Giovana

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Apenas um susto, minha filha esta bem, os exames não deram em nada, o doutor afirmou que foi uma febre psicológica, apenas precisaria descobrir o que causou e resolver.

Já estamos em casa, o caminho do hospital até aqui Eduardo tentou agradar a menina de todas as formas possíveis, até em uma loja de brinquedo entramos e nada fez com que ela sorrisse para gente. 

 - Conta para mamãe – peço olhando em seus olhinhos caídos e tristes - Você pode me contar qualquer coisa Sophi, sabe disso.

Ela apenas assente com a cabeça e vira o rosto para o outro lado, olho para Eduardo que esta tão apavorado quanto eu, nunca vimos Sophia assim e isso esta nos assustando muito.

- Filha, você quer comer alguma coisa? – Eduardo pergunta sentando ao seu lado na cama – Quer algum brinquedo? Fala para o papai o que você quer.

- Que vocês não briguem mais – olha para gente, seus olhinhos brilham pelas lágrimas e o meu coração despedaça aos pouquinhos - Eu fiquei com medo.

Eduardo me olha e eu desvio os olhos novamente para Sophia que deixa uma lágrima escapar e milhar seu rostinho rosado.

- Desculpa meu amor - ele pede e limpa a garganta enquanto abraça nossa pequena e pede desculpas mais uma vez - Você tem que ficar boa logo.

- Eu fico papai, mas não grita mais com a mamãe – pede chorosa - Dói meu ouvido e meu coração.

- Não vou mais gritar meu amor – beija sua testa - Eu prometo, me perdoa.

Ela assente e vem para o meu colo, deitando a cabeça em meu peito, mas sem soltar a mão de Eduardo.

O resto do dia, passamos os três juntos, parecíamos até uma família feliz, nem mesmo a Keli passando com um mini vestido na nossa frente me deixou de mau humor, quis matar a vadia, mas me controlei e fingi não ver ela piscando para o Eduardo e caminhando até o escritório, acho que é algum sinal entre eles.

De noite, após deitar Sophia em sua cama, fui para o meu quarto e deitei, de costas para ele, tentando de todas as formas ignorar o fato que o homem que eu amo, estava transando com outra mulher em um cômodo da casa e agora esta deitado do meu lado, como se nada tivesse acontecido.

Fechei meus olhos e segurei a vontade de chorar, como podemos entregar nosso coração á alguém que nos machuca tanto?

Porque eu não consigo ser fria e levar isso tudo na mesma medida que Eduardo leva?

Porque eu tenho que ser tão fraca?

- Tudo bem? – ele pergunta e só ai percebo que estou chorando.

- Sim – me ajeito no travesseiro.

- Olha aqui - sinto sua mão nas minhas costas e engulo seco.

Ignoro seu pedido e forço a minha mente a repetir tudo o que eu vi, para que eu não ceda ao primeiro toque ou sorriso sedutor que ele me der.

- Olha para mim Giovana – pede mais uma vez.

- Eu quero dormir Eduardo - aviso apertando os olhos com força, para evitar a tentação de abrir meus olhos para poder vê-lo.

- Olha pra mim – não satisfeito me puxa e eu o encaro seria – Porque esta chorando?

- Só preocupação com a Sophia – minto.

- Ela esta bem – afirma – Não precisa chorar.

Balanço a cabeça e me viro novamente, me cobrindo até o pescoço, desligo o abajur que fica ao meu lado e fecho mais uma vez meus olhos, mesmo não sentindo sono algum.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora