Giovana

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Alguns meses depois.

Os meses foram passando e minha menina está crescendo rápido e saudável.

Sophia já está com quatro meses e meu amor só aumenta.

Ninguém apareceu por aqui cobrando a maternidade e eu agradeço por isso, se antes eu queria devolvê-la, hoje não posso imaginar alguém tirando minha pequena de mim, morreria sem ela.

Mas nem tudo são flores, nossa situação não está muito boa, para Sophia, graças a Deus não falta nada, sempre damos o nosso jeito, mas as dívidas que já não eram poucas, esse mês ultrapassou todos os nossos limites.

Sophia esteve doente e precisei gastar o que não tinha, minha faculdade já está com duas mensalidades atrasadas e agora temos mais uma para conta. O diretor já não esta tão amigável comigo, me cobra todos os dias e me deu um prazo de quinze dias para pagar as mensalidades em aberto.

Hoje me vejo sem saída, precisando escolher entre minha faculdade e minha filha, mesmo sabendo que com um curso desse porte eu poderia dar uma vida melhor para ela e minha vozinha, não posso continuar, preciso pensar no melhor para a Sophia no momento.

Com uma dor imensa no coração, eu decido trancar a matricula na faculdade, esse dinheiro me ajudaria em outras coisas no momento e esse tempo vago posso arrumar outra forma de aumentar a renda, depois eu dou um jeito de voltar para o curso.

- Você tem certeza?

- Sim vozinha, esse dinheiro está fazendo falta aqui em casa – suspiro – Cuide dela uns minutos, por favor, serei rápida lá na faculdade.

- Nós podemos dar um jeito filha, você ama aquele curso e eu posso te ajudar – sugere tristonha.

- Sua aposentadoria mal dá para seus remédios vovó – beijo sua mão com carinho - Eu agradeço, mas assim é melhor, com o tempo tudo se ajeita.

- Posso fazer bolos, faxina, alguma coisa que possa te ajudar – sugere.

- Nem pensar – levanto e pego minha bolsa – Se tem alguém aqui que deve se esforçar e colocar mais dinheiro em casa, esse alguém sou eu.

- Deixa de bobagem – resmunga irritada.

- Isso não esta em discussão, a senhora vai continuar onde está, em casa, sem correr o risco de se machucar por minha causa - ela faz careta e eu beijo seu rosto - Eu sei que quer ajudar, mas eu preciso da senhora aqui, me ajudando com a Sophia.

- Tem razão - suspira.

- Não se preocupe, eu sei que as coisas vão melhorar - ela sorri não muito confiante - Beijos, já volto.

~~~~

Triste e frustrada saio da faculdade, minha matricula trancada e junto com ela, meu sonho.

Deixo de me lamentar quando meu celular toca, vejo o numero do senhor Alano na tela e fico tensa, ele nunca me liga, apenas quando é para avisar que eu vou abrir o bar e preciso chegar mais cedo.

Alo?

- Giovana? - sua voz arrogante soa em meus ouvidos. 

- Sim?

- Pode vir aqui no bar?

- Agora?

- De preferencia.

- Ok, já chego ai.

- No aguardo - desliga antes que eu pudesse perguntar qualquer outra coisa.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora