Giovana

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O táxi para em frente a casa da minha vozinha, na onde eu deveria estar e nunca deveria sair, nem minha filha.

Sinto o toque de suas mãos em mim e me viro em sua direção, seu olhar esta preocupado, me preparo para ouvir seu sermão, porque eu sei que ela reprovou a atitude que tive no restaurante.

- Eu sei que as coisas não estão fáceis, mas você não devia enfrentar o Eduardo assim, ele deve estar chateado agora - ela diz e eu respiro fundo.

- Se ele estiver chateado, ainda é bom, o problema é se ele estiver furioso - sussurro olhando para Sophia que dorme em meus braços.

- Vocês são um casal, não deve permitir que aquela babá vulgar se meta na relação de vocês e cause esse mal estar.

- Não somos um casal - volto a olhar minha avó - Somos inimigos e ela é uma aliada dele para me destruir.

- Ele não quer te destruir.

- O que ele quer então? - respiro fundo e abaixo minha voz quando Sophi resmunga em meu colo - A senhora pode, por favor, parar de defender aquele homem e olhar para mim? Para tudo que eu estou passando?

- Não seja injusta comigo, eu sofro com você - seus olhos se enchem de lágrimas - Mas eu amo os dois, queria que se entendessem, que tenham paz.

- Isso não vai acontecer vozinha, só vamos ter paz quando um de nós dois morrer - suspiro.

- Que Deus não te ouça - ela faz o sinal da cruz.

- Eu preciso ir - lamento.

- Melhor mesmo, Sophia já esta dormindo - alisa o rosto da minha filha e depois beija minha testa - Vai com Deus, meu amor, que Ele te proteja.

- Amém - sorrio forçado e sem pressa alguma espero que ela desça do carro e entre em casa.

- Podemos seguir? - o senhor pergunta depois de uns minutos que ainda estamos parados em frente a casa.

- Sim, podemos - sussurro e encosto a cabeça na janela, deixando as lágrimas descerem por meu rosto enquanto imagino a fúria de Eduardo, quando eu estiver frente a frente com ele.

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- Chegamos senhora - o motorista me avisa e assim que avisto o imenso portão sinto meu coração acelerar.

Meus olhos se enchem de lágrimas e mais uma vez eu penso em pedir que o senhor me leve de volta para o bairro onde eu cresci e fui muito feliz, até Eduardo aparecer e acabar com a minha paz.

- A senhora parece infeliz demais mesmo morando nessa casa tão grande - desvio os olhos do portão e encaro o senhor que me olhar com pesar - Deve ter muito dinheiro e mesmo assim carrega essa tristeza no olhar

- Aquele ditado que dinheiro não trás felicidade, é verdade - suspiro - E não, eu não tenho nada aqui, nada disso é meu além da minha filha.

- Ela é uma criança muito linda, assim como a mãe, se me permite dizer - ele diz e sorri.

Olho para Sophia que sorri em seu sono profundo e sorrio também. Ela é mesmo linda, toco em seu rosto com as mãos trêmulas e respiro fundo para engolir o choro.

- Obrigada - volto a encarar o senhor e entrego o dinheiro da corrida, deixando que fique com o troco, já que esta sendo tão paciente comigo, enquanto me recuso a sair do carro.

Vejo que alguns seguranças começam a se movimentar perto do portão e avisto João correndo em direção a entrada, o táxi parado aqui a tanto tempo chamou atenção e como não quero arranjar confusão ao senhor tão simpático, me despeço e desço rapidamente.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora