Eduardo

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Eu mal acreditei quando abri a porta da minha casa e encontrei os pais da Carla sentados em meu sofá, como se pudessem aparecer na minha casa, como velhos amigos que não somos.

Meu sangue gelou ao imaginar o que ele fariam com a minha filha caso ela estivesse em casa.

Sem perceber aperto a mão pequena de Sophia que estava comigo na empresa e escuto seu resmungo baixo.

- Aí papai - ela tenta soltar e eu afrouxei.

Hoje não iria à empresa, mas tive um problema que precisava resolver pessoalmente e ela pediu para ir comigo, como não iria demorar a levei e agora me sinto aliviado por isso.

- Lizandra - chamei irritado.

- Sim senhor - ela aparece na mesma hora, me olhando receosa, como se imaginasse minha raiva por vê-los ali.

- Que merda está acontecendo aqui? - rosno.

- Eles disseram que marcaram com você aqui.

- Leve a Sophia para longe dessa corja - mando e mais que depressa ela segura a mão da minha filha a levando.

- Que isso querido ex genro, me deixe conhecer minha netinha - Carmen diz sorrindo, olho rápido na direção que minha filha estava indo com Liz  e quando não as vejo mais, me aproximo de punhos fechados até eles.

- Que porra estão fazendo aqui? - rosno.

- Viemos buscar o que é nosso por direito - ela ergue o queijo querendo me encara com arrogância.

- Aqui não tem nada que seja de vocês - a lembro.

- Metade da fortuna dessa bastarda, é nossa - Ícaro se levanta ficando ao lado da mulher.

- Se você chamar minha filha assim mais uma vez, eu arrebento sua cara - ameaço.

- Nos da logo o que queremos, para saímos daqui - Carmen  me cobra.

- Eu não tenho que dar nada a vocês.

- MINHA FILHA BOTOU AQUELA COISA NO MUNDO, VOCÊ NOS DEVE - ela grita me deixando ainda mais irritado.

- AQUELA VADIA DEIXOU A MENINA PARA MORRER NO FRIO, A PRÓPRIA SORTE - acuso.

- PENA QUE NÃO MORREU - ela retruca e eu ergo a mão, querendo acertar essa sua cara de pistoleira barata.

- Sai da minha casa - mando.

- Sem dinheiro não iremos a lugar nenhum - Ícaro me encara de frente.

- SAI DA MINHA CASA - me aproximo dele, deixando nossos rostos perto o suficiente para que eu note o tremor em suas bochechas. 

- Ela tem nosso sangue, carrega nela nosso DNA, essa menina tem a obrigação de dividir com nós dois, o que seria da mãe dela se você não tivesse largado minha filha praticamente no altar - ela abaixa a voz, mas ainda assim fala com arrogância. 

- Minha filha não tem obrigações com vocês - falo no mesmo tom que ela - Ela foi cruelmente abandonada e se não fosse Giovana ela teria morrido, se alguém tem que receber algo de mim, será ela.

- Ela é uma vadia oportunista - Ícaro rosna.

- Não mais que a sua filha - falo e vejo seus olhos se encherem de raiva.

- Desgraçado - ele aperta as mãos em punho - Se não me der tudo o que eu quero, vou dizer toda a verdade para essa peste, que a vadia que você comeu por um tempo não é mãe dela e quem nós somos.

- Tem razão Ícaro, a vadia que eu comi por um tempo não é mãe da minha filha e graças a Deus já esta queimando no fogo do inferno.

Nos minutos seguintes foram gritos e mais ofensas para mim, Giovana e minha filha. Eu não deveria cair nas provocações dos dois e tomar medidas legais para mantê-los longe, mas toda a revolta que essa situação me causa não me faz pensar com clareza e a prova disso é ter um nariz machucado, após rolar no chão em uma briga com aquele velho maldito.

Mãe por ACASOOnde histórias criam vida. Descubra agora