36. Aprisionada

126 7 0
                                    

A noite mal iluminada pela lua me dá arrepios e o vento espalha um frio congelante pelo ar, meu corpo está mal aquecido e me arrependo por não ter pego um casaco melhor. Estou sentada em um banco qualquer no Central Park, há quinze minutos espero Fernan aparecer para resolvermos nossas pendências.

Noah me ligou várias vezes e eu não atendi, acabei por bloquear o número dele para não voltar atrás da minha decisão. Quando estava chegando na cidade de ônibus liguei para Fernan e combinamos de nos encontrar e em troca ele não faria nada de mal com a Charlotte e libertaria o Alejandro, anseio que ele cumpra o nosso acordo.

Estaria mentindo se dissesse que não estou apavorada, quanto mais rápido eu resolver isso será melhor para todos. Há uma hora atrás mandei uma mensagem para Charlotte, falei que tomaria algumas providências e que resolveria meus problemas com a facção e deixei bem claro na mensagem que a amo de todo o meu coração e que não era para ela se preocupar.

É claro que ela me ligou várias vezes e assim como fiz com o Noah, bloqueei o número dela também. Posso parecer covarde por não falar com ela e com Noah frente à frente, mas eles não podem se envolver e Fernan deixou isso bem claro. No meu celular está marcando 23h45, e ainda há algumas pessoas passando pelo parque.

- Anna... - olho para lado e de pé está um homem alto e muito forte e com a mesma cicatriz e expressão malvada em seu rosto: Bob. Meu instinto é correr, só que Bob poderia me alcançar.

- Cadê o Fernan?! - pergunto com a voz trêmula de medo. Bob solta uma risada sinistra e assustadora e meu coração quase saiu pela boca.

- Você se tornou uma mulher muito bonita, só que a sua ingenuidade continua a mesma! - ele se aproxima de mim e agarra o meu braço, sinto algo no lado esquerdo do meu estômago. - Não corra e nem grite, se não eu te mato, não vou te amarrar, acho que não será necessário! - e escuto um som e sei que é do gatilho da arma que está apontada para mim.

Só consigo andar porque ele está me forçando a caminhar, porque já teria desmaiado ali mesmo. Dessa vez, Bob não está de van e ele abre a porta do carro preto e discreto e me empurra para dentro sem piedade. Tento tirar meu celular do bolso do moletom, mas ele cai para debaixo do banco do carro e me xingo mentalmente, ainda bem que Bob não escutou o barulho.

- Vamos Adrian, mete o pé no acelerador! - disse Bob ao seu comparsa ao sentar do meu lado. - Desculpe lindinha, mas vou ter que colocar esse saco na sua cabeça, o que será um grande desperdício esconder um rosto tão lindo... - ele sorri e sinto nojo do Bob.

Bob põe um saco preto na minha cabeça e não consigo enxergar mais nada, minha respiração fica acelerada e minha conclusão é que essa é a pior burrice da minha vida. Só de pensar que agora Charlotte está a salvo, sinto um alívio muito grande, porque se algo acontecesse a ela eu jamais iria me perdoar.

Pelos meus cálculos e noção de tempo deve ter se passados uns vinte minutos mais ou menos até pararmos em algum lugar que eu não faço a mínima ideia. O carro provavelmente já foi estacionado e um silêncio amedrontador paira sobre nós.

- Chegamos mocinha! Pode deixar Adrian que eu levo ela... - Bob falou com um tom de ordem.

Eu particularmente achei muito estranho, porque o tal de Adrian não pode nos acompanhar? Bob tirar o saco da minha cabeça e assim eu consigo visualizar o ambiente a minha volta, saio do carro com receio.

- Eu não tenho muito tempo... - Bob disse com um olhar esquisito e se aproximava mais de mim.

Estamos em um local meio abandonado e há alguns galpões por aqui, estou com muito medo ao ficar sozinha com o Bob, não sei o que ele planeja fazer. Quanto mais ele se aproxima de mim, eu vou afastando para trás. Só que ele me agarra pelo braço e aperta.

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora