Uma Linda Mulher (Adaptada)

Capítulo 46

Música: Symphonie – Silbermond

Anahi deu um primeiro passo e logo depois deu outro, fechou os olhos e continuou a caminhar até parar de frente para Alfonso, ele abriu os olhos cansados e a mirou, balançou a cabeça e ela fez o mesmo. Seus olhos se perguntavam onde e há quantos anos haviam fracassado, não obtiveram resposta. Alfonso estendeu as mãos em um gesto único e particular e Anahi inclinou a cabeça, dando uma pesada e afoita respiração.

Poncho: Você não vai partir, nem se separar de mim e nem sair minha vida, Anahi. Estou lhe dizendo que não vou permitir, estou lhe dizendo que não posso viver sem você, me recuso a viver sem você. Não só te desejo, te amo. Por mais que doa agora, isso vai passar e eu vou te esperar, vou ser paciente como o homem que você precisa, vou dar mais atenção ao meu filho, que só Deus sabe o quanto senti meu chão se abrir quando recebi o recado... Baby, eu amo você! E mesmo que você já não me ame, quando for tempo, deixe que eu me apresente como seu novamente. – Anahi franziu ainda mais a testa e estendeu as mãos relutantes e trêmulas, se sentando no colo de Alfonso.

Como uma garota indefesa, se deitou sobre seu peito, acomodando a cabeça no espaço entre seu pescoço e seu ombro, como Gabriel fazia, Anahi notou seu próprio perfume em Alfonso. Ele cheirava a ela, ele ainda cheirava a ela. Sua roupa e seu corpo ainda possuíam seu perfume. Fecharam os olhos na mesma hora e sob uma magia desconhecida e indecifrável chamada amor, adormeceram.

Marieta: Anahi? – cutucou Anahi e Alfonso com um sorriso no rosto – Anahi querida, acorde... - Anahi e Alfonso acordaram em um pulo, assustados por terem adormecido pelo cansaço enquanto esperavam pela volta de Gabriel. – Ele já está o quarto. Está meio sonolento, mas chamou por vocês. – Anahi e Alfonso assentiram e entraram na segunda porta do mesmo corredor com cuidado.

 Anahi chorou ao o ver ali, deitadinho, quietinho, com um bico de choro.

Anahi: Ohh, Meu amor! Perdoe-me por não estar com você, querido, perdoe a mamãe... Eu prometo que ficaremos para sempre juntos, ok? Ficaremos por todo sempre, aonde você for eu vou, aonde eu for você vai, é uma promessa, filho. – lhe beijou a testa de leve, lhe acariciando os cabelos.

Gabriel assentiu, respirando com força, Alfonso se aproximou e o abraçou também, logo depois se sentou na cama ao lado de Anahi, acariciando os pés de Gabriel que antes de adormecer murmurou, orgulhoso.

Gabriel: Sou forte como você, papai. – Alfonso se derreteu por inteiro e sorriu com o queixo trêmulo do choro e também murmurou baixinho enquanto Gabriel fechava os olhinhos:

Poncho: Eu sei, filho... O papai sabe, querido. – Marieta sorriu para Alfonso enquanto Anahi, compenetrada, analisava cada movimento respiratório e o monitor ao lado de Gabriel.

Já na madrugada, com o filho devidamente medicado com os antibióticos e novamente adormecido, Anahi estava adormecida no sofá enquanto Alfonso do lado da cama, acariciava o cabelo e as orelhas de Gabriel. Não conseguia dormir, não enquanto não ouvisse que seu filho estava completamente seguro e que poderia voltar com saúde para seus braços, piscou sentindo o peso dos olhos. Virou para trás vendo Anahi profundamente adormecida depois de um banho no próprio hospital, deixando a cama do filho se ajoelhou de frente para ela. Era hora de deixar tudo para viver sob o que realmente importava e nada no mundo naquele momento para Alfonso importava mais do que sua esposa e seu filho.

Poncho: Eu preciso me lembrar do seu sorriso, querida. – Alfonso apoiou a cabeça no sofá se sentando no chão, fechou os olhos e em poucos segundos se viu completamente adormecido. Sua respiração pesada denunciava o quanto estava cansado.

Na realidade, nunca havia se sentido mais esgotado na vida. Dois dias sem pregar os olhos, podia sentir suas olheiras fundas e seus olhos opacos. Acordou com o tocar dos dedos de Anahi em seu ombro. Estava tão sonolento, tão cansado, que não tinha forças nem ao menos para abrir os olhos.

Anahi: Alfonso? – o chamou novamente, abaixada ao seu lado - Alfonso, acorda... – notou que ele se mexia – Alfonso? – finalmente ele havia aberto os olhos. O quarto estava apenas iluminado pelo abajur de bichinhos que Marieta havia trazido de tarde. Sua primeira reação foi olhar para a cama, se tranquilizou, Gabriel continuava dormindo, deveria ser por isso que Anahi estava sussurrando – Alfonso?