Capítulo 23

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Foram com a limusine da empresa, pararam em um restaurante não muito longe, nada de muito sofisticado, mas sim elegante e confortável. Àquela hora da tarde, com o céu azul e o sol sentaram em uma mesa afastada, pediram os pratos e as bebidas que foram rapidamente servidas.

Enquanto comiam, pela primeira vez conversavam como pessoas civilizadas, de assuntos relacionados a empresa, com a viagem, discutiam valores, pontos de vista, lugares e o que mais era favorável a ambas as empresas. Enquanto o assunto seguia, Alfonso parou de comer e ainda com garfo na mão, olhou para Anahi que continuava a falar sem parar com sua nova arrogância de uma grande empresária.

Anahi: Seria necessário que levássemos uma equipe de contabilidade, poderia ser de duas ou três pessoas, que seja, mais os valores que irão para balancete teriam que bater com os valores que as nossas duas empresas juntas têm em caixa... - olhou para Alfonso, esperando uma resposta, mas era como se ele a olhasse mais não a enxergasse.

Não pode controlar e deixou escapar um sorriso, olhou para trás que diabos ele estava olhando?

Poncho: Cacete! Como você é linda... - Anahi corou na hora, abaixando a cabeça e levando as mãos ao guardanapo, limpando a boca e aproveitando para beber um gole do suco.

Alfonso voltou a si, fazendo o mesmo. Droga! Logo agora havia sido traído pelos seus pensamentos. O silêncio reinou e assim como o silêncio, o desejo subiu de forma rápida e calorosa. Anahi se remexeu na cadeira ao voltar a observar que ele seguia ali, a olhando daquela forma. Oh Céus! Daquela forma que ela sabia no que levaria.

Anahi: Alfonso? - se atreveu a chamá-lo, mas mal podia imaginar no que ele pensava quando sua fisionomia mudava com grande rapidez de maravilhado a quase totalmente desconfortável. Começou a suar e suar frio.

Anahi se assustou e levou suas mãos até as dele, em cima da mesa.

Anahi: Hey, Alfonso, o que te passa? - Ele respirou fundo levando as mãos no rosto.

Poncho: Merda, Anahi! Como eu pude ser tão estúpido? - Bateu na mesa com força, atraindo olhares das pessoas no restaurante. Anahi também se pôs séria.

Do que ele estava falando?

Anahi: Do que você está falando, Alfonso? - Ele tirou as mãos do rosto a olhando, mas não era fúria, nem muito menos arrogância, ela não soube destingir o que era.

Começou a se preocupar e quando já iria perguntar mais uma vez a ele, a bomba caiu e o pior, bem em cima da sua cabeça.

Poncho: Eu não usei nada, das últimas duas vezes que nós fizemos amor... Para nos prevenir. Quer dizer não usei hoje nas...

Anahi: Cala a boca! - Anahi levou as mãos à cabeça, enfiado a mão a bolsa pegando seu celular.

Abriu no calendário. Santo Deus! Deixou o celular cair na bolsa, levando as mãos na boca.

Anahi: Com licença. - Se levantou em passos rápidos, enquanto ouvia seu nome ser chamado e até mesmo ser gritado.

Entrou no banheiro, respirando uma e duas vezes mais, com força. Ah! Estava enjoada. Teve a nítida sensação que colocaria tudo para fora. Respirou fundo mais uma vez, jogando água na nuca. Se 2 mais 2 eram quatro, ela tinha a plena certeza que estaria grávida de um filho... De um filho de Alfonso Herrera. Sentiu em uma só porrada na porta, para depois a mesma se abrir enquanto, sentada na privada com a cabeça baixa, tentava raciocinar. Em métodos, datas, semanas, vezes... Olhou para cima e viu Alfonso na sua frente, calmo como se nada estivesse acontecendo, com a respiração tranquila, como se acabasse de acordar.

Poncho: Você é louca? Qual é o seu problema? Levantar pálida daquele jeito e se trancar no banheiro quase 15 minutos...

Havia passado 15 minutos? Anahi levantou a cabeça incrédula, ele não estava nem um pouco preocupado? Alfonso se abaixou sorridente até ela, lhe passando conforto. Ficando de joelhos na frente de Anahi, pegou em suas mãos a olhando nos olhos.

Poncho: Eu sou saudável e você também é... - sorriu novamente - E pelo fato de aparecer um novo e pequeno Herrera, eu me caso com você e seremos uma família, entende? - Anahi se perguntou se ele tirava uma com a sua cara. Franziu a testa ainda mais incrédula. - O que foi? Pensou que eu gritaria e jogaria toda a culpa em você e logo depois sairia da sua vida deixando um filho meu para você criar? - Anahi assentiu com a cabeça, como uma menina que acaba de ser descoberta em uma de suas travessuras. Alfonso sorriu com a delicadeza e ingenuidade daquele ato a e puxou para si a abraçando. – Sua tola. Pobre tola! - Alfonso se calou e fechou os olhos.

Sua consciência não deveria estar pesada quando havia se dado conta, na casa dela, no domingo de manhã, que não haviam se prevenido. Devia se sentir culpado de não ter feito e nem dito nada quando, em cima da mesa do escritório, novamente havia se dado conta que não estavam se prevenindo. Na realidade, só naquela hora que a imaginava ao seu lado na cama, todas as manhãs, com seus pequenos filhos pulando em cima deles, gritando e se divertindo, havia se dado conta que aquele pequeno atrevimento poderia gerar isso. Seu filho. Seu pequeno. Pulando, gritando e se divertindo em cima deles, em sua cama. É claro, com Anahi ao seu lado.

Ela não chorou, rapidamente se levantou dali e se recompondo respirou fundo saindo do banheiro. Como poderia ter sido tão tola? Arrumou os cabelos se dando conta que Alfonso estava no banheiro feminino.

Anahi: Acho melhor procurarmos uma farmácia. Hoje é segunda e não faz 72 horas que...

 Poncho: Você está maluca? - Se levantou, furioso. Parecia que iria engoli-la. - Como pode ser tão estúpida e fraca, Anahi? Porque se você estiver grávida, é assim que você vai permanecer, entende? É o meu filho e eu não vou deixar que você faça nada com ele. - parecia furioso, Anahi concluiu. Aliás, ele estava completamente furioso - Se você não o quiser, se vira...Me entregue ele que eu mesmo o crio, mas jamais, Anahi, jamais você vai tomar aquela porcaria de remédio, entendeu? - Se aproximou a pegando pelos braços e balançando com força.

Anahi se paralisou. Então, ele queria a criança mas ela, logo ela...?

Anahi: Alfonso, eu não posso ter um filho seu, isso é uma responsabilidade grande. Eu cresci sem família, Alfonso... - começou a se desesperar - Não, não podemos, Alfonso. - se soltou dos braços dele, caminhando de um lado para o outro - Não é certo, não vai ser saudável para essa criança. Filho significa família, significa amor...

Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora