11. Medo

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Era para eu estar trabalhando, mas ao invés disso estou apenas sentada viajando em meus pensamentos sobre tudo o que aconteceu hoje. O beijo, a descoberta de que a Chloé gosta do Noah, e ele me convidando para almoçar.

- Só quero paz! Por que é tão difícil? - falo alto, às vezes falo sozinha em minha língua materna.

- Não sabia que falava em outro idioma! - diz uma voz atrás de mim.

Quase caio da cadeira por causa do susto que levei, Noah está parado na batente da porta do meu escritório.

- Em que língua você estava falando? Português ou espanhol? - perguntou ele curioso.

- Português... - respondi ao me recuperar do susto.

- Interessante... Fazendo hora extra de novo? Você trabalhou muito hoje, acho que está na hora de ir pra casa! - ordenou ele.

Peguei meu celular e vi que já passava das sete horas da noite, por quanto tempo eu fique perdida em meus pensamentos?

Noah sorriu para mim, mas eu fechei a cara para ele.

- Obrigada por me avisar, perdi a hora! - falo pegando a minha bolsa e indo em direção à porta. Mas Noah impede a minha passagem.

- Vou te levar em casa. - ele diz simplesmente.

- Não quero, obrigada. - retruco.

- Não lhe fiz uma proposta. Eu decidir que vou te levar em casa, agora vamos! - ele falou indo em direção ao elevador.

Que audácia! Mas é uma carona, melhor do que pegar ônibus ou metrô e o sigo. Tomara que o elevador esteja cheio de gente!
Quando as portas se abrem vejo que o meu desejo se realizou, há umas cinco pessoas dentro e mesmo assim Noah da um jeito de ficar perto de mim.

Chegamos ao térreo e quando vou saindo do elevador, Noah me puxa para dentro novamente e as portas se fecham.

- Você é louco?! - pergunto pra ele.

- Talvez... - diz se aproximando mais perto de mim.

Eu fui me afastando devagar. Mas aí não tive como escapar, ele foi chegando mais perto e eu não me permitir fugir. Noah agarra a minha cintura com delicadeza e seus olhos azuis me hipnotizaram, não consigo sair de perto dele mesmo que eu queira.

Seu beijo é maravilhoso, o cara é lindo e tem uma pegada que deixa qualquer uma sem razão e direção. Só que da mesma forma que fiz hoje cedo eu acerto um tapa nele.

- Ai! Quando você vai parar de me agredir? - ele pergunta ao aliviar a dor no seu rosto branco que ficou com as marcas vermelhas dos meus dedos.

- Quando você parar de ser atrevido! Você disse que iria me levar para casa... - falo ao fingir irritação.

- Me perdoe... Você devia soltar o cabelo, fica mais linda com ele solto. - Acabei de agredir fisicamente meu chefe e ele me dá dicas de como arrumar o meu cabelo, inacreditável!

- Isso não irá se repetir! - digo a ele ao abrir a porta do carro.

- É um muito difícil ficar perto de você e...

- E mais uma palavra eu saio desse carro! - aviso sem cerimônia.

Estou me comportando diferente, antes eu não deixava esse tipo de coisa acontecer. Porém, com Noah é diferente, ele me ajudou quando podia se aproveitar de mim. Apesar de não conhece-lo e eu confio um pouco nele.

- Você é sempre mandão? - pergunto ao colocar o cinto de segurança.

- Ás vezes... - ele responde ao levantar os ombros.

Infinita Liberdade ( Revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora