Valentina e o Senhor desconhecido chegaram ao seu destino: uma pequena sala com um ar sombrio. Apenas algumas fracas luzes iluminava o lugar, a penumbra tomava conta. Havia uma cadeira no centro com incontáveis fios ligando elas a alguns suporte técnicos que ficavam ao canto. Algumas pessoas uniformizadas de branco - o uniforme também cobria o rosto - tomavam conta de alguns objetos e pressionavam alguns botões que enfeitavam aquelas mesas. Valentina estreitou os olhos naquele ambiente e pode ver uma cadeira no centro de tudo, e que parecia ser o centro de tudo aquilo. O propósito daquela sala e daquelas pessoas.
O senhor levou a recém Mãe para a cadeira e, com delicadeza ajudou a garota a sentar. Antes de se piscar os olhos duas das pessoas que estavam lá encostaram e começaram a plugar alguns fios por toda a cabeça de Valentina e alguns na região do peito. Mais alguns piscadas de olhos e tudo estava pronto na jovem, todos os aparatos no seu devido lugar: Parte do rosto e corpo da garota. Agora era o pressionar de botões que tomavam forma no ambiente.
- Você deve estar se perguntando, " porque eu?" Mas calma, eu tenho todas as respostas para a senhorita - Disse o senhor se sentando em um confortável banco a alguns metros à frente de Valentina.
- Tudo o que quero saber é que minha família vai ficar bem, é só isso que preciso saber - Respondeu a garota com expressão e voz fechada.
- Eu te dei minha palavra, eu posso ser considerado uma pessoa ruim, mas sou uma pessoa de palavra, pode confiar.
- Nojento, como pode fazer isso conosco, com todos nós, seu, lixo imundo - Um suspiro profundo de ódio - Me explique, seu monstro, por que precisa de mim?
- Você tem a boca muito suja, garota - Olhou a garota de cima à baixo - Corajosa... de qualquer forma, vamos ao que interessa - Uma batida de palma e levanta da cadeira - Você deve estar se perguntando " Porque ele precisa de mim, não é só colocar esses fio para funcionarem contra minha vontade?" A resposta é sim e não, eu poderia colocar você em um torpor a força, porém, os resultados dificilmente seria o esperado, por isso, preciso de você, preciso que você queira para que podemos obter sucesso.
- E se eu simplesmente não querer, eu posso estar aqui sentado e sem poder fazer nada, mas você não tem controle sobre minha mente, seria fácil te enganar e sair daqui.
- Sim, eu não tenho controle sobre sua mente, pelo menos ainda não - Sorriu maliciosamente para Valentina - Se você não cooperar as consequências seria ruim somente para você, ocorreria que, sua mente entraria em colapso com nossa máquina e, fritaria seu cérebro até te levar a morte, e se você morre, sua família também morre - Disse chegando perto da garota.
- Seu, lixo, isso não acaba aqui, não importa o que você faça com meu cérebro, pode tirar eu de mim, mas eu vou tirar esse seu sorriso nojento do rosto - Valentina cuspia as palavras com ódio.
- Não sou um lixo, eu apenas preciso ser um, o mundo pede isso, se você pudesse, ou melhor, nós deixasse que a história do ser humano chegasse até você, iria perceber que o mundo sempre teve um lixo, alguém para fazer a parte ruim, alguém para equilibrar as coisas e fazer com que a humanidade siga vivendo como se tem que viver: entre o Amor e o ódio - Dizia O senhor com um sorriso no rosto. Orgulhoso.
Valentina suspirava de ódio, querendo que seus braços não estivessem amarrados para acabar com aquele a sua frente. Não era só as algemas da mesa que as prendia, sua família fazia isso também, era o preço apagar para que todos ficassem bem, e ela estava disposta a suportar o que estava por vim. Por eles. Somente por eles.
- E o que vai acontecer comigo?
- Você sofrerá uma lavagem cerebral, será colocado outro cérebro em você, de outra pessoa, uma pessoa muito importante para mim, sua voz, suas memórias, seus jeitos, medos, gostos, tudo, tudo que faz você ser quem você é, será removido, só sobrará a carcaça, sua alma será substituída por a de uma outra pessoa.
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RATIUS (Completo)
Science FictionE se existisse uma forma de evitar conflitos antes mesmo deles acontecerem? Como seria uma sociedade preestabelecida por um dispositivo altamente inteligente que separa as pessoas por seus níveis de compatibilidade? Essa paz forçada seria verdadeira...