Capítulo 48

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Anahi abriu os olhos se esticando toda na cama, o despertador acabara de tocar e parecia que havia dormido uma eternidade. Descansada, seu corpo sentia-se completamente descansado. Levantou-se, ficaria em casa mais essa semana para cuidar de Gabriel que havia recebido alta no sábado pela manhã. Anahi vestiu seu roupão preto que lhe cobria todo o corpo, com os cabelos soltos jogados pelas costas em seu enrolar natural, escovou os dentes, lavando o rosto, mesmo descalça, caminhou até o quarto de Gabriel e percebeu que o filho não estava na cama. Olhou pelo quarto, no banheiro e nada. Se direcionou ao quarto de hóspedes, onde Alfonso estava e lá estavam ambos, Alfonso com as mãos nas costas de Gabriel, que estava deitado por cima dele, com a cabeça repousada em um sono profundo no peito do pai. Anahi sorriu, com toda certeza havia acordado de madrugada e Alfonso havia ido até ele, uma mamadeira estava do lado da cama na mesinha de cabeceira. Olhou o relógio. Se Alfonso fosse trabalhar, estava atrasado.

Sentou-se na cama, mas sentiu dó de acordá-los, queria ter uma máquina nesse momento. Observou Alfonso, os olhos adormecidos, os cabelos bagunçados, os lábios inchados pelo sono,
fechou os olhos levando sua mão aos seus próprios lábios, haviam se beijado daquela maneira só naquele dia no hospital e depois nada além de alguns selinhos na frente de Gabriel. Não dormiam no mesmo quarto e se falavam com calma, aos poucos, sobre assuntos de duas pessoas que acabavam se conhecer. Ainda sentia a dor no coração. Céus! Ainda se sentia tão magoada por ela, por ele, por Maite. Devagar, se deitou na cama ao lado do marido e do filho, com os olhos abertos, mirando o teto. Pensou em sua vida nos últimos 2 anos: tudo havia virado de uma forma tão brusca. Além do mais, passou a semana preocupada com o aparecimento do antigo braço direito e sócio de Alfonso. Sabia bem qual era o motivo de terem cortado relações: ela e sabia bem que ele sabia, assim como Rodrigo, sobre seu passado.

Precisava ligar para Nina -  sentia tanta falta de sua melhor amiga - contar à ela sobre seu casamento, sobre seus planos. Fechou os olhos, se cobrindo com a manta quente que aquecia os dois homens de sua vida. Aproximou-se um pouco mais de Alfonso, fechando os olhos. Precisava tanto de carinho, precisava que alguém lhe abraçasse e lhe dissesse no ouvido para não ter medo, que tudo ficaria bem. Apenas que tudo daria certo. Quem dera ser, por um dia, Cinderela. Sorriu de olhos fechados, em sua vida, chegara à conclusão que a 1° badala batia ao meio dia, não à meia noite. Rodrigo havia ligado, havia dito que precisava vê-la, que queria repetir o que havia acontecido na última vez que se viram. Seu estômago se embrulhou só de pensar em ser tocada por algum outro homem novamente, se virou de lado, observando Alfonso, por mais que soubesse que havia dormido com Rodrigo para atingi-lo, sua consciência pesava. Que mulher, Meus Deus, precisava de outro homem em sua cama, com aquele homem em sua frente, na mesma? Procurar os toques, beijos e movimentos de Alfonso em outro homem tinha sido besteira. Assim que havia chegado em casa, tentou adormecer e esquecer. Sabia quem era Rodrigo e sabia das coisas que ele sabia, mas ele não lhe negou carinho e não pensou duas vezes antes de ouvi-la chorar quando seu marido tratava de lhe esconder as coisas, havia sido uma única vez, na qual quando havia terminado, Anahi fechou os olhos com força, rezando para que alguém viesse e lhe levasse de tamanha inquietação.

Alfonso a olhava nos olhos. Alfonso a fazia fechar os olhos. Eram toques e seu corpo já estava moldado e preparado para receber o corpo dele e não de outro homem e o pior de tudo era que ele sabia disso. Se perguntou porque não conseguia mais sentir prazer quando estavam juntos. Seria pelas mentiras? pela falta de confiança? Seria por medo ou insegurança? Porque Anahi sabia que se ele pensasse em a deixar, seja por ninguém ou por outra mulher, talvez ela não suportaria.

Havia se apaixonado na primeira vez que o corpo dele tocou seu corpo, havia o amado quando, pela primeira vez, em um estado de êxtase e descontrole, ele havia a feito olhar em seus olhos e dizer a quem pertencia. A ele. Ela sempre diria caso ele perguntasse, ela pertencia a ele."Pode me abraçar sem medo... Pode encostar sua mão na minha". Fechou os olhos por alguns segundos para depois abri-los e novamente ele estava ali com os olhos abertos, a olhando fixamente como se já estivesse a olhando há horas. Não disseram nada. Alfonso se levantou com cuidado e depositou Gabriel em sua cama no quarto do garoto e lhe beijou a testa, encostando a porta. Voltou para o quarto e escovou os dentes, voltando para a mesma posição que estava na frente de Anahi.

Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora