Achei estranho Noah pedir para eu ficar o final de semana no Hamptons sem ele, mas não recusei. Estou precisando descansar, me sinto esgotada antes mesmo do dia acabar, às vezes fico sem respirar e o ar de Nova York não ajuda muito.Belisco o bolo de morango enquanto Angelin tenta ensinar a minha sogra a fazer um sapatinho de crochê para os garotos.
- Eu sou péssima nesse tipo de trabalho! - ela diz frustrada. - Você aprendeu tão rápido com a nossa mãe...
- É só ter prática Eleonor... - Angelin tenta ajudá-la. - E que eu me lembre, você preferia ler com o nosso pai do que aprender a bordar e costurar!
Sorrio para mim mesma da cena tão familiar e engraçada, elas me divertem pra caramba e não sabem o quanto sou agradecida por tê-las em minha vida.
- Prontinho Anna, o suco de guaraná que você pediu! - Brooke deixa a bandeja com uma jarra de vidro e um copo.
- Obrigada Brooke... - ataco o suco logo de cara.
- Beba tudo! Quase não acho e tive que ir em Nova York para encontrar esse tal de guaraná, espero que essas crianças nasçam logo! - ela disse ao suspirar.
Angelin e Eleonor riram baixinho, não tive tempo de reclamar delas pois estava ocupada me deliciando do refresco natural de guaraná.
- Estava uma delícia! Meu apetite subiu de nível depois da gravidez. - Comento.
- É mesmo?! Ninguém aqui tinha percebido isso! - Julie entra de surpresa na sala.
- Julie! Você aqui? - falo com alegria.
- Então, sabia que vocês estavam reunidas e não quis ficar em casa, a obra dos meninos está muito barulhenta!
- Obra, no nosso prédio?! - franzo o cenho.
- Ah! Não... Quero dizer umas artes que uns amigos meus estavam fazendo, aqueles que estavam hospedados lá em casa, lembra?
Um pouco estranho a reação dela, mas não tenho o mesmo pique de antes de ficar discutindo sobre o que realmente está acontecendo e então eu decido deixar pra lá. Julie parece se sentir mais relaxada por eu não fazer mais perguntas.
***
- Eu preciso mesmo amarrar essa faixa ao meu rosto?
Ele me olha eufórico com um pano preto em mãos, mas fico com receio de tropeçar na escada.
- Sim, eu guio você, não se preocupe! - ele diz amarrando a faixa na altura dos meus olhos.
Sem enxergar nada, subo cada degrau devagar.
- Só mais alguns passos... - ele diz no meu ouvido.
Treinei muito para fazer essa encenação, ele nem desconfia que eu sei qual é a surpresa. Eu quero esses bebês mais que tudo, o engraçado é que Noah não queria nem um filho, imagina dois ao mesmo tempo!
- Pronto, agora pode olhar!
Assim que minha visão fica livre, abro os olhos devagar. Meu coração bate mais rápido e lágrimas embaçam as minhas vistas.
- Ah! Que lindo... - digo ao tocar o berço do meu pequeno.
O quarto é grande o suficiente para caber mais dois berços. A janela fica coberta com uma grande cortina dupla de tom bege e azul clarinho. Um lado do quarto fica a poltrona de amamentação e um apoio para os pés, o aparador contém um abajur e um livro infantil. Do outro lado do quarto estão os dois berços, um ao lado do outro com uma decoração simples, mas charmosa, Noah sabe que eu odeio exageros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Infinita Liberdade ( Revisado)
RomanceFugir é liberdade? Ser livre era tudo o que Anna desejava, mas por ter sofrido muito, fez escolhas erradas e como consequência vários problemas foram desencadeados . Esconder sua identidade e quem ela é de verdade é uma de suas estratégias para não...