Capítulo 30:

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Hás dez horas da manhã.

Ontem ficamos até as altas horas da noite procurando pelo local, não tivemos sucesso por conta da escuridão, as luzes da cidade eram  muito bem iluminadas, mas os policias preferiram começar a busca hoje de manhã. É o que estamos prestes a  fazer neste momento, o delegado e os seus homens sabem onde é o local, ou acham que sabe. Creio que vamos conseguir, não podemos deixar tia Sônia nas mãos de bandidos perigosos.

Há poucas horas o delegado Jason não autorizou a gente ir junto, segundo ele poderia ser perigoso, mas eu insisti tanto que ele acabou entendendo minha situação, eu não sei o que faço, quero tia de volta o mais rápido possível. Eu e papai, temos que ir, pois não aguento esperar, ficarei muito nervosa.

— Delegado Jason, não terá perigo fique tranquilo. - digo com a voz baixa e suplicante. — Eu preciso ir, preciso vê-la, preciso saber como ela está. Por favor. - suplico.

— Senhorita. - o delegado afirma. —  Vocês podem servir de refém para os criminosos!  - Jason fala caminhando em direção a viatura.

— Não será perigoso, não sairemos do carro! - falo antes que ele possa fechar a porta da viatura.

— Sejam discretos! - ele afirma respirando fundo. — Esse é um trabalho muito delicado, precisamos ser cautelosos.

— Vai dar tudo certo. - suspiro. — Vamos pai.

Jonathan vem ao meu encontro para desejar boa sorte, como todos. Agora tenho a certeza que iremos trazer Sônia de volta para a família. Assim, entramos no carro. As sirenes foram ligadas, temos que ter espaço para passarmos no trânsito. Meu coração palpita, não consigo entender tudo isto, não posso acreditar que estou prestes a fazer um resgate com umas das pessoas mais importantes da minha vida, um sequestro cruel. Isso nunca irá fazer sentido.

— Vamos vencer minha filha, você vai ver.

Meu pai fala me abraçando, deito em seu ombro e ali eu poderia esquecer dos meros problemas, mas é impossível, é minha tia. Tia Sônia, a mulher que sempre cuidou de mim como uma segunda mãe, que sempre esteve ao meu lado nos momentos difíceis e também fáceis, me apoiando, dando conselhos certos, me amparando na hora certa, sempre me abraçou quando eu mais precisei, sempre fez me sentir segura. Isso não pode acabar assim, não pode deixar de existir. Eu terei tia Sônia de volta, nós teremos, eu acredito na minha fé.

— Deus vai nos ajudar, Ele esta conosco, principalmente com tia, eu sinto isso pai. - lamento lembrando de seu sorriso.

— Assim será, até ela estiver do nosso lado minha filha. - papai completa com os olhos molhados.

Fomos em silêncio, nenhuma palavra a mais, um silêncio agradável ao lado de papai. Se agravou ainda mais quando o delegado deu a ordem para todas as sirenes serem desligadas, estávamos chegando e não podemos chamar atenção para não correr o risco de fugirem. Todas as viaturas são paradas, meu coração gelou ao observar o lugar úmido e feio, não parecia a cidade de Nova York, parecia outro lugar.
O local é distante, a entrada tem um enorme portão enferrujado, é um prédio bem velho com algumas janelas quebradas. Parte meu coração de imaginar tia dentro dele, parte meu coração de estarmos aqui, poderia ser eu no seu lugar, menos tia Sônia, isso é como um pesadelo para mim, um choque.

— Conversarei com os sargentos para fazermos nosso trabalho com cautela. Vocês ficam no carro comigo, não irão sair por nenhuma hipótese, podem serem servido de refém para um deles! - o delegado Jason nos explica e assim sai para alertar os homens.

— Vai dar tudo certo papai, você vai ver! - fico segura.

— Sim filha, estou confiante. - papai diz. Posso ver um sorriso pequeno em seus lábios.  

Sempre Haverá Motivos Para Sorrir!Onde histórias criam vida. Descubra agora