70. Epílogo

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Nos últimos dias o cheiro de talco de bebê invadiu o nosso apartamento, é o cheiro mais gostoso do mundo! E o meu mundo ficou mais azul depois da chegada dos dois homens mais importantes da minha vida. O significado do sentimento amor é mais extenso do que eu posso imaginar, ser mãe é a coisa mais indescritível do universo.

- Eles são tão pequenos... - Noah olha para os dois bebês que dormem feito pedras na nossa cama.

Não tenho coragem de deixá-los no berço, não sei se é medo e aqui eu posso vigiá-los melhor. Acaricio o rostinho delicado de Blake e contemplo seus cabelos pretinhos cobrindo toda a cabeça, ele é tão diferente de Daniel que não tem um fio de cabelo. Eles sorriem ao mesmo tempo e meu sorriso aparece automaticamente, meu coração se enche de amor e agradeço por eles terem nascido tão saudáveis.

- Tome aqui! - estendo um copo de água e alguns comprimidos que o médico receitou para o Noah tomar.

- Quando isso vai acabar? - ele diz ao fazer uma careta, Noah odeia remédios.

- Está perto, aguenta só mais uns dias! - falo ao deitar na cama.

Muitas visitas me deixaram exaustas e as ligações de editoras para terem uma foto dos meus pequenos me deixaram estressada.

- Que paz... - Noah comenta ao encostar a cabeça no travesseiro.

Essa é uma palavra que não existia no nosso vocabulário desde o dia que senti as primeiras contrações. Estávamos no apartamento do Jake, ele tinha convidado eu e Noah, Julie e Tom, seu novo namorado. Marvin tinha chegado com Kate para ficarmos um tempo juntos, um programa para casais. Eu já não estava me sentindo bem quando o dia amanheceu, mas não tinha comentado nada com o Noah, e mesmo sentindo umas pontadas doloridas as ignorei.

Comecei a contar o tempo das contrações e me apeguei a isso ao aceitar o convite do Jake. Corria para a cozinha toda vez que elas voltavam e já não aguentava mais, eu não queria estragar a noite do pessoal, mas as dores estavam ficando mais fortes. Recostei na ilha da cozinha do Jake e respirei fundo, foi quando Noah me escutou gemendo por causa da dor. A reação dele não é novidade para ninguém, na mesma hora ele ficou desesperado, pedi para que ele se acalmasse pois eram apenas contrações.

Ainda bem que o Dr. Faron estava por lá, ele ajudou Noah a se acalmar e me deu uma bronca por não ter avisado das contrações. Minha gravidez de gêmeos corria mais risco do que as gravidez de apenas um bebê, corremos para o hospital e nada foi diferente da última vez, os Collins encheram o hospital. Até a Clair apareceu para saber se estávamos precisando de alguma coisa, me senti aquela personagem principal do filme Casamento Grego onde a sua família sempre estava reunida nos lugares mais improváveis.

Eu conseguir tê-los no parto normal, não foi fácil e foi muito doloroso, mas eu não me arrependo de nada. Só que essa experiência me fez ficar mais esperta dessa vez, não vou mais engravidar disso eu posso ter certeza.

Daniel começa a gemer e seus lindos olhos azuis flamejantes se abrem, se eu demorar de pegá-lo por mais alguns segundos ele abre um berreiro. Nunca vi criança mais impaciente!

- Eu tenho uma leve impressão que ele tem a mesma personalidade da mãe. - Noah comenta com um sorriso de lado.

- Muito engraçado Noah Harry Collins! Se não estivesse tão debilitado, você limparia essa grande surpresa que o seu filho deixou na fralda. - falo ao levar Daniel ao trocador.

- Eu posso tentar? Falando desse jeito me faz parecer um velho de 90 anos e que precisa de uma bengala para andar! - Noah responde ofendido.

- Vamos lá, eu te mostro como se faz...

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora