Capítulo XXX: Recado dado

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Eles alcançaram o fim do corredor. Foram 10 minutos de caminhada naquele corredor interminável e totalmente branco. Pelo que lembrava não era daquele jeito que o caminho se estendia, havia sido trocada, a porta de entrada era a mesma, porém, o que vinha adiante era totalmente diferente. No caminho eles se conheceram melhor, foram conversando apesar da desconfiança e de suas personalidades não baterem. Estavam pelo menos se entendendo o bastante para conviverem no mesmo ambiente. E eles chegaram.

Outra porta se mostrou no fim do corredor. Essa foi aberta após os seis pararem a uma distância que estava marcada no chão. Havia uma informação pintada no chão de amarelo, letras que nenhum deles conhecia, e que apenas trazia uma vaga lembrança para Michaela, mas não sabia a origem de sua impressão por aquelas gravuras.

A porta se abriu e revelou se para eles um grande telão que pegava toda a parede à frente. O telão deu início ao vídeo que eles muito bem conheciam, era novamente as mesma imagens de antes que havia sido plantadas em suas mentes diversas vezes quando eles estavam em um estado de torpor. Dessa vez com suas consciências normal, tudo parecia ainda pior, aquele horror passado ao seus olhos pareciam transmitir ainda mais dor, mais sofrimento, menos humanidade. Todos viraram os olhos sem conseguir ver aquilo, Éva, Michaela e Giovanna derramou lágrimas ao ver aquela crueldade e os outros três garotos cerraram o punho e sentirá um ódio incondicional com aqueles malfeitores que causavam sofrimento e mantinha um sorriso no rosto. Os garotos choravam por dentro mas seu condicionamento social não permitia a eles derramar uma lágrima.

Owen ao ver Giovanna chorando não esperava aquilo daquela garota, julgava ela como uma pessoa sem emoção nenhuma e que não dava a mínima para ninguém além dela, mas lá estava ela chorando por pessoas que ela não conhecia o que fez o garoto sentir pena dela. Iniciou-se para tentar acolher a garota em.seus braços, mas parou em seu orgulho enraizado na primeira impressão que teve no início de tudo, sentiu raiva de si mesmo por agir daquela forma, porém, não conseguiu ser de outra maneira.

Michaela abraçou Éva em conforto a ela e a si mesma. Owen e Alabama fizeram o mesmo, os quatro se abraçaram em uma roda de ódio e pena com tudo aquilo que estava sendo passado. Apenas os outros dois recém chegados ao grupo e não aceitos até então ficaram excluídos de todo aquele conforto. Apesar de se dizerem namorados, poucos se falavam e nem mesmo olhares eram trocados, havia uma distância tremenda entre eles e ao mesmo tempo pareciam totalmente sincronizados.

Éva pegou no ombro de Giovanna que secava as lágrimas e sorriu para garota. A distância entre eles pareciam ter sido diminuído um pouco com todo aquele horror que ainda passavam no telão. Problemas unem e foi o que fez. Uniu. Mesmo que pouco.

Enquanto a amizade deles iam a passos curtos se concretizando o horror passado na tela vinha a todo vapor e as almas imploravam pelo fim daquilo. Eles foram jogados contra a parede, era retroceder a porta que estava a suas costas ou ir em frente para mais perto do telão. Eles não conseguiam fazer nenhum dos dois, estavam estagnados entre ir ao teatro real à sua frente ou voltar ao terror mental que seria a desistência.

Michaela foi a primeira a dar um passo à frente. Seu rosto tinha um semblante de determinação, Parecia indestrutível. Sua confiança foi levando os outros consigo. Cada vez mais perto do telão. Cada vez aquela imagem ficava maior. Cada vez a dor parecia ser mais forte. O telão estava logo ali a menos de dois braços de distância, foi quando ele foi se decompondo ao olhos e sumiu como fumaça levando todo o medo.

Revelou-se uma outra porta, idêntica à de antes, e que também foi aberta automaticamente com a aproximação dos jovens. A porta se abriu e uma luz forte entrou por ela, iluminando primeiro os pés deles e depois foi a vez do rosto tocar a luz solar depois de meses confinados sem podê-la senti-la. Aquilo renovou suas esperanças, toda sombra ficou a suas costas, quando novamente eles puderam pisar em terra e sentir toda aquela vivacidade e contemplá-la ao extremo com a saudade de sua ausência. Era o sol e o chão, aquele contato antes constante e tão simples que diariamente é esquecido fazia muita falta. Assim como o ar puro que enchia os pulmões deles em um suspiro longo e prazeroso.

RATIUS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora