Capítulo 43

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Eram quase 19h quando Anahi chegou em casa com Gabriel no colo que dormia profundamente, mas bastou o colocar na cama para que ele se remexesse e acordasse sorrindo.

Anahi: Pensei que estivesse dormindo...

Gabriel: Cadê o papai, mãe?

Anahi: Está trabalhando, se lembra? Ele já chega, meu amor, agora já para o banho para jantarmos. – Gabriel sorriu se levantando.

Gabriel: Posso colocar a roupa do super-homem? – Anahi sorriu, assentindo e o colocou no chuveiro para depois com a porta aberta retirar as sandálias de salto e fazer um coque nos cabelos.

Fizeram a maior bagunça no chuveiro era espuma para todos os lados. Quando, por fim, desceram Gabriel se sentou na frente da televisão, pulando no sofá e assistindo seu desenho preferido, Anahi foi direto para a cozinha, Nelita havia deixado um bilhete dizendo que havia saído mais cedo e não havia deixado comida pronta. Anahi não se enfureceu, a senhora havia avisado. Abriu os armários pegando algumas panelas, em uma hora havia feito uma comida deliciosa e bem colorida. Enquanto esfriava, deu uma espiada em Gabriel, tomou um banho rápido e colocou uma calça preta de moletom, uma blusinha agarrada ao corpo mais que não deixava sua barriga a mostra, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo casual, meio despenteado.

Olhou para o relógio: já eram quase 20h. Olhou na janela e abaixou a cabeça ao ver o carro de Alfonso naquele momento estacionar. Sentiu seu estomago revirar. Droga! Por que ele havia feito isso? Gabriel correu ao ouvir o barulho da tranca da porta, Alfonso deixou a maleta em cima da bancada, pegando e abraçando com força Gabriel que sorria animado.

Gabriel: Olha só a minha roupa, é do super -homem... – mostrou a Alfonso que sorriu.

Poncho: Minha nossa! Então quer dizer que estou protegido? Tenho um super-herói dentro da minha própria casa. – Gabriel assentiu sorrindo – já jantou?

Gabriel: Não, vamos jantar agorinha... Sente o cheiro, foi a mamãe que cozinhou hoje. – deu um gritinho animado, caminhando novamente até a sala no colo de Alfonso que com cuidado o jogou no sofá, arrancando gargalhadas de Gabriel.

Virou-se e se deparou com Anahi, ela estava séria, não a olhou nos olhos. Se aproximou lhe dando um beijo rápido com seus corpos afastados.

Poncho: Boa noite. – ela nem ao menos se deu o trabalho de responder.

Alfonso subiu as escadas entrando direto no chuveiro. Gabriel ficou estático olhando para Anahi que engoliu a saliva e respirando com dificuldade. Ele estava com Elisa?  Havia passado o dia inteiro fora. Olhou para o filho e conseguiu sorrir. Gabriel não fez nada, apenas ficou a observando.

Gabriel:  Você tá brava com o papai? – Anahi se aproximou.

Anahi: Imagina, meu bem, está tudo bem! Estamos apenas cansados do serviço, trabalhamos bastantão hoje. – Gabriel assentiu se sentindo seguro das palavras de Anahi.

Esperaram mais alguns minutos e Alfonso desceu, estava com uma calça preta das tantas que tinha, bem larga e o roupão por cima, de seda também preta, sentou-se a mesa enquanto Anahi servia a comida. Jantaram em silêncio, respondendo apenas algumas perguntas de Gabriel. Depois da sobremesa e de assistirem um pouco de televisão Alfonso, botou o garoto na cama enquanto Anahi se dirigia até o escritório. Sentou-se na mesa, observando que estava sozinha.
A chave da gaveta já estava no bolso, deu uma última mirada por todo o ambiente e abriu a gaveta percorrendo os papéis até encontrar o pequeno envelope. O olhou bem e, por fim, achando a identificação: Claudia Álvavez. Seu estômago se contorceu e sua testa na mesma hora se franziu.

O que Alfonso fazia com alguma espécie de exame médico de Claudia? Se perguntou

Olhou atenta para frente e voltou a atenção para o envelope que já estava aberto. Tirou as folhas sentindo seus dedos trêmulos porque, mesmo antes de ler, ela sentia e sabia do que se tratava. Levou a mão na boca contendo o grito de horror e arregalou os olhos lendo o final do exame. Claudia estava grávida. Claudia estava grávida do seu marido. Sua mente começou a ficar cada vez mais lenta e seu rosto perdeu a cor com tal velocidade que se não estivesse sentada tinha a certeza de que estaria caída no chão. Sentiu náuseas. Gritar. Tinha que gritar, mas sua voz não saia. Seu corpo parecia não reagir aos seus estímulos. Olhou para o telefone ao seu lado, não havia uma gota de lágrima em seus olhos, o que parecia ser pior ainda. Parecia então que, cada vez mais rápido, um nó gigante se formava em sua garganta e seu estômago ameaçava jogar qualquer alimento para fora.

Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora