Capítulo 30

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Era noite e a chuva caia com força enquanto Anahi descia do carro com a ajuda de Marieta que estava deslumbrante em seu vestido dourado. Maite lhe sorriu com lágrimas nos olhos ao ver a infelicidade instalada no rosto belo de Anahi, coberto pelo véu branco, assim como seu vestido maravilhoso e brilhante.

Maite estava de prata com seu marido Wiliian ao seu lado. Haviam se casado há quarto meses. Moravam em uma maravilhosa cobertura, próximo ao centro da cidade, Maite deixou escapar uma lágrima, abraçando Anahi que já estava de pé na frente da igreja luxuosa e lindamente decorada com centenas e centenas de convidados. Seu casamento era o casamento do século e não havia uma pessoa sequer que não desejava fazer parte dessa enorme e estupenda comemoração.

Sua maquiagem estava radiante e ouviu alguém dizer que nunca havia visto um noiva mais bela. Marieta havia lhe dito que era pela gravidez que as mulheres grávidas ficavam mais belas e mais felizes. Anahi baixou sua cabeça. Não era como ela se sentia. Levou as mãos à barriga de cinco meses e meio. O vestido a realçava e fazia com que seus olhos constantemente cheios de lágrimas, brilhassem ainda mais. Olhou aos fotógrafos ao seu redor, os flashs iluminavam a noite chuvosa e tudo parecia por demais iluminado com a luz e a decoração, toda branca, da igreja. Subiu as escadas. Agora era a hora! Marieta lhe deu um beijo na testa.


Marieta: Não chore, querida, é o melhor a se fazer.

Willian: Você está linda, Anahi. – Se abraçou a Maite que não pôde fazer nada mais do que chorar pela infelicidade da cunhada.


Nina se aproximou dando um longo abraço em Anahi. Estava linda e também não conteve as lágrimas, não se permitindo a dizer nada. Todos tiveram a entrada, enquanto Anahi aguardava em uma sala, sozinha, sentada no sofá, a hora de entrar. Sua agente, a organizadora de todo o seu casamento em poucos meses, a chamou. Era hora!

A música soou em seus ouvidos e seu corpo inteiro tremeu. Sentiu seu bebê se movimentar. Ele protestava, dizia à ela que não fizesse tamanha estupidez. As portas se abriram e todos se levantaram. Tios e familiares de Alfonso, todos estavam presentes. Sentiu a presença de seus pais em seu coração, isso a deixou emocionada. Sorriu, começado a caminhar. Entre todos os rostos, a adoração e o reflexo que ela estava deslumbrante e quando, por fim, olhou para frente, ele estava lá. Mordeu os lábios, segurando o queixo trêmulo, porque ele quase chorava, porque ela quase chorava - por desgosto. Parecia ouvir seu interior gritar, perguntando que Diabos ela fazia. Abaixou o olhar, olhando para as pessoas presentes na igreja e seu olhar de deparou com o de Tanya que estava séria e parecia entender completamente o que se passava.


Ela então parou no meio do longo tapete vermelho e respirou fundo. Anahi, continue, continue a caminhar. Pensou e assim continuou até chegar ao altar. Não havia percebido até agora a companhia de tio de Alfonso ao seu lado. Lhe sorriu em agradecimento quando, por fim, Alfonso a olhou, Anahi retribuiu o olhar. Era claro, assim como o dia para ele, a tristeza, a infelicidade e a vontade de gritar expressada nos olhos onde só ele pôde decifrar ao decorrer dos meses, onde tudo foi de mal a pior, onde tudo não poderia ter sido mais infeliz do que esse dia: o dia do seu casamento.

Ao beijá-la na testa, Anahi se afastou como pôde para que seus lábios quase não a tocassem e aquilo o atingiu de maneira que sentiu vontade de correr daquele altar, onde todos sorriam saudando - o que eles pensavam ser – o casal mais feliz de todo o mundo.

Enquanto o padre falava, Anahi estava a milhares de quilômetros dali. Sua mente e seu coração estavam a milhares de quilômetros dali. Por Deus, onde tinha pecado tanto para merecer tamanha infelicidade? Fechou os olhos e foi como se naquele momento tudo tivesse por fim chegado a se concretizar. Porque, quando os abriu de novo, sentada na cadeira, notou que desde o dia do seu casamento havia se passado muito tempo. Tanto tempo.

Anahi: Gabriel? – se levantou da cadeira próxima ao guarda roupa, onde arrumava as roupas – Você vai se atrasar e me atrasar. Tenho muito serviço para fazer hoje. Sai desse chuveiro.

Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora