Giovana

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Foram três horas rodando a cidade, pesquisando em internet e perguntando aos estranhos como chegar até ele.

Parecia loucura, não sabia nada além do seu nome, mas quem disse que seria impossível?

Chegar em frente aquele prédio enorme me causou arrepios, pessoas elegantes entrando e saindo do local como se tivessem o rei na barriga, esbarrando em mim e se quer preocupados em se desculpar, alguns me olharam com nojo por estar atrapalhando o caminho, outros se quer olhavam na minha direção.

Todos como ele, sem humanidade e compaixão ao próximo.

Eu fiquei receosa em entrar, mas não tinha essa opção, eu precisava vê-lo, precisava dizer tudo o que estava dentro de mim e implorar que deixasse eu e minha filha em paz.

Entrei decidida, a recepcionista morena com ar angelical me olhou e sorriu, enquanto uma ruiva siliconada me desprezou.

- Em que posso ajuda-la? - pergunta ainda sorrindo. 

- Aqui é a empresa do Eduardo? – perguntei para confirmar.

- Se for o senhor Landutti, é sim – sorri ainda mais.

- É esse homem? – mostro a foto no meu celular apenas para garantia.

- O próprio – ela não deixa de sorrir, quanta felicidade.

- Eu preciso falar com ele - encaro a moça após guardar meu celular.

- Tem hora marcada?

- Não – respiro fundo – Mas é urgente, diz que é Giovana Leal, ele sabe quem eu sou e vai me atender.

- Aqui só é atendido com hora marcada – a ruiva se mete grosseiramente - Não podemos mandar subir qualquer uma. 

- Mas é urgente – insisto.

- Você é surda? - ela bate no balcão e eu fecho as mãos em punho ao lado do meu corpo.

- Viviane, deixa de grosseria – a outra repreende – A senhora seria quem? Posso ver com secretaria, se ele consegue te atender.

- Eu sou mãe da filha dele - falo incomodada ao dizer isso em voz alta.

- Ah é?  – a tal Viviane ri alto – De todas que ele leva para cama, você é a mais ousada e criativa, filha dele? Me poupe e vaza daqui.

¨De todas que ele leva para a cama¨ - ouvir isso fez meu coração se apertar, ele é rico, bonito, claro que tem a mulher que quer em sua cama e aposto que essa ruiva foi uma delas. 

- Não é mentira - sussurro.

- Se manda, já disse - fala com ar de superioridade. 

- Por favor – olho nos olhos da recepcionista que é mais simpática – Eu não estou mentindo, nós temos uma filha e eu preciso falar com ele, é urgente. 

- Só um minuto – sorri amarelo e pega o telefone discando um numero.

- Você é boazinha demais – a ruiva vadia sussurra.

- Senhora Mercedes? - ela aguarda um instante e volta a falar com a pessoa do outro lado -  Tem uma senhora aqui na recepção, precisava falar com o senhor Landutti... Giovana Leal... sim, ela nos disse que não tem hora marcada, mas é urgente. Tudo bem, eu aguardo.

Ela passa alguns segundos com o telefone na orelha e meu coração cada vez mais acelerado, ela sorri outra vez para mim e juntas ignoramos mais um comentário maldoso da ruiva ao seu lado.

- Sim? Ah tudo bem, obrigada - ela desliga e me olha com pesar.

- Então? – pergunto aflita.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora