Capítulo XVIII: Rota Alternada

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O mundo que conhecemos é formado milimetricamente pelos sociopatas que o controla de fora, sem mostrar o rosto, sem assumir identidade, eles apenas ver as pessoas como um jogo, maqueiam e sabotam nossos caminhos, nossas escolhas, todos os nossos passos é pré-escolhidos pelo controle mental em massa. É como uma estrutura lego, tudo perfeitamente colocado, peça por peça no seu devido lugar até tomar forma, parecer algo, mas é uma estrutura frágil, qualquer deslize, qualquer peça tirada do lugar pode comprometer todo esse alicerce social, e era o que aqueles jovens estavam fazendo: removendo uma pecinha dessa enorme estrutura criada por RATIUS.

No início da noite, com os braços e pernas cansados, os quatros terminam de carregar os materiais. Madeiras de todos os tamanhos estavam organizadamente espalhadas pela areia do local, as ferramentas que seriam usadas também estavam ajeitadas no seus lugares, o primeiro passo na construção do barco estava completo.

Depois de terminar a tarefa os quatros se sentaram na areia para relaxar. Olhando o balançar das ondas e a noite bela que estava formando, amenizou um pouco do clima tenso que estava entre Owen e Michaela que após a discussão não tinha se falado. Alabama e Éva tentava sem sucesso serenar um pouco do ambiente pesado, contavam piadas, riam um dos outros, porém os dois apenas sorriam timidamente deixando exteriorizar a inquietação interior.

— O que vocês acham que tem além disso? — Falou Alabama apontando o mar.

— O que nós vamos encontrar você quer dizer — Disse Michaela confiante.

— O mundo real, o que nós devíamos estar vivendo, o que nós vamos viver ainda — Falou Owen animado esquecendo o problema de antes.

— Será que tem pessoas vivendo lá fora ou é apenas ruínas e vazio? — Disse Éva com sua doce voz.

— Espero que sim, e que eles expliquem o que é isso que vivemos — Respondeu Alabama.

— Se existir espero que não sejam gigantes de 3 metros — Falou Michaela.

— Gigantes? — Falou Alabama e Éva dando risada.

— Sim, três de altura, pés e mãos enorme, você s nunca ouviram falar deles na escola?

— Não, parece loucura demais para acreditar, mesmo que a gente acredite em cada loucura, cada bizarrices — Respondeu Alabama.

— Tinha essa história na escola: "além do mar existe gigantes que devora qualquer coisa viva que chegar perto" — Falou Michaela distorcendo sua voz — Havia até uma musiquinha de ninar sobre isso.

— Então canta para gente ouvir, só acredito se você cantar para nós — Falou Éva sorridente.

— Eu não lembro direito e tenho vergonha de cantar. Sempre fui uma péssima cantora — Michaela iniciou cantar e logo parou — Não, eu não lembro, melhor a gente para por aqui.

Éva e Alabama sorriram com o rosto vermelho de vergonha que Michaela fez ao cantar um pedacinho da música, Owen sorriu timidamente e tratou de esconder a diversão que sentia, por orgulho, talvez, mas era verdadeiro.

— Pelo visto o ensino daqui é diferente de onde eu vim.

— Pois é, aqui existem algumas lendas que se aprende desde do berço, mas essa que você falou é nova e muito louca — Disse Alabama.

— É cada loucura que esse mundo fala que chega a ser insanidade acreditar nelas — Falou Owen.

— Falando em loucura me trouxe algo a mente, o que você falava antes, Éva? Que eu não tinha escutado o resto, que eu estava por fora das loucuras daquela casa, o que seria? — Perguntou Alabama olhando Éva.

RATIUS (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora