Giovana

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Um inferno.

Assim que minha vida se encontra.

Nesses dias eu não soube o que fazer, eu vivi com medo do Eduardo aparecer e tirar a Sophia de mim. Eu mal paro em casa, fico o dia inteiro no bar e quando volto, fico coisa de duas horas e corro para o meu refúgio.

Quem diria que aquele bar nojento, cheio de gente bêbada e homens fúteis seria meu lugar para despistar o medo, não é mesmo?

Mas aqui é o único momento que esqueço do Eduardo, esqueço que ele é o verdadeiro pai da minha Sophia e que se ele quiser, ele tira minha filha de mim.

Como ele mesmo falou, eu não tenho armas para lutar contra ele.

Aqui eu esqueço desse amor doentio que eu sinto por ele, afinal só sendo doente para amar alguém tão maldoso como esse homem.

Douglas e minha vozinha me cobram o tempo inteiro sobre minha atitude, dizem que não estou sendo boa mãe e que estou sendo egoísta colocando minha dor na frente da Sophia, isso não é verdade, mas eu realmente preciso de um tempo para colocar minhas forças em dia, eu sei que a luta não vai ser fácil.

Senhor Alano anda feliz com a minha disposição de ficar no bar o tempo inteiro, claro, eu trabalho bem para conseguir manter meu emprego e essas horas a mais que fico por aqui, não estão sendo pagas.

- Gata, vai para casa – Douglas se aproxima de mim – Você virou a noite, já é quase seis horas e Sophia vai chegar da escola, fica um pouco com ela, ela precisa de você e da sua atenção, sem contar que você precisa comer e dormir um pouco.

- Eu não quero - sussurro.

- Giovana, se você não for agora, eu vou te demitir – senhor Alano aparece com sua expressão seria me causando medo - Você está pálida, parece uma morta viva.

- Mas eu estou bem, quero ficar e trabalhar - falo com a voz trêmula. 

- Vai embora menina – fala com rispidez – E não precisa voltar, quero ver sua cara apenas amanhã.

- Mas...

- Se eu precisar repetir, vou ficar bem irritado - ele fala de forma bruta.

- Tudo bem – respiro fundo fuzilando meu amigo, sei que tem dedo dele nisso.

Arrumo minhas coisas e deixo o bar, o ar fresco que bate em meu rosto assim que saio faz meu corpo se arrepiar e como de costume, a vontade de chorar da aquele sinal de vida.

Ultimamente eu só faço fugir das pessoas e chorar.

O caminho inteiro eu me recrimino por estar sendo uma péssima mãe, eu mais do que nunca deveria estar ao lado da Sophia a todo momento, mas eu não estou conseguindo lidar com as perguntas, com a falta que ela sente daquele homem, com a insegurança de dormir ao lado dela e no dia seguinte perde-la, eu estou morrendo todos os dias por esse medo horrível.

Só peço que Deus tenha piedade e que toque no coração daquele monstro, isso é se ele tiver um.

Chego em casa, respiro fundo porque sei que mais uma vez eu vou ouvir reclamações por estar ausente demais e minha avó tem razão, mas isso não deixa de ser estressante.

Assim que piso os pés na sala, vejo meu pior pesadelo ali.

- O QUE ESSE DESGRAÇADO ESTA FAZENDO AQUI? – grito sentindo todos os meus sentidos aguçar de medo.

Vovó me olha assustada e Eduardo vira na minha direção com aquela petulância de sempre. Meu peito se aperta ao notar que ele fica ainda mais bonito de terno, estúpida paixão que me faz querer correr e abraça-lo, ao mesmo tempo que o medo me faz querer me trancar no quarto.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora