Giovana

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- Essa pitizza ta tão gostosa - Sophia murmura com a boca suja.

- Não fala com a boca cheia - peço limpando seu rosto.

- Deixa de ser implicante - Eduardo me fuzila.

- Deixa de ser intrometido - retruco.

- Parem os dois - vovó fala do sofá.

Desde que Eduardo voltou para casa, eu venho observando seus atos. Celular caro, pizza cara, a melhor da região. Isso é muito estranho vindo de alguém que não tinha condições nem para comprar algo para comer.

- Você não gostou? - ele aponta para o meu prato.

- Gostei - bebo um pouco do suco que preferi ao invés do refrigerante - Só não estou com muita fome.

Ele balança a cabeça e continua comendo. A campainha toca e eu me levanto para atender, me espanto quando vejo Douglas com um buquê de flores parado ali.

- Me perdoa? - faz bico e eu começo a rir.

- Você é incrível - agarro seu pescoço e o puxo para perto de mim, em um abraço apertado.

Douglas pode gritar, me ameaçar e tudo mais, porem sempre será meu amigo, o melhor amigo. Eu sei que ele nutre sentimentos por mim, mas também sei que isso vai passar quando ele perceber que eu não posso retribuir.

- Que cheiro bom - olha por cima de mim.

- Tem pizza, quer? - ofereço.

- E eu nego comida? - me entrega o buquê e passa por mim, fecho a porta e vou atrás dele sorrindo.

Quando entramos na cozinha, todos nos olham, Sophia abre um sorriso enorme e pula da cadeira correndo na direção do padrinho.

- Dindooooo, que saudade - beija seu rosto diversas vezes e ele ri apertando minha filha nos braços.

- Eu senti tanta saudade também minha pequena - beija seu nariz e ela ri alto - Oi vó.

- Oi seu atrevido - ela diz e ele ri mandando um beijo - Cumprimenta o Edu.

Douglas respira fundo e tenta parecer tranquilo, mas seu pescoço fica vermelho e seus olhos param no Eduardo com certa raiva. Ele põe Sophia no chão e ela volta para o seu lugar devorando sua pizza.

- Eai - é seco e invasivo.

- Eai - Eduardo responde da mesma maneira.

Não muito diferente do Douglas, ele está desconfortável e parece que seu humor está péssimo, já que suas mãos estão fechadas em punho. Ele olha para meus braços e quando vê o buquê, sua expressão consegue ficar mais fechada do que já estava.

- Quer comer? - ofereço outra vez.

- Claro - Douglas senta na cadeira ao meu lado e sorri me estendendo o prato vazio que vovó pegou assim que ele se sentou.

- Dindo, o tio Edu acertou comprando sua pitizza favorita - Sophi diz batendo palmas - Até parece que sabia que você ia vir.

- Quem me dera se eu soubesse - Eduardo resmunga.

- Tem razão princesa, o dindo ama pizza de mussarela - diz mordendo um pedaço generoso da fatia.

- Só que essa também é a minha preferida - Eduardo puxa a caixa - Então segura ai.

Os dois entram em uma batalha silenciosa, viro os olhos e encaro a vozinha que nega com a cabeça e sorri.

- Se o problema for esse, eu compro mais - pego a caixa e coloco no centro da mesa outra vez.

- O problema não é esse Gio, pode apostar - Eduardo cruza os braços.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora