SPOILER

1.6K 164 9
                                    

DÉBORA


À caminho do hospital, minhas lágrimas não paravam de rolar. Minha melhor amiga e minha afilhada estão no hospital podendo morrer.

— Ela está vivendo os planos de Deus! — disse Filipe em quanto dirigia.

— E se ela morrer amor? Eu não vou aguentar. — continuei com o rosto encostado na janela. Fechei os olhos sentindo uma dor tão forte quanto, quando eu perdi meus pais.

se Deus fizer, Ele é Deus. Se não fizer, Ele é Deus. Se a porta abrir Ele é Deus...

Filipe foi cantarolando até a porta do hospital, confesso que fiquei mais calma.

[…]

Avistei de longe Emanuel com a cabeça entre as mãos apoiadas no joelho.

— Ai meu Deus! — saí correndo de encontro à ele.

Ele levantou a cabeça, acho que reconheceu minha voz. Ele levantou da cadeira ficando de pé. Pulei em cima dele o abraçando.

— Calma Formiguinha. — disse fazendo cafuné na minha cabeça.

— Cadê à minha amiga? O que aconteceu?

Eu entrei em desespero.

FILIPE

Deixei Débora no quarto com a Alícia que estava dormindo. Dei um beijo na testa de Débora e saí do quarto com Emanuel.

— Essa pneumonia pode levar.... — ele me interrompeu.

— Alícia não tá com pneumonia.

— Como assim cara? — Cruzei os braços.

— Eu não quis deixar à Débora mais nervosa. Mais a Alí está com uma doença que vai fazendo a pessoa perder os movimentos, perdendo o comando do corpo.

— Que? — perguntei sem acreditar.

— É hereditário! Essa doença degradante é de família. — suspirou chateado.

— Isso quer dizer que a Alícia... — fiquei com receio de terminar a frase.

— a Alicia só vai viver se um milagre de Deus cair sobre a vida dela. E se ela conseguir viver vai ser sem poder mecher as mãos, ou até mesmo as pernas. A fala dela vai se dificultar. Eu não sei o que fazer, eu não sei o que será que vai acontecer com a minha filha também.

Dei tapas de comprimento nas costas deles tentando ser solidário.

— Você sabe que à Débora é uma espoleta né?

— Mais ela não pode saber, não quero que ela fique abalada. Débora tem os filhos pra cuidar.

— Rapaz, se a Débora descobrir quem vai morrer é você!

Ele riu.

— Eu só não quero mais uma das mulheres da minha vida sofrendo. Com todo respeito.

Voltamos pro quarto e Débora estava conversando com Alícia.

DÉBORA

— Amiga, vocês tem estar bem pra nossa ceia de Natal lá em casa.

— Esperamos melhorar logo pra Sábado estarmos bem e linda.

[…]

Cheguei em casa exausta, já fui jogando as roupas pelo quarto em quanto Filipe dava explicações aos nossos país que ficaram aqui em casa cuidando das crianças.

Entrei no banheiro quaze caindo pelo chão e deixei a água gelada molhar meus cabelos e meu corpo.

— La, lá, lá, la... — saí tentando cantar pelo closet um hino novo que eu ouvi.

Filipe estava sentado com os nossos país quando voltei pra sala. As crianças acordaram.

— Mamãe! — me encheram de carinho assim que cheguei na sala.

— Oi minhas vidas. — beijei eles. — Bença mãe /pai. Boa noite Mateus, Paula.

— Vamos montar a Árvore de natal tia? — pediu Lucas.

Olhei pra eles com cara de morta, mais eles me olharam como cãezinhos.

— Tá, vamos montar. — levantei do sofá.

Peguei a caixa com a árvore e os enfeites e coloquei aberta em cima da mesa.

— EBAAA! — gritou Emily batendo palmas.

         



A FILHA DO PASTOR 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora