Capítulo 69

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Maite sorriu com a maravilhosa vista de seu quarto no hotel e levou a mão à barriga, o ventre dilatado já começava a ser visto, passou as mãos nos cabelos. Haviam se passado tantos dias e seu coração ainda sangrava. Sentia o forte cheiro de sangue quando dormia, sentia-o e não podia negar. Entrou, sentando-se na cadeira. Sentia saudades de Alfonso e Marieta, sentia saudades de Anahi e Gabriel, mas ainda não era hora de voltar, precisava desse tempo para si. Precisava desse tempo como há tempos não precisava.

Willian estaria sofrendo, como ela havia sofrido nos primeiros dias? Claudia estaria amparada ou estaria sozinha em um inicio de gravidez que era tão complicada? Pela primeira vez havia parado para pensar em tais fatos. Aquela mulher amava ao seu marido e Maite não tinha tanta certeza do mesmo. Sentia falta de Willian e não podia negar, mas as marcas ainda eram como tinta fresca, não podiam ser reladas nem manchadas até serem secas e permitir que Willian se aproximasse era como se ela mesma manchasse uma parede recém pitada de branco. A campainha tocou e Maite sorriu. Abriu a porta mirando, o homem em sua frente.

Seria uma promessa de uma vida melhor?

Mane: Pronta? - Maite pegou sua bolsa fechando o quarto com as mãos de Mane em sua cintura. Ele sorriu a olhando quando a abraçou.

Maite: Sim, estou pronta!

~

Anahi abriu os olhos, observando Gabriel adormecido sobre seus seios e com as mãos em seus cabelos, olhou à sua volta vendo que havia pegado no sono. Olhou o relógio: eram mais de uma hora da manhã. Com cuidado, se levantou arrumando seu roupão, o menino choramingou e se moveu para o outro lado, voltando a adormecer, Anahi sorriu emocionada o cobrindo.

Anahi: Amo você, filho! – murmurou antes de sair do quarto.

Pegou seu celular, já sentada na beirada de sua cama, havia mais treze ligações não atendidas. Caminhou, impaciente, pelo quarto e não aguentou, se pondo a chorar com o telefone celular em suas mãos.

"É para o bem deles. Alfonso jamais a perdoaria se o filho e herdeiro Herrera fosse apontado na rua quando maior, acredite querida!"


Anahi pegou seu celular, discando o número de Alfonso,que em menos de três segundos o atendeu.

Poncho: ACONTECEU ALGUMA COISA? VOCÊ ESTÁ BEM? FALA COMIGO, ESTOU ATRÁS DE VOCÊ O DIA INTEIRO, ANAHI, TE LIGUEI MAIS DE 30 VEZES. ONDE VOCÊ ESTAVA? ONDE VOCÊ ESTÁ? – Anahi fechou os olhos, voltando a se sentar na cama – ANAHI, ESTÁ ME OUVINDO? ALÔ?

Anahi: Oi, Poncho. – Alfonso respirou aliviado, fechando os olhos.

Poncho: Oh meus Deus! Diga mais alguma coisa, eu preciso ouvir a sua voz... – Anahi apertou os olhos com força, limpando as lágrimas – Você está bem?

Anahi: Estou ótima. Meu celular descarregou, está com algum problema, vou mandar ao técnico.

Poncho: Me perdoe pela gritaria, mas fiquei preocupado. Karla te deu meu recado?

Anahi: Deu sim seu recado e você, como está? Sinto sua falta. - mordeu os lábios trêmulos não deixando sua voz...

Poncho: Há algo errado, sua voz... Anahi, está chorando?

Anahi: Não, acabei de acordar, acabei dormindo com o Gabriel. – Alfonso franziu a testa.

Poncho: Está tudo ótimo. Tenho uma surpresa para você... – respirou aliviado.

Anahi: Surpresa? Que bom, adoro surpresas!

Poncho:  Eu também. Sinto sua falta e o Gabriel?

Anahi:  Dormindo faz tempo, ficou meio chatinho quando soube que você iria viajar, mas já melhorou.

Poncho: É, eu percebi pela voz dele... – Anahi fechou os olhos, se deitando na cama.

Anahi: Volta na quinta de manhã?

Poncho: Sim, no mais tardar ao meio dia, é muito tempo longe de vocês. – Anahi sorriu.

Anahi: São só dois dias, Alfonso. Nem dois, um e meio.

Poncho: Eu sei, mas mesmo assim parece uma eternidade, já me acostumei com você ao meu lado, Anahi, é horrível dormir aqui sozinho.

Anahi: Também sinto o mesmo.

Poncho: Eu me viro e reviro, sem posição certa. – sorriu, fechando os olhos – Queria estar aí agora, fazendo amor com você, olhando nos seus olhos. – Anahi levou a mão à boca, não deixando um gemido do choro escapar. Seu rosto, lavado pelas lágrimas, estava vermelho – Hey, você ainda está aí?

Anahi: Sim, estou aqui e queria fazer o mesmo com você... Eu realmente vou sentir sua falta, Alfonso.

Poncho: Você mesmo disse que são só dois dias. – sorriu.

Anahi: Eu sei, mas mesmo assim vão parecer a eternidade.

Poncho: Então me espere que eu prometo que não me demoro, meu corpo já está gritando pelo seu, pode ouvir? – Anahi fechou os olhos, sorrindo.

Anahi: Posso, posso te ouvir!

Poncho: Então diga a ele que você me ama e que já vai esperar por mim. – Anahi abriu os olhos, se levantando.

Anahi: Eu te amo! Preciso ir, o Gabriel quer água. – Alfonso franziu a testa.

Poncho: Ok. Eu te amo!

Anahi: Eu também. – após mais algum segundos, Anahi fechou o telefone celular, levando as mãos à cabeça e levantou-se abrindo seu guarda roupa e tirando jaquetas e calças do mesmo.

Às vezes é necessário sacrificar seus maiores sonhos e amores pelo bem de quem se ama.

Anahi sentou-se no chão, levando as mãos à cabeça e olhou em sua volta, as roupas que havia acabado de jogar espalhadas por todo o quarto. Estava descontrolada e seus nervos estavam à flor da pele e as lágrimas pareciam lhe queimar o rosto. Fechou os olhos tentando encontrar a calma. Tornou a respirar uma e duas vezes, o telefone ao seu lado novamente tinha voltado a tocar, Alfonso mais uma vez havia lhe voltado a chamar.

Ela não atendia ao telefone e alguma coisa parecia estar completamente errada, Alfonso caminhou de um lado para o outro sem parar. Duas, três, quatro vezes. Sentia seu coração bater acelerado. Tornou a chamar Anahi, por mais algumas horas, caminhando em círculos sem chegar a lugar nenhum. Ela não estava atendendo porque sabia que ele havia notado algo errado, Alfonso abriu os olhos depois de ser vencido pelo sono. Apenas resolveria o que tinha para resolver e entraria no primeiro avião, a noite quase havia sido passada em claro e seu corpo e coração palpitava, o obrigando a deixar tudo e qualquer coisa voltando imediatamente para o seu lugar: junto a ela, nos braços dela. Recebeu uma ligação do diretor da Herrera's, o problema urgente estava se transformando em maior, o dever o chamava e seu coração também.

Era quase noite quando Anahi entrou em casa após mais um dia de trabalho. Seu coração acelerado, sua mente vagava para longe e seu corpo parecia estar sendo levado por uma tormenta. Gabriel gritou por ela, a agarrando e Anahi o abraçou com força, observando o relógio.

Gabriel: Hoje fiz um montão de lição na escolinha, mãe. – Anahi assentiu, concentrada no semblante do filho, voltou o beijar, não escutando o que ele falava. 

Estava perdendo os sentidos e estava deixando sua alma para trás.

~

Sei que vou receber ameaças de morte por isso, mesmo não sendo a autora da história, sintam-se a vontade e podem xingar muito no twitter que inclusive é tequileranahi, vai lá seguir. 


Uma Linda Mulher (Adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora