Giovana

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- Família de Dora Leal? – o doutor chega na recepção e eu levanto depressa.

- Aqui – falo trêmula – Sou neta dela.

- Como ela está? – Douglas pergunta pairando ao meu lado.

- Sua avó sofreu um infarto – engulo seco.

- Mas ela.. ela – soluço - Ela está...

- Está bem – sorri amigável e eu solto o ar dos meus pulmões – A situação foi revertida e sua avó agora está no quarto, já acordada, um pouco grogue por conta dos medicamentos, mas bem.

- Graças a Deus – Lia sussurra ao meu lado.

- Obrigada, meu Deus – sussurro segurando o choro  de alívio – Posso vê-la?

- Acho melhor esperarmos até amanhã.

- Por favor – imploro.

O doutor simpático me encara, acredito que esteja analisando meu estado e ponderando se permite a visita.

- Tudo bem – cede e suspira – Mas apenas você vai entrar, ela precisa se recuperar e muita gente ao redor não é muito bom.

- Está bem – sorrio e acompanho o doutor.

Ao entrar no quarto, corro para o lado da cama onde minha vozinha está. Ela me olha e preguiçosa me da um sorriso fraco.

- Vozinha, que susto a senhora me deu – choramingo.

- Estou bem, minha princesa – fala baixinho.

- Graças a Deus – beijo sua testa – A senhora não pode me deixar vozinha, então tem que se recuperar logo, voltar para casa, voltar para mim, para Sophia.

- Não vou deixar vocês – segura minha mão – Vocês são o motivo para eu lutar pela vida.

- Eu te amo.

- Amo também – fecha os olhos.

- Vozinha? – chamo assustada.

- Ela dormiu – o doutor toca meu ombro – Fica calma, ela está bem.

Receosa eu concordo com a cabeça e beijo novamente a testa da minha avó.

- E ai? – Doug pergunta quando me aproximo.

- Ela está bem – sorrio o abraçando – Ela falou comigo, ela está bem, ela não vai me deixar.

- Eu disse que ela é forte – beija minha cabeça.

- Lia? – me afasto do meu amigo e abraço minha vizinha – Obrigada por tudo, por não deixar minha vozinha sozinha.

- Imagina minha querida, eu adoro você e sua avó, não fiz nada demais, sei que vocês fariam o mesmo por mim – sorri retribuindo meu abraço.

Peço um momento ao Douglas e vou à capela agradecer a Deus por ter dado forças a minha vozinha, para que ela ficasse conosco. Eu não saberia mesmo o que fazer se ela partisse e ficasse apenas eu e Sophia.

Depois de agradecer e deixar uma vela acesa nos pés de Jesus, vou de encontro ao Douglas e juntos vamos embora.

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Já em casa, converso com a Sophia e conto o que aconteceu, explico direitinho o que é infarto e que a vozinha vai estar conosco logo, mas ainda vai passar um tempinho dormindo no hospital.

Ela chora um pouco, mas entende que é melhor para a saúde da bisvovó.

Douglas ligou para o senhor Alano dizendo que eu não poderia ir hoje, ele não gostou nada disso e deixou claro entre gritos que descontaria do meu salário.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora