RATIUS (Completo)

Capítulo XXXXIV: Verdades em ruínas

A viagem levou doze dias - Dois a mais do que a previsão de Enzo, mas era um cálculo admirável - Foi tranquilo, poucos imprevistos, tudo saiu como combinado. Apenas uma forte chuva assustou a todos e fizeram eles temerem pelo fim. Porém, o barco foi bem feito, com as madeiras certas, pelas mãos certas e, assim aquela madeira em movimento passou pela forte tempestade, fazendo os navegantes sentirem mais orgulho ainda dos construtores, alguns seus familiares. Enzo estava lá encima com sigo mesmo belo projeto que criou, mas não deixou de elogiar os demais participantes naquele marco histórico.

Não foi só a chuva que os impressionou. Outras coisas surpreenderam e encheu os olhos daqueles jovens, positivamente impressionadas, puderam assistir um dos maiores espetáculos da natureza: seus animais - Golfinhos, pássaros das mais variadas espécies, tartarugas, todos os tipos de famílias de peixes e suas variedades e tubarões - Esse último assustou os jovens, mas no fim perceberam que, diferente dos relatos, não tinha nada a se temer no mar. Também puderam observar, peixes, não os que faziam parte de seus cardápio e, sim, peixes que podiam se estampado e assistido como uma beleza natural e de encher os olhos. Tudo isso fez valer os doze dias que passaram à deriva.

- Terra a vista! - gritou Alabama lá da torre de vigia - Chegamos, pessoal, corram, chegamos! - Gritava cada vez mais alto.

- Para que tanta gritaria, Alabama? - Giovanna subia a parte superior do barco. Coçando o ouvido com dedo indicador.

- Chegamos, Giovanna, eu não disse que conseguiríamos, sua doida? - Disse abraçando a garota e levantando ela nos braços.

- Vamos, me larga, seu maluco, para, tudo isso é só terra onde nós vivemos a vida toda, não precisa tanto alvoroço - Se soltou e pegou o binóculo para olhar o motivo da euforia.

- Claro que é motivo suficiente, mais do que suficiente, esse barco, esse balanço sem fim estava acabando comigo, e, veja agora, eu estou sorrindo - Com sorriso estranho no rosto - Onde está os outros? - Foi até a tampa da onde levava para baixo e gritou novamente chamando os demais. Em uma euforia incontida.

O lugar tão esperado. A cidade tão esperada. Estava a 300 metros de distância deles, diminuindo a cada segundo. Pelo binóculo era um pequeno ponto, aumentando e aumentando na mesma medida da ansiedade e medo deles. Todos subiram correndo assim que ouviram Alabama.

Se agruparam na frente do barco e esperaram. Revesando os olhares no binóculo. Olhando, desejando e não desejando que aquilo chegasse. Mais uns minutos e estariam lá. Outra volta no binóculo, um par de olhos curiosos que enxergava lá na frente aquela pequena ilha se aproximando. Se alternando de pessoa e de sentimento.

Não só o barco estava andando, mas aos olhos deles pareciam que a ilha também se aproximava em conjunto com o barco, se atraindo como um ímã. Menos de um minuto e o Binóculo já estava no chão, esquecido, sem utilidade. O lugar ficou enorme a sua visão quando o barco encostou finalizando sua viagem de ida. A cidade se apareceu com clareza para eles. Deixando todos eles surpresos.

Um lugar completamente destruído. Acabado. Com mato que brota dos mais impenetráveis lugares, um lugar inóspito, sendo talvez, até arriscado respirar aquele ar putrefato pelo tempo. Cadeiras, mesas, aparelhos domésticos, tudo jogado, tudo que um dia foi uma cidade, agora, aos barrancos, viraram tralhas insignificantes, sem valor nenhum, diferente da época que foi antes, onde tudo aquilo fazia as pessoas morrerem.

Uma visão que deixou aqueles jovens perplexos, era outro mundo que se mostrava em suas íris. Os efeitos químicos de uma bomba com destruições irrecuperáveis parecia ainda contaminar aquele cenário.

- O que é isso?! - Disseram todos em uníssono.

Ficaram parados se observando. Olhando um para o outro medindo suas expressões, tentando entendê-las. Esperando e perguntando telepaticamente qual era o próximo passo, quem iniciaria o próximo movimento. Todos olharam para Giovanna, sorrindo assustadoramente.