Uma Linda Mulher (Adaptada)

Capítulo 32

"Por mais que demorasse anos... Essa conversa tinha que acontecer"

Olhou para os lados procurando Gabriel.

Poncho: Ele foi pedir ao moço que trouxesse sorvete. – Anahi engoliu seco sentindo seu rosto arder, por mais que tentasse não conseguia expressar nada, parecia tão fria, tão distante do calor das demais pessoas.

Anahi: Se você quiser desistir agora, por mim tudo bem! O Gabriel já está mais crescido e podemos explicar para ele. – pegou o guardanapo limpando levemente os lábios – Você poderia aguentar um pouco mais, Alfonso? Apenas até ele fazer 7 anos, já estará no primário mais crescido...

Poncho: Eu não acredito no que eu estou ouvindo, Anahi. – Balançou a cabeça, incrédulo.

Anahi levou as mãos na cabeça, esfregando a testa em sinal de preocupação.

Anahi: Eu sei que você já não aguenta mais estar preso dessa forma a mim, eu também já não suporto mais esse casamento, mas o Gabriel ainda é pequeno e...

Poncho: Da próxima vez que eu viajar, eu não voltarei mais para a casa. – disse engolindo a saliva e a raiva – Se eu ainda volto para casa depois de tantos meses para suportar o que nos suportamos todo o dia, Anahi é porque, na realidade, eu tinha a esperança que isso desse certo algum dia.

Anahi: Onde você quer chegar, Alfonso? – sussurrou entre os dentes, pelo nervosismo – Do que você ta falando? Foi assim desde do começo, nós combinamos que seria assim...

Poncho: Não, você combinou que seria assim. Você, Anahi e mais ninguém. Aliás, há tantas coisas que você combina consigo mesma que nem eu, nem o Gabriel iremos tentar descobrir novamente... Seu filho sente, Anahi e qualquer pessoa que olha nos seus olhos é capaz de enxergar. Santo Deus!

Anahi: Você está me acusando de não ser uma boa mãe, é isso? – Alfonso arregalou bem os olhos também sussurrando entre os dentes pelo nervosismo.

Poncho: Eu estou te acusando de não ser nada além de uma ótima e exemplar mãe. O Gabriel adora te ver sorrir, compreende? – Anahi baixou a cabeça mordendo os lábios – E qual foi a ultima vez que você sorriu quando estamos nós três juntos, Anahi? Você se mantém afastada como se eu fosse lhe machucar e machucar ao meu filho.

Anahi: Você não sabe o que diz, Alfonso...

Poncho: E você já nem sabe o que faz e quer saber, Anahi? Eu estou realmente cansado de te pegar pela cintura e sorrir quando algum conhecido passa... - Alfonso avistou o filho que apontava para o pequeno parquinho na área livre do restaurante, acompanhado com uma das monitoras do mesmo. Alfonso acenou, consentindo que o garoto brincasse – É impossível que quanto mais os anos passem, mais você se lembre daquela noite.

Anahi: Eu não quero falar sobre isso, Alfonso.

Poncho: Você nunca quer falar sobre nada, nota? Porque você está sempre exausta do trabalho, Anahi, você está com dor de cabeça quando vamos fazer algo em família, você está indisposta quando tentamos fazer algum programa em casa, eu, você e o Gabriel.

Anahi: Quem é você para falar de perfeição, Alfonso, quando eu sinto de longe o cheiro de mulher na sua camisa quando você volta de viagem? – Os olhos de Anahi se encheram de água – Sabe lá Deus o que você faz quando está em Londres ou passa uma semana trabalhando fora. e você ainda me cobra sorrir e espera que eu diga "Olá, meu amor, senti saudades! Que bom que voltou." – Alfonso baixou a cabeça – Nega, nega que durante cinco anos que você não encostou a mão em mim, você não dormiu como nenhuma outra mulher, como um marido normal faria.

Poncho: Você não é uma esposa normal.

Anahi: Não, você tem razão, eu não sou. Falho como mulher, falho como esposa e também como mãe. A única coisa que eu sei fazer é trabalhar e trabalhar, feito loca e o meu marido procura sexo fora de casa, porque eu não consigo olhá-lo nos olhos enquanto fazemos amor. – Ela respirou fundo - Havia quase gritado as ultima palavras. Sorte que estavam em uma mesa um tanto afastada - Esse é o meu problema, Alfonso, saber que você tem outras, mas mesmo assim seus olhos borbulham de desejo quando me vêem, como se ainda estivéssemos há cinco nós atrás, dispostos e sedentos por fazer amor uma e outra vez, sem parar a noite inteira.