Capitulo I : Homem Louco

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Cento e vinte anos após a guerra que mudou totalmente a história da humanidade. A cultura que foi construída ao longo de milhares de anos foi destruída, parecia nem mesmo ter existido, dando lugar a uma cultura dividida por um muro que cruza toda a única cidade habitada, sem divisões de pais, governos, culturas, religiões, nada disso mais existe, o medo da indiferença criou um mundo separado.

RATIUS se encarregou de separar as pessoas, um dispositivo altamente avançado que lia os níveis de estresse de uma pessoa para outra e as separou em dois conjuntos de pessoas, foi assim no início a separação e agora o tempo completou essa segregação psicológica.

A tecnologia que conhecíamos não faz mais parte do cotidiano das pessoas, os carros, os smartphones, as máquinas, nada disso existe, tudo é simples como no começo do século XX, tudo voltou no tempo.

RECTUS outubro de 2135, um dos dois lados da cidade que formaram a civilização atual e mais bem elaborada e mais bonita devido a sua paisagem com muitas flores decorando as entradas das casas e suas árvores com muitas folhas, e a estação do ano primavera só tornava o lugar ainda mais lindo com suas flores brotando no auge de sua beleza, a paisagem tornava o local muito bom de ser morar e às vezes até fazia esquecer o muro que cruzava toda a cidade.

Após toda as formas de viver, ensinamentos, ideais, descobertas, mitos e tudo que estávamos acostumados sucumbirem, vários outros mitos foram criados para manter a mente das pessoas fechadas e inibir a busca pela exploração de novos horizontes além dos mares e o Muro.

O medo criado por crer nesses mitos fez a população aceitar tudo que era imposto e abraçar aquelas ideias, e toda pessoa que tentava sair dessa bolha social, era execrada e julgada como louca e às vezes exiladas pelas autoridades locais.

Ninguém se arriscava a entrar no mar, pois, era vendido a ideia de monstros marinhos que devoraria qualquer pessoa que chegasse perto. Os mais corajosos e aventureiros da época, apenas ficavam sentados à uma distância considerada segura, e olhava o horizonte acreditando ser aquele o fim do mundo, imaginando aquele ser o limite.

Contudo, Owen, um garoto de 21 anos, era uma das mentes aventureiras e curiosas da época, uma forma de pensar propícia à descoberta, uma mente questionadora dos sistemas e condutas, uma consciência que podemos dizer: revolucionária.

Owen estava sentado na areia do que um dia foi uma praia, um lugar de encontros familiares, pagamento de crenças religiosas, de diversão para as crianças fazendo seus castelos de areia e motivo de muitas pessoas descerem a serra de santos no fim de semana para curtir o sol e o oceano.

Owen gostava muito daquele lugar, era sua segunda casa, ficar sentado e imaginar era seu passatempo predileto. O que teria além daquelas águas, se aquele era realmente o limite, não queria acreditar que aquilo era tudo.

Owen estava na areia, como de praxe, perdido em seus pensamentos e dúvidas, sendo levado além do mar pelo seu corpo espiritual, mas seu corpo físico ainda continuava no mesmo lugar. A mente de Owen já estava longe, quando a sensibilidade do seu corpo o despertou com uma pontada em suas costas.

Ele olhou para trás e viu uma pedra perto caiado na areia, pegou a pedra na palma da mão e ficou examinando sem entender muito bem de onde vinha. Olhou para trás e viu um garoto a uns 20 metros de distância se preparando para atacar outra pedra.

— O que foi, seu merda? — Gritou Owen se levantando e sacudindo a areia de sua roupa.

— Lá vai outra, seu Idiota, olha a bomba! — O garoto um pouco mais alto que Owen, Vestia uma camisa regata, Bermuda tactel e chinelo.

RATIUS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora