RATIUS (Completo)

Capítulo XXXXV: Tocando o solo

As ruínas doíam a vistas daqueles que presenciavam aquele cenário de terror urbano. Uma das maiores metrópoles do mundo outrora, agira transformada em entulho sem vida. Carros em péssimos estados, placas de ruas e avenidas, casas e comércios jogadas no chão, lixo por toda a parte, um mundo completamente destruído pela ignorância humana. E ali estava aqueles jovens, no meio daquilo tudo, no meio daquela desordem procurando pistas para arrumar o mundo que eles viviam.

Enzo correu na frente assustando todos. Parou a frente do restante de um helicóptero e ficou estático encarando aquilo, perplexo estava o rosto do rapaz, parecia ter visto um fantasma. Todos chegaram perto e olhavam o helicóptero tentando ver o que ele estava vendo.

- Isso... Isso... Meu avião, meu projeto de avião - Gaguejou o rapaz apontando para o helicóptero.

- Como assim, seu avião? Isso aqui está a mais de um século, não tem como ser seu - Disse Owen.

- Disso eu sei, mas é exatamente como eu desenhei, eles pegaram meu projeto, viajaram no tempo, voltando a um século no passado e colocaram em prática meus esboços, eu fui roubado! - Disse estressado.

- Ou eles eram bem mais inteligentes que você e já haviam criado o tal do avião, apagaram isso da humanidade e você foi lá e criou o projeto, novamente - Disse Giovanna ficando entre o helicóptero e o namorado.

- É, meu bom rapaz, parece que você foi superado novamente, talvez uma criança de dez anos naquela época criou isso enquanto brincava - Disse Alabama dando um tapinha nas costas do rapaz provocando ele.

- Não é possível! eu demorei anos a fio para completar isso e, veja, um século antes eles já tinham criado, impossível!

O cenário era de desastre e, sendo mais avançada ou não a sociedade antiga, a mesma que criou aquele helicóptero, aquilo que se estampava em seus rostos, e que assustava, representava uma sociedade completamente diferente da palavra evolução.

Depois de deixar o helicóptero de lado e aceitar que sua criação já havia sido criada, Enzo correu para outras características de um passado explodido, o acervo que impressionou o garoto, enchendo seus olhos de orgulho do mundo antigo, Carros, motocicletas, ônibus, televisões, eletrônicos, tudo aquilo estava completamente destruído, porém, ele pode perceber que tudo aquilo era bem mais avançado dos que ele tinha convivência. Deslizava a mão com carinho, a afeição que nunca havia demonstrado com pessoas, agora ele manifestava com aquela tecnologia destruída.

- Onde vamos agora? - Perguntou Giovanna impaciente.

- Seguir rastros como fizemos na selva quando caçamos animais, e é justamente o que estamos fazendo aqui, caçando animais - Disse Owen.

- Então vá em frente, lidere o caminho, senhor caçador - Disse Éva apontando a rua à frente.

Eles adentraram mais afundo na cidade. Os passos era calculado, devido ao risco de tropeçaram e caírem ser grande, e a incerteza do que vinha a seguir também fazia sua parte na cautela daqueles rapazes. Quanto mais andavam mais se assustavam com a guerra que formou o mundo deles. Todos os sentimentos daquele massacre parecia ainda estarem no ar.

Depois de alguns minutos caminhando naquele labirinto de entulho, eles estavam mais perdidos de que quando chegaram, a busca por rastros não teve tanto sucesso quanto na caçada. Olhos e cabeças sempre virando em um ângulo de 180 graus, como câmeras de segurança; eles procuravam tudo, qualquer sinal de que alguém estava ou esteve lá a pouco tempo. Olhavam o chão, se havia pegadas na poeira, nada era encontrado, se alguém esteve lá recentemente não deixou rastro nenhum, pensava eles.

Enzo vinha carregando uma televisão de LED em seus braços, todos olharam imediatamente o garoto que estava a alguns metros atrás devido ao peso. Sorriram se entender e questionaram: