Giovana

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Abro meus olhos e a primeira coisa que vejo me faz sorrir. Eduardo está dormindo tranquilo com Benjamin deitado sobre seu peito. Suas mãos protetoras o segura pelas costas e seu semblante é pura paz.

Levanto com cuidado para não acordar nenhum dos dois, tomo um banho rápido, escovo meus dentes e volto para o quarto.

Os dois ainda dormem, então vou na cantina e pego café para mim e Eduardo, converso um pouco com uma enfermeira enquanto o rapaz arruma tudo na bandeja.

Quando volto para o quarto, encontro Nora na porta, respiro fundo e tento disfarçar a vontade de pedir que outro médico venha ver Benjamin.

- Bom dia mamãe - ela sorri.

- Bom dia doutora - falo séria e abro a porta entrando no quarto.

Coloco a bandeja com nosso café em uma mesa pequena e me aproximo dela, após verificar que os dois ainda dormem.

- Bom, conversei com o meu colega na troca de plantão, como ele verificou o Benjamin e esta tudo certo, estou assinando sua alta - diz profissional.

- Que bom - sorrio aliviada.

- A família pode ir embora daqui.

- Graças a Deus - continuo sorrindo.

Ela olha pelo vidro e fica uns minutos observando o jeito que os dois dormem, cruzo os braços e limpo a garganta.

- Ele estava bem cansado ontem - aponta para o Eduardo - Acredito que a massagem que fiz nele, tenha resolvido um pouco.

Sinto meu sangue ferver, só em imaginar essa medivaca com as mãos nele.

- Nossa noite foi boa, apesar da preocupação dele com o filho, conseguiu me satisfazer - sorri e escreve mais alguma coisa no papel - Aqui, estão livres de mim.

Pego o papel da alta e cruzo os braços outra vez, ela ajeita o cabelo e depois de dizer que foi um imenso prazer me conhecer, sai do quarto.

Que vontade de matar esse canalha.

Me viro e encontro seus olhos me encarando, ele ouviu tudo e agora fica com essa cara de bom moço para cima de mim, idiota.

- O que ela falou...

- Alta - mostro o papel - Posso ir embora daqui,  graças a Deus.

- Espera Giovana, o que ela disse é mentira.

- Podemos arrumar nossas coisas e ir? - pergunto desconversando e me aproximando da bolsa que vovó arrumou.

- Claro - ele suspira desistindo de se explicar e com cuidado deita Ben na cama - Esse café é para mim?

- Sim - continuo focada na tarefa de arrumar as coisas.

- Obrigado - sorri e começa a comer e meu único desejo é que ele engasgue com esse pão de queijo.

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- Vai ligar para o João vir nos buscar? - pergunto no estacionamento do hospital.

- Não, estou com meu carro - ele diz ajeitando as muitas bolsas na braço.

- Mas viemos com o João - franzo o cenho e tento pegar uma das bolsas - Me deixa te ajudar com isso.

- Não precisa, eu levo, se preocupa com o Ben e sobre o carro, João trouxe o meu - sorri - Eu não podia ir a um encontro de táxi.

Fecho a cara na mesma hora passando por ele e deixando que ele se vire com todas as bolsas e que se puder, tropece no ego.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora