Eduardo

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Duas semanas se passaram e eu ainda não dei a cartada final.

Não por dó ou por ter me apaixonado como Gustavo insinuou, mas sim porque eu queria aproveitar mais um pouco o corpo que estava ali ao meu bel prazer.

Porém hoje eu acordei decidido a acabar com a farsa e de uma ver por todas, ter a minha filha para mim.

Acordei primeiro que todo mundo, arrumei uma mesa esplêndida de café da manhã, convoquei meus amigos a se juntarem a nós, obvio que Dara veio arrastada. E até o Douglas está aqui, afinal eu dou metade da minha fortuna para ver a cara dele de derrotado, ao saber que eu sou mesmo um cara foda, enquanto ele é um morto dos pés a cabeça.

- Porque tudo isso? – Giovana pergunta após levar Sophia ao portão para pegar a perua escolar.

E não estranhem, ontem eu agilizei o processo e fui ao bar onde ela trabalha, gentilmente ordenei que o tal Alano a desse folga hoje, ele tentou contestar um pouco, mas nada que uma boa quantia de dinheiro e um ameaça de uma surra bem dada não resolva.

- Você logo vai saber – sorrio e selo nossos lábios.

Dara me olha séria, sei que ela quer me matar nesse momento e não tiro sua razão, mas quando o espetáculo começar, ela vai querer me matar em dobro.

Quando todos estavam presentes,  decidi que era a hora do show.

- Bom pessoal peço a atenção de todos – chamo do lugar onde estou sentado, todos me olham com atenção – Eu preciso lhes contar algo muito importante para mim.

Observo o rosto de todos ali presentes e meu coração da uma balançada, sei que a partir do momento que eu revelar minha verdadeira identidade, entrarei em guerra com Giovana e seu lacaio, mas o que me incomoda mesmo é a certeza da decepção que causarei em dona Dora, mas nem mesmo o carinho que sinto por ela, irá me fazer parar, eu preciso vingar o tempo que eu e minha filha perdemos.

- Fala logo amor – Giovana pede sorrindo.

- Há um tempo atrás, tragicamente perdi meus pais – começo a relatar o momento mais triste da minha vida – Eu os matei na verdade.

- O que? – Giovana arregala os olhos.

- Eu tinha bebido um pouco em uma festa em que estávamos, na volta para casa, minha mãe pediu para dirigir e eu muito machista não permiti – respiro fundo – Eu bati o carro e meus pais morreram.

- Amor, eu sinto muito – segura minha mão com delicadeza, mas eu a puxo com tudo deixando Giovana confusa. Já que estou abrindo a verdade, não preciso fingir que preciso do seu toque ou compaixão.

- Eu também – limpo a garganta – Um tempo depois eu me envolvi com uma mulher fria e calculista, ela só estava comigo pelo dinheiro.

- Que você não tem, obvio – Douglas me interrompe irônico.

- Engano seu – o encaro  – Esqueci de contar, mas eu sou dono de uma das empresas mais ricas do mundo.

- Ah Eduardo , fala sério – Giovana ri olhando todos em volta da mesa e depois volta a me encarar – Você apareceu aqui pedindo moradia, você não tinha um real no bolso.

- O que eu mais tenho são reais no meu bolso - falo com arrogância.

- Eu não estou entendendo – ela morde a boca nervosa.

– Me deixa terminar de falar o que eu preciso, assim entenderá - resmungo irritado - Essa mulher, era uma vadia e fez a pior coisa que alguém poderia ter feito, ela engravidou de um filho meu.

- E você considera isso algo ruim? – dona Dora questiona.

- Isso não, mas abandonar minha filha apenas para me ferir, sim – falo com rancor.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora