Capítulo 54

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O dia se passou rápido e cansativo, não via a hora de chegar em casa sentir o perfume de Anahi, a beija, sentir as mãozinhas de Gabriel lhe fazendo cócegas, abraçar e encher de cócegas o filho. Terminando todo o serviço, se despediu de sua secretária, dizendo que a mesma também já podia ir e o mais rápido que pôde chegou em casa. Gabriel, já de pijama estava na sala assistindo televisão, assim que viu Alfonso lhe encheu de beijos por todos os lados e Alfonso fez o mesmo com o garoto no colo e foi percorrendo cada cômodo a procura de Anahi.

Poncho: Como está, filho?

Gabriel: Tudo bem, a mamãe disse que amanhã já posso ir para a escolinha, brincamos o dia inteiro!

Poncho: Sério? - lhe beijou o rosto - Tem dever para amanhã?

Gabriel: Não, já fiz tudo hoje de tarde, quer ver?

Poncho: Sim, tudinho! – sorriu, beijando o filho – Sem correr pelas escadas, Gabriel. Cadê a mamãe?

Gabriel: Ta no escritório. – sorriu, subindo devagar as escadas até seu quarto.

Alfonso caminhou afrouxando a gravata até o escritório, tentando se livrar de todas as preocupações. Abriu a porta vendo Anahi sentada na cadeira atrás da mesa de vidro. Assim que ouviu o barulho da porta ela levantou o rosto preocupado, jogando a franja para trás com a mão.

Anahi: Estamos encrencados, Alfonso! – Anahi abaixou a cabeça e virou o computador para Alfonso, onde na tela continha uma foto dela e de Nina, vestidas com roupas insinuantes e curtas, com botas longas, perucas e maquiagens fortes, encostadas na parede da esquina de onde costumavam ficar quando ainda eram....

Alfonso suspirou, caminhando até Anahi, com a mão a pegou carinhosamente pelo queixo a fazendo o olhar.

Poncho: Você confia em mim? – Anahi mordeu os lábios ficando cada vez mais aflita – Querida, você confia em mim? – Repetiu e Anahi o olhou nos olhos, no fundo dos olhos.

Anahi: Confio, eu confio em você!

Poncho: Então esqueça sobre isso por enquanto. Você se envergonha por outras pessoas saberem? - Anahi abaixou a cabeça, beijando as mãos de Alfonso, deixando que sua visão embaçasse.

Anahi: Isso acabaria com você, Alfonso. Acabaria comigo, com as nossas empresas. – se levantou, caminhando até a janela – Seria impossível que ninguém descobrisse, além do mais... – parou de falar – Oh Droga, foi Rodrigo! – Alfonso se calou, se aproximando da mesma.

Poncho: Esqueça disso, Ok? – lhe beijou o pescoço, a abraçando por trás – Pensei em você cada segundo do meu dia e não posso deixar que isso a machuque.

Anahi: Perderíamos tudo, Alfonso, se esse escândalo estourasse. Nosso filho...Gabriel é pequeno para ser olhado com outros olhos. – Alfonso a virou de encontro a ele, a segurando pelos braços, próximo ao ombro – Tudo o que você construiu, Alfonso... – baixou a cabeça – Eu me envergonho sobre o meu passado!

Música da Cena: Everything – Lifehouse

Poncho: Mas não deveria. – a olhou nos olhos, a sacudindo de leve – Eu me orgulho de você e de tudo o que tenha feito, Anahi. Foi dessa maneira que te conheci, foi dessa maneira que se tornou minha mulher, minha esposa, a mãe do meu filho. Eu não me envergonho se essa informação, por algum motivo, vazar. Se perdermos tudo, ótimo! Recomeçamos novamente... Cada tijolo. Será eu, você e o nosso filho. – sorriu com um brilho no olhar que fez com que Anahi quase desabasse em lágrimas – Qualquer coisa ao seu lado é melhor do que qualquer bilhão ou empresa. Você é minha e continuará o sendo até o dia em que você partir! Compreende o quanto me orgulho de ser seu marido, do quanto Deus foi generoso ao enviar você aquela noite e logo depois nosso filho? Sou o homem mais completo, Anahi e isso não há dinheiro nem empresa que compre, compreende? – Anahi o olhou nos olhos, mordeu os lábios para depois o abraçar de modo que Alfonso a ergueu do chão a girando no ar.

Alfonso fechou os olhos, sentindo o cheiro de banho nos cabelos de Anahi. A rosas. Ela cheirava a rosas, acompanhada com algum doce que ele não sabia distinguir, talvez fosse uma mistura dos mais deliciosos e delicados perfumes. Gabriel entrou correndo na sala e sorriu ao ver o modo como seu pai segurava sua mãe, que mergulhava as mãos nos cabelos do mesmo, Alfonso deixou Anahi no chão e sentou-se afrouxando ainda mais a gravata, deixando o paletó no encosto da cadeira.

Poncho: Vem cá filho, vamos ver se está tudo certinho! – Gabriel sorriu, mandou um beijo no ar para Anahi e se sentou na poltrona alta, no colo de Alfonso que abriu o caderno com a letra toda retorcida, os desenhos e rabiscos todos coloridos e sorriu, passando as mãos nos cabelos do filho lhe beijando a testa e prestando atenção em cada palavra que o menino dizia.

Anahi ficou para ali, naquele mesmo lugar por alguns minutos. A foto já havia sido fechada, as palavras dele não poderiam ter sido mais reconfortantes, mas mesmo assim seu interior gritar em desespero. Rodrigo seria capaz de tal coisa. Ela precisava falar com ele, lhe oferecer algo, dinheiro, pedir por silêncio... Seu filho não cresceria bem se cada vez que passasse na rua as pessoas chamassem sua mãe de prostituta. Observou como ele sorria exatamente igual a Alfonso e como os cabelos eram escuros iguais aos do pai. Uma cópia perfeita. Exceto pelos olhos que eram do mesmo tons dos seus. 

Sentiu orgulho. Sentiu realmente orgulho de ter dado ao seu filho tudo o que poderia ter dado, tudo o que ela não teve. Ele era amado. Oh Céus, e como era amado! Tanto por ela quanto por Alfonso. Alfonso amava ao filho e amava a ela, disse que perderia tudo. Mas seria realmente justo que ela deixasse com que ele perdesse tudo que havia construído anos após anos? Empresas que acabaram, empregos que começaram, pessoas que dependiam daquela empresa para que seus filhos comessem. Seria justo que pelo simples fato de ela ter sido uma prostituta, ele realmente merecia tudo isso? Gabriel, seu filho, tão pequeno e indefeso, merecia crescer daquela maneira? Sentiu vergonha pela primeira vez de estar naquela casa, construída com seu suor e com o de seu esposo. Ela era realmente digna de estar ali? Mexeu a cabeça, afastando os pensamentos ruins.

Sim, ela era digna sim de estar ali! Havia crescido na vida, era esposa de Alfonso Herrera e não sua prostituta. Ele não pagava por ela, Anahi teve a sensação de que ele realmente jamais pagara por ela. Estaria em sua cama mesmo que ele não o tivesse feito, mesmo que ele não tivesse lhe dado se quer uma única nota de 1 dólar. Santo Deus, aquele homem estava dizendo que seria capaz de largar tudo por ela! Mas, de certa forma, era certo? Observou como ele ensinava Gabriel com toda a paciência, como se não tivesse trabalhado o dia inteiro, acordado cedo depois de uma alucinante noite de puro prazer. Seu corpo palpitava pelo dele, seu corpo suspirava ao sentir a proximidade dos lábios dele em seu corpo. Ele havia lhe dito, quando seu corpo se recuperava depois de um espasmo arrebatador que nenhuma mulher jamais o havia feito se sentir dessa forma. Estavam suados e empapados de prazer, os cabelos bagunçados, os lençóis úmidos de prazer. Ele havia errado tanto e agora parecia ser a pessoa mais perfeita que ela já vira.Levantou a cabeça e sorriu ao ver como estavam sérios e concentrados em sua lição. Jesus! Há quanto tempo estava ali? Virou-se, saindo do escritório terminando de colocar a mesa do jantar ainda quente na panela, ela era Anahi Herrera, esposa de Alfonso Herrera e mãe de Gabriel Herrera e nada nem ninguém iria mudar esse fato, após jantar e depois de colocar Gabriel na cama Alfonso tomou um belo banho e se deitou na cama fechando os olhos. Anahi estava lá em baixo resolvendo algumas coisas da Venturini, ela voltaria amanhã. Quem mais saberia sobre o passado de sua mulher? Não queria que Anahi se magoasse de maneira nenhuma, ele não se importava com ele, mas sim com ela que havia lutado contra tudo e contra todos, contra ele mesmo para estar a onde estava. Velasco e Rodrigo sabiam sobre esse fato, Nina e ele. Somavam cinco com Anahi. Nina jamais fariam algo para prejudicar Anahi, ela também estava envolvida. Velasco, maldito idiota! Fechou os olhos, relaxando, não havia com o que se preocupar, tinha uma carta na manga e nem Anahi poderia saber qual era. Era sua família que estava em jogo e seria capaz de tudo para os proteger.

Anahi subiu as escadas dando um pulo até o quarto do filho, o beijou lhe dizendo bons sonhos e sorriu lhe acariciando os cabelos para depois caminhar para seu quarto. Separou rapidamente a roupa que iria trabalhar, deixando tudo organizado. Quando se sentou a cama, observou que Alfonso dormia, tão terno e tão perfeito, apenas com uma calça de abrigo preta larga, de malha, de tantas que tinha, descalço, com os cabelos molhados e bagunçados e sem nenhuma coisa cobrindo a parte ávida e vil de seu corpo em cima. Aproximou-se, ficando em sua frente, prendeu os cabelos e permaneceu ali por alguns minutos. Lentamente, se deitou por cima dele, colando seus corpos. Alfonso se mexeu a pegando pela cintura, afastou as pernas de modo que ela ficasse no meio das mesmas, com a cabeça deitada em seu peito, o quarto já estava escuro. Anahi fechou os olhos.

Poncho: Boa noite, doçura. – brincou com a última palavra, dando um sorriso preguiçoso.

Anahi: Poncho? – abriu os olhos, mirando a escuridão enquanto suas mãos acariciavam os cabelos do mesmo – Se eu ainda não disse hoje, eu amo você, ok? – Alfonso abriu os olhos e a apertou contra si lhe depositando um beijo na testa e Anahi entendeu que não precisava de nenhuma resposta.


Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora