as lembranças aparecem não fico tão assustada.

Charlotte põe a mão em minha testa e se assusta.

- Anna você está com febre, precisamos ir ao médico. - ela diz ao olhar para o celular que toca bem na hora. - É o Noah, o que eu faço?

- Diga que eu ainda estou dormindo e fala que está tudo bem, se não ele vai ficar muito preocupado...

- Isso vai fazer ele ficar mais desconfiado, faz a sua melhor voz e fala com ele, depois vamos para o hospital!

Tomei o celular da sua mão com força e respirei fundo antes de atender.

- Oi querido...

- Ah que bom que você atendeu, estava preocupado com você. Que horas acordou? - Noah diz aliviado.

- Ahh... Eu acordei a uma hora atrás, não precisa se preocupar, hoje o dia foi puxado tive um trabalho pra terminar e resolvi algumas pendências suas! - menti um pouco, não apareci no escritório, estava muito mal.

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora