Capítulo 22:

3 0 0
                                    

Não posso acreditar que meu dia chegou, de verdade. Esperei tanto por esse dia que não posso me ver em um mero vestido de noiva, entrando na igreja decorada, as pessoas que me amam me olhando para analisar meu vestido e desejar felicidades antes mesmo de estar no altar. Esse dia vou guardar para a vida toda, é o dia que sempre esperei e também, é o dia que sempre quis ter em minha vida. Um momento especial, um momento que jamais imaginaria vivenciar sem ser em um sonho, um simples sonho. Mas agora estou na mais pura realidade.

Fico em choque apenas de imaginar os maquiadores e profissionais do meu salão vindo aqui na minha casa para me arrumar, para me deixar bem vista para o dia mais perfeito que será hoje. Eles virão daqui a uma hora e eu preciso estar relaxada para isso, então fico de repouso na banheira com lindas pétalas de rosas vermelhas, cheiros de loção de banho que me deixam ainda mais aconchegante.

Faz quase meia hora que me encontro nesta banheira, preciso sair, pois tenho que hospedar Mary. Afinal Juliana virá aqui e não pegaria nada bem deixá-las conversarem sozinhas. Elas ainda não estão bem o suficiente para voltarem em um relacionamento de mãe e filha.

Mary pergunta de todas as coisas, ela chega a perguntar até mesmo a cor da minha lingerie quando saio da banheira. A mesma parece que está ligada na tomada com tanta eletricidade que se vê em sua fisionomia, até mesmo em seu jeito de falar e de andar de um lado para o outro. Ela me deixa nervosa.

— Como se sente?

Mary pergunta sentada na poltrona de meu quarto, ela parecia uma médica com tantas perguntas mirabolantes.

— Estou normal, Mary. Como sempre. - deduzo quase para mim mesma. — Para de fazer tantas perguntas, me sinto desconfortável.

— Você sabe que sou curiosa, apenas quero saber se está bem ou se sente diferente por estar prestes a casar! - ela diz juntando suas sobrancelhas finas.

— Eu sei que você é curiosa, mas não se precipite! - arfeio sorrindo.

— Está bem, está bem. - ela anda para trás. — Você espera alguém?

— Sim, estou esperando Juliana. - suspiro. — Até agora não apareceu, já era para estar aqui.

— Minha mãe? - ela se surpreende. — Mas, bem, o que ela virá fazer aqui? - ela corta as palavras.

— Ela quer conversar com você, amiga. Ela quer desabafar, contar os fatos e tentar ter uma relação de mãe e filha novamente com você. - digo meio sem jeito.

— Estranho. - Mary indaga. — Mamãe não tem tanto gênero para isso!

— Ela tem sim, Mary! - falo mais secamente. — Juliana está mudada e você tem a obrigação de dar a ela uma chance.

— Preciso pensar, apenas isso! - ela se senta. — Tem tanto tempo pela frente, quero repor minhas idéias primeiro, mas vou dar a ela uma chance de se explicar.

— Você promete? - pergunto com o olhar sério.

— Sim, eu  prometo!

— Tenho certeza que ficará tudo bem entre vocês duas.

— Eu não tenho tanta, mas iremos tentar. - ela abaixa o olhar. — Afinal, confesso que sinto saudades de seus abraços de mãe.

— Está vendo? - sorrio. — Sei que Juliana pensa o mesmo Mary. - concordo. — Amor de mãe é eterno, priorizado.

— Eu espero que ficamos bem amiga, espero.

Mary esta chata com essa indecisão toda, a mesma não sabe o que fazer, não sabe o que quer e, nem mesmo o que sente. Minha amiga precisa ter uma sessão com uma psicóloga. Eu poderia fazer a ela esse favor, tenho que ir praticando.

Sempre Haverá Motivos Para Sorrir!Onde histórias criam vida. Descubra agora